CLAUDIA
GELERNTER
claudiagelernter@uol.com.br
Vinhedo, SP
(Brasil)
Espíritas:
estudar, por
quê?
“Espíritas!
amai-vos, este o
primeiro
ensinamento;
instruí-vos,
este o segundo.
No Cristianismo
encontram-se
todas as
verdades; são de
origem humana os
erros que nele
se enraizaram.”
O Espírito da
Verdade. (Paris,
1860).
Aprendemos, logo
ao adentrarmos
os portões do
conhecimento
Espírita, que a
Doutrina nada
mais é do que o
pagamento de uma
promessa, feita,
há dois mil
anos, pelo
governador de
nosso Planeta:
Jesus.
Trata-se do
fenômeno
conhecido como
“O Consolador”,
comentado pelo
Mestre e
registrado pela
pena do apóstolo
João, alguns
anos depois: "Se
me amais,
guardai meus
mandamentos. E
rogarei a meu
Pai e ele vos
dará outro
Consolador, a
fim de que fique
eternamente
convosco: o
Espírito da
Verdade que o
mundo não pode
receber, porque
não o vê e
absolutamente
não o conhece.
Mas, quanto a
vós,
conhecê-lo-eis,
porque ficará
convosco e
estará em vós"
(João, 14:15 a
17).
Em meados do
século XIX,
quando a
humanidade já se
encontrava em
condições de
recebê-lo e
compreendê-lo,
iniciaram-se
vários fenômenos
singulares nos
cafés da França.
Mesas giravam,
‘sozinhas’,
respondendo
questões
propostas pelos
visitantes, numa
verdadeira
apresentação do
Além, que
buscava, através
dos fenômenos
que feriam os
sentidos, chamar
a atenção das
pessoas para
algo muito mais
grandioso do que
até então se
imaginara. Muito
do que há entre
‘o céu’ e a
Terra, foi
revelado durante
tais contatos.
Então, aos
dezoito dias do
mês de abril de
1857, surgiu
para a
humanidade a
Terceira
Revelação,
ditada pelos
Espíritos e
organizada pelo
professor
francês
Hippolyte Léon
Denizard Rivail,
nosso querido
Allan Kardec.
Temos, portanto,
no Consolador,
uma vontade, uma
programação, um
planejamento da
Espiritualidade
Superior. Jesus
desejou que
recebêssemos
tais informações
e estas nos
chegaram,
límpidas,
claras,
objetivas e
lógicas.
Na obra viga
mestra -
verdadeiro
tratado
filosófico que
recebeu o nome
de O Livro dos
Espíritos -
podemos
encontrar,
divididos em
quatro grandes
módulos,
questões e
apontamentos
sobre o Criador,
sobre a natureza
da criatura, as
relações destas
criaturas com o
meio e os
resultados de
tais interações,
com encadeamento
lógico,
estruturado,
repleto de
racionalidade e
objetivos bem
definidos.
Proposta
fundamental
Uma das
exortações
feitas pelo
Consolador, ou
Espírito da
Verdade, durante
suas revelações
a Kardec,
destacamos no
início deste
artigo.
Pediu-nos Ele
que nos
amássemos e nos
instruíssemos.
Em seguida,
comenta que
aquilo que Jesus
nos ensinou é a
Verdade, mas que
deturpamos tais
conceitos, tendo
como resultado o
que vimos ao
longo de nossa
própria
história. Ou
seja, devido à
falta de amor e
de estudo, o
cristão
adulterou o
cristianismo,
causando imensos
prejuízos à
humanidade.
Meditemos mais,
pois, nesta
exortação.
Num primeiro
momento,
pede-nos que nos
amemos. Podemos
concluir,
portanto, que
precisamos
aprender a nos
suportar uns aos
outros, nos
compreender, e,
acima de tudo,
nos ajudar,
mutuamente, com
verdadeiro
espírito
fraternal.
Parece-nos que,
embora ainda não
tenhamos
conseguido
colocar em
prática esta
parte da
proposta em toda
a sua pujança,
já compreendemos
a sua
necessidade e
temos nos
esforçado neste
sentido. Tanto
que, na maior
parte das Casas
Espíritas, o bom
convívio se faz
presente, a
ajuda aos
desafortunados
do mundo é
constante, com
as mais diversas
formas de ajuda
material.
Entretanto,
quando
analisamos a
prática da
segunda parte,
proposta na
mesma frase,
percebemos que
nem sempre
existe uma
consciência
sobre tal
necessidade,
muito menos de
que a primeira
parte da
evocação
depende,
diretamente, da
segunda e que a
segunda, por sua
vez, depende,
totalmente, da
primeira.
Explico-me.
O uso da razão,
dos
conhecimentos
doutrinários, é
que norteará a
expressão do
amor,
impulsionando-o
para a
realização de
forma plena,
segura e eficaz.
Um exemplo
simples, para
auxiliar-nos na
compreensão do
que afirmo:
Chega a
informação, para
certo espírita,
de que
determinada
pessoa está às
voltas com
problemas
emocionais,
ouvindo vozes e
vendo vultos
pela casa,
apresentando
episódios de
terror, com
profundos
desequilíbrios
psíquicos. Com
muito ‘amor’,
aproxima-se o
tarefeiro da
Casa Espírita,
propondo àquele
que sofre estes
revezes, o
exercício da
mediunidade e
coloca-o, de
imediato, como
participante das
tarefas de
intercâmbio com
o além. E
afirma: “Isso
é mediunidade,
tenha certeza.
Basta que comece
a trabalhar, que
desenvolva seu
dom, para que
cessem os
problemas”.
Ledo engano.
Reflexo da falta
de estudo.
Apesar de estar
munido da melhor
das intenções,
devido ao fato
de não conhecer
bem os
pressupostos
básicos do
Espiritismo,
talvez acabe por
encaminhar a
pessoa em
desequilíbrio a
problemas ainda
maiores.
“A
mediunidade em
si é uma
faculdade
neutra, que não
tem qualquer
conexão com os
desajustes
físicos, mentais
e espirituais da
criatura. Estes
surgem por
motivos
específicos, e
requerem o
tratamento
médico,
psicológico ou
espírita
adequado ao
caso. Somente
após seu retorno
à normalidade é
que o
companheiro
poderá vir a
participar, como
médium, dos
trabalhos
mediúnicos, se a
faculdade surgir
espontaneamente.
No caso de
desequilíbrios
mentais e/ou
espirituais, o
exercício
mediúnico não
pode nunca ser
iniciado, ou
continuado. Um
médium nessas
condições não
poderá
contribuir
positivamente
com nada, além
de gerar
problemas para o
grupo, inclusive
facilitando a
atuação de
Espíritos
interessados na
instalação da
desarmonia, dos
melindres, das
suspeitas, do
enregelamento
das relações
entre os membros”
(CHIBENI, 1995).
*grifos nossos.
Falta-lhe, pois,
[ao tarefeiro em
questão]
debruçar-se
sobre as Obras
Básicas, para
delas absorver o
conhecimento
necessário sobre
este e tantos
outros temas que
fazem parte de
nosso cotidiano.
Amor sem
conhecimento é
como um facho de
luz sem direção
inteligente.
Tanto pode
iluminar os
caminhos como
ser abruptamente
eclipsado pela
barreira da
ignorância,
deixando de
atuar dentro de
suas
potencialidades.
O verdadeiro
amor educa,
eleva, promove
autonomia,
amadurecimento.
E, para tanto,
precisa da razão
como bússola.
Por outro lado,
a inteligência
necessita do
amor para ser
útil, ética e
sublime.
Ferramenta
preciosa, deve
ser usada para o
bem, pois que,
sem o amor, a
inteligência se
perde na
escuridão da
vaidade e do
egoísmo.
Ainda dentro dos
conceitos
espíritas,
aprendemos que
todos tendemos à
perfeição, e,
para que tal
objetivo se
cumpra,
precisaremos
desenvolver tais
aspectos
complementares:
o amor e o
conhecimento.
A Sabedoria nada
mais é que a
inteligência
revestida de
amor, ou ainda
podemos situá-la
como sendo o
amor guiado pela
Inteligência.
Tipos de
Caridade
Outro ponto que
desejamos
destacar está na
concepção sobre
o significado e
abrangência da
palavra
‘caridade’.
Muitos
espíritas,
apoiados na
exortação de
Kardec, que
afirmou,
categoricamente,
que fora da
caridade não há
salvação,
consideram a
necessidade de
ajuda material
ou moral a todas
as criaturas,
atendendo aos
necessitados que
batem à sua
porta, seja
através de
alimentos,
roupas,
utensílios,
diálogo amoroso,
ajuda com
documentações
etc. Belo e
importante
trabalho, que
deve continuar
sendo realizado
da melhor forma
possível.
Esquecem-se,
porém, de que
esta [a
caridade] é
ainda mais
ampla,
abrangendo outro
aspecto, tão
importante
quanto os
anteriores.
Devemos realizar
caridade
material, claro,
assim como
devemos realizar
a caridade
moral, nos
suportando, nos
ajudando nas
questões ligadas
ao emocional,
nos diversos
setores da vida.
Entretanto, a
caridade envolve
um aspecto
importantíssimo
do
desenvolvimento
humano,
relacionado à
instrução. Esta
faceta da
caridade pode
ser
classificada,
segundo as
palavras de
Jesus, como
sendo ‘o pão
para o
Espírito’.
Desenvolver e
praticar esta
caridade é,
antes de tudo,
exercício de
inteligência
aliada ao amor.
*
Conhecer,
compreender e
manter a
mensagem enviada
por Jesus à
Terra em sua
forma original,
respeitando suas
diretrizes,
inclusive no que
se refere à
progressão dos
conhecimentos
relacionados, é
compromisso de
todo
espírita-cristão,
sendo grande sua
responsabilidade
diante do
manancial de
informações
contidas dentro
da Doutrina
Espírita.
Compromissos do
Espírita-Cristão
Podemos,
portanto,
relacionar, de
forma sucinta,
três grandes
compromissos
assumidos pelo
Espírita, diante
de Deus e de
Jesus:
a) Compromisso
com a Doutrina: Não
conseguiremos
manter, proteger
e divulgar com
responsabilidade
uma Doutrina se
não conhecermos
sua base, seu
conteúdo. Numa
analogia
bastante
simples, podemos
comparar com
certa pessoa que
segue em direção
ao aeroporto
para receber
alguém, com o
compromisso de
protegê-lo e
encaminhá-lo até
que chegue a seu
destino, neste
país. Porém,
chegando lá,
percebeu que não
sabia como era
tal pessoa, não
conhecia seu
nome completo e
sequer estudara
o caminho que
deveria usar
para levá-la a
seu destino, em
segurança.
Impossível
realizar tal
missão com
sucesso.
Urgente que
estudemos a
Doutrina com
seriedade! Tal
atitude é
demonstração de
respeito, de
amor, de
importância a
Jesus, à Sua
mensagem e ao
empenho de seus
tarefeiros.
Divulgá-la, de
forma
responsável, é
dever de todos
nós, sob risco
de cometermos os
mesmos erros já
ocorridos com a
Doutrina trazida
pelo próprio
Cristo, há dois
mil anos.
Admitir a
progressão
doutrinária
apenas através
de obras
confiáveis, que
caibam dentro do
método proposto
por Kardec [o
CUEE], faz parte
deste contexto
de infinita
importância.
Logo mais
tornaremos a
falar a
respeito.
b) Compromisso
com sua melhora
íntima:
"Fé
inabalável é
aquela que pode
encarar a razão
face a face, em
todas as épocas
da humanidade"
– esclarece
Allan Kardec. E
continua: "A
fé raciocinada
que se apoia nos
fatos e na
lógica não deixa
qualquer
obscuridade:
crê-se, porque
se tem certeza e
só se está certo
quando se
compreendeu"
(KARDEC, 1861).
Portanto, crer
com propriedade,
depende,
invariavelmente,
de se conhecer,
racionalmente, o
objeto de sua
crença. Alterar
o que não vai
bem em nós,
abrindo mão de
vícios,
abastecendo-nos
de virtudes – a
tão famosa
reforma interior
– só se
concretiza, em
toda a sua
plenitude, se
sabemos o porquê
precisamos
mudar, em que
tempo e de que
forma. “No
caminho da
evolução é
imprescindível
passarmos pela
esquina do
autoconhecimento.”
(GELERNTER,
2011).
Precisaremos nos
reconhecer no
mundo, em nós
mesmos, em
nossas relações
interpessoais,
para, então,
conseguirmos
avaliar as
mudanças que
precisam ser
realizadas.
c) Compromisso
com o próximo: Ninguém
chega a Deus se
não for através
de Suas
criaturas.
Portanto, sem as
relações
humanas, não há
evolução. É
através da
tessitura das
relações que
conseguiremos
dar os passos
necessários,
exercitando o
amor
progressivamente,
vida após vida,
num continuum
maravilhoso,
repleto de
oportunidades
oferecidas pelo
Criador. Todo
espírita-cristão
deve ter em sua
mente que,
independentemente
da experiência
que esteja
vivendo,
precisará buscar
desenvolver em
si aquilo que
chamaremos de
‘postura do
mestre’: ensinar
e praticar
aquilo que
ensina, amando e
ajudando as
pessoas em seu
desenvolvimento
individual, ao
mesmo tempo em
que trabalha,
incessantemente,
por seu próprio
desenvolvimento.
Neste sentido,
utilizando-se de
tom fraternal,
explica-nos
Emmanuel: “se
abraçaste, meu
amigo, a tarefa
espiritista-cristã,
em nome da fé
sublimada,
sedento de vida
superior,
recorda que o
Mestre te enviou
o coração
renovado ao
vasto campo do
mundo para
servi-Lo. Não só
ensinarás o bom
caminho. Agirás
de acordo com os
princípios
elevados que
apregoas” (EMMANUEL,
p. 371).
Deve, todo
aquele que se
diz espírita,
praticar o
Espiritismo, o
verdadeiro
cristianismo
redivivo na Casa
Espírita,
contribuindo
pelo progresso
do Planeta,
saindo de ideias
rudimentares dos
cultos
exteriores para
os cultos
interiores.
Deve, ainda,
saber como
receber os
neófitos, como
prestar o melhor
atendimento
fraterno, sem
confusões
doutrinárias,
sendo, portanto,
imprescindível
[mais uma vez
repetimos]
estudar os
preceitos
básicos do
Espiritismo.
O que estudar?
Toda a
construção de
novos
conhecimentos
dentro de
disciplinas
preexistentes,
parte,
essencialmente,
de certos
axiomas, certos
pontos
fundamentais,
apresentados por
teóricos sérios,
que se tornam,
devido a seu
esforço,
responsabilidade
e seriedade,
clássicos da
área em questão.
Einstein
tornou-se um
clássico da
Física Quântica;
Freud, da
Psicanálise;
Commenius, da
Pedagogia, e
assim por
diante. Para
construirmos
novos
conhecimentos
dentro das
ciências
destacadas,
necessitamos
repassar
conceitos
primevos,
trazidos por
estes expoentes.
Pois bem: O
Espírito de
Verdade, sendo o
Consolador
prometido por
Jesus, é o
clássico da
Doutrina
Espírita, em
conjunto com sua
equipe
espiritual e
Allan Kardec
que, deste lado
da vida,
organizou,
codificou os
conhecimentos,
dando enorme
contribuição à
Doutrina com
seus comentários
lúcidos,
pertinentes.
Portanto, nossos
primeiros passos
dentro do estudo
espírita devem
ser em torno das
Obras Básicas,
sendo que estas
mesmas obras
devem ser
reestudadas ao
longo de toda a
encarnação do
estudante, sendo
este um eterno
aprendiz.
Ousamos comentar
que o
Espiritismo
assemelha-se
muito mais com o
cordão que liga
todas as contas
do colar dos
saberes humanos
do que mais uma
das contas.
Precisaremos
estudá-lo, por
sua
grandiosidade a
abrangência,
ininterrupta e
sistematicamente,
ao longo de
todos os anos em
que habitarmos o
Planeta, e,
certamente, após
a nossa
desencarnação.
Não apenas para
podermos
contribuir com
sua manutenção e
propagação
responsável dos
conhecimentos,
mas também para
que possamos
utilizá-los em
proveito próprio
e por toda a
Humanidade.
André Luiz,
diante deste
tema, comenta
que devemos "consagrar
diariamente
alguns minutos à
leitura de obras
edificantes,
esquecendo os
livros de
natureza
inferior, e
preferindo,
acima de tudo,
os que, por
alimento da
própria alma,
versem temas
fundamentais da
Doutrina
Espírita. Luz
ausente, treva
presente. (...)
Digerir
primeiramente as
obras
fundamentais do
Espiritismo,
para entrar em
seguida nos
setores
práticos, em
particular no
que diga
respeito à
mediunidade.
Teoria meditada,
ação segura.
Disciplinar-se
na leitura, no
que concerne a
horários e
anotações,
melhorando por
si mesmo o
próprio
aproveitamento,
não se cansando
de repetir
estudos para
fixar o
aprendizado.
Aprende mais,
quem estuda
melhor" (LUIZ,
A, 1978).
Conjuntamente,
podemos nos
enriquecer com
os conteúdos
existentes em
obras
complementares
confiáveis, por
serem
verdadeiros
manuais sobre
Espiritismo a
nos facilitar o
entendimento,
ampliando as
revelações, de
acordo com o
método CUEE,
anteriormente
citado, que nada
mais é do que o
uso da razão em
novas questões
apresentadas por
médiuns diversos
[e idôneos],
todas elas
contendo os
mesmos
ensinamentos,
assinadas por
determinados
Espíritos que se
manifestaram
através destes.
Tais obras, para
que sejam
consideradas
complementares,
devem ser,
concomitantemente,
coerentes com os
axiomas da
Doutrina,
lógicas,
racionais, sendo
que sua
linguagem, seu
estilo deve ser “elegante,
instrutivo,
lúcido,
pacificador,
consolador,
moralizante e respeitador”. (PEREIRA,
p. 28). Caso
alguma
informação nos
chegue que não
esteja de acordo
com os
pressupostos
acima
mencionados, não
deve ser acatada
como
conhecimento
Espírita, sendo
de
responsabilidade
do divulgador
esclarecer aos
neófitos sobre
este escolho,
comum na
atualidade, que
tantos prejuízos
tem trazido à
saúde da
propagação e
manutenção
doutrinária.
Como estudar?
Disciplinando o
uso do tempo:
Emmanuel, o
orientador
mediúnico de
Chico Xavier,
quando se
apresentou pela
primeira vez ao
grande médium
brasileiro, foi
enfático,
pronunciando as
três regras
básicas,
necessárias para
que Chico
pudesse exercer
seu mandato
mediúnico com
sucesso. Disse
ele: “Disciplina,
disciplina,
disciplina”.
Na esperança de
termos
conseguido
clarificar o
leitor quanto à
importância dos
estudos para o
espírita-cristão,
seguimos o
raciocínio,
salientando
sobre a
imprescindibilidade
da disciplina
nas questões do
estudo,
aproveitando-se,
da melhor
maneira, do
tempo sagrado
que nos é
concedido.
Sabemos que a
realização de
determinadas
atividades em
nosso cotidiano
depende do
quanto de tempo
temos para nos
dedicarmos a
elas.
Entretanto, não
é menos
verdadeiro que o
tempo estará
fatiado de
acordo com
nossas
prioridades.
Temos, num dia,
1440 minutos. Se
consagrarmos 40
minutos,
diariamente, aos
estudos,
estaremos
utilizando
apenas 3% do
total. Somados,
estes 40 minutos
resultarão em
preciosas 240
horas ao ano,
utilizadas com
sabedoria.
Significativo
empenho em
benefício do
ser, do próximo
e da própria
Doutrina.
Podemos ainda, a
titulo de
modesto auxilio,
destacar alguns
hábitos
saudáveis no
campo dos
estudos
espíritas:
a)
A prática do
Evangelho no Lar,
uma vez na
semana, em dia e
horário
pré-determinado,
além de trazer
proteção ao lar,
colabora
eficazmente para
a manutenção do
equilíbrio dos
familiares.
Encontro marcado
com Benfeitores
Espirituais é
compromisso com
o bem,
resultando em
harmonia íntima
e do grupo que
ali se reúne.
b)
O estudo dentro
da Casa Espírita,
uma vez na
semana, como
exercício de
troca e absorção
dos
conhecimentos
doutrinários.
Respondendo a
relevante
pergunta a este
respeito, o
Espírito
Emmanuel
esclarece que “tanto
para os jovens
como para os
adultos o estudo
em grupo é o
mais eficiente,
até porque não
podemos nos
esquecer que, na
base do
Cristianismo, o
próprio Jesus
desistiu de agir
sozinho,
procurando agir
em grupo. Ele
reconheceu a sua
missão divina,
constituiu um
grupo de doze
companheiros
para debater os
assuntos
relativos à
doutrina
salvadora do
Cristianismo,
que o
Espiritismo hoje
restaura,
procurando
imprimir
naquelas mentes,
vamos dizer,
todo o programa
que ainda hoje
e' programa para
nossa vida,
depois de quase
vinte séculos.
Programa de
vivência que nós
estamos tentando
conhecer e tanto
quanto possível
aplicar na
Doutrina
Espírita, no
campo de nossas
lides e lutas
cotidianas" (EMMANUEL).
c)
A oração com
leitura de
pequeno trecho
de teor elevado,
em todas as
manhãs e todas
as noites,
tranquiliza a
mente, promove
reflexões e
lucidez para os
embates do dia,
servindo, ainda,
de preparação
para o
desdobramento do
Espírito,
durante o
descanso do
corpo. Cabe a
cada um a melhor
organização de
seu tempo no
aproveitamento
das horas para
este mister.
Muitas outras
possibilidades
existem, sendo
todas elas de
grande valor
para o espírita
responsável,
ciente de seus
deveres diante
de si e do
mundo.
Lembremos ainda
que a função
principal da
Casa Espírita é
a de auxiliar a
humanidade
através de
estudos
constantes,
ofertando campo
de trabalho,
facilitando o
amadurecimento
do indivíduo e
das sociedades.
Neste sentido,
recordemos a
salutar
advertência do
Espírito
Batuíra, quando
nos informa que
“toda
congregação
espírita na
Terra tem como
finalidade maior
esclarecer pelo
estudo, promover
o amadurecimento
emocional pelo
trabalho e
desenvolver as
virtudes em
potencial. Eis a
atividade
prudente e
prioritária dos
aprendizes do
Evangelho. A
ação caritativa
e a boa vontade
do Movimento
Espírita prestam
inestimáveis
serviços à
sociedade e ao
Estado,
conquanto não
devam assumir de
maneira
simplista e com
espírito
salvacionista as
funções do
serviço social,
que cabe à
administração
pública”
(na obra
‘Conviver e
Melhorar’).
*grifos nossos.
Finalizando
nossos
apontamentos,
agradecemos
vossa atenção
até aqui.
Sabemos que este
tema não é tão
popular quanto
tantos outros,
que por si só
chamam a atenção
de muitos, como
por exemplo, as
curas
espirituais.
Entretanto,
sabemos que
estudar também é
medida
profilática nas
questões da
saúde, uma vez
que o saber é a
antessala do
fazer. Na
esperança de ter
contribuído com
algo,
despeço-me,
realmente
agradecida.
"Portanto,
meus amados
irmãos, sede
firmes e
constantes,
sempre
abundantes na
obra do Senhor,
sabendo que o
vosso trabalho
não é vão no
Senhor."
Paulo (1
Coríntios
15:58).
Referências
Bibliográficas:
CHIBENI, S.,
Noções Básicas
da Mediunidade,
artigo
disponível no
site Portal do
Espírito,
acessado através
do endereço:
www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/mediunidade/nocoes-de-mediunidade.html,
em 01 de junho
de 2011.
CRISTIANO, E./
pelo Espírito de
Yvonne Pereira;
A Pena e o
Trovão; A
Importância do
Conhecimento
Espírita;
Campinas, SP,
Ed. Allan
Kardec, 2010.
GELERNTER, C. A
Fala e a Escrita
Espírita: Uma
Reflexão, artigo
disponível no
site Proseando,
através do link:
http://claudiagelernter.blogspot.com/2011/05/fala-e-escrita-espirita-uma-reflexao.html,
acessado em 01
de junho de
2011.
NETO, F.E.S.,
Conviver e
Melhorar, pelo
Espírito
Batuíra, Ed. Boa
Nova, 1999.
JOÃO, Apóstolo,
Novo Testamento,
14:15 a 17.
KARDEC, A. O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
Advento do
Espírito da
Verdade,
Tradução Guillon
Ribeiro. 3ª
Edição. Rio de
Janeiro: FEB.
1994.
__________ O
Livro dos
Espíritos.
Tradução Evandro
Noleto Bezerra.
Edição Especial.
Rio de Janeiro:
FEB. 2006.
XAVIER, F. C.
Pão Nosso, lição
Crê e Segue,
pelo Espírito
Emmanuel, Rio de
Janeiro: FEB,
24ª edição,
2004.
XAVIER, F. C.;
VIEIRA, W.
Conduta
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