Nos Bastidores da
Obsessão
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
9)
Damos prosseguimento ao
estudo do livro Nos
Bastidores da Obsessão,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada no
ano de 1970 pela Editora
da FEB.
Questões preliminares
A. Que acusação pesava
sobre a mulher levada a
julgamento naquela noite
pelo dr. Teofrastus?
Segundo o acusador, a
mulher vinha da Terra
após uma vida de
abominação, em que se
entregara a toda espécie
de prazeres. Tendo
oportunidade de fazer-se
mãe, seis vezes
consecutivas, delinquiu
em todas elas,
evadindo-se, pelo
infanticídio, a qualquer
responsabilidade para
com os próprios atos. Na
última vez, fez-se
vítima da própria
leviandade e desencarnou
após terrível e demorada
hemorragia que lhe
roubou toda a
possibilidade de
sobrevivência.
(Nos Bastidores da
Obsessão, cap. 6, pp.
123 a 126.)
B. Que punição recebeu a
mulher acusada de
aborto?
Após o veredicto, que a
considerou culpada, a
mulher foi submetida por
processos hipnóticos à
mutação do corpo
perispiritual, assumindo
a forma de uma loba, em
um deprimente caso de
licantropia.
(Obra citada, cap. 6,
pp. 124 a 129.)
C.
Afastado o obsessor,
Mariana recuperou-se
logo?
Não. Como vivia
aclimatada psiquicamente
às vibrações do seu
perseguidor, Mariana
sentiu-lhe a ausência
desde o momento em que
Saturnino acolhera ao
aconchego da prece o seu
ex-obsessor. Forte
prostração a levou ao
leito. Cruéis pesadelos
lhe produziam constantes
delíquios. José
Petitinga, a pedido de
Dona Rosa e Amália,
passou a visitá-la e
aplicar-lhe passes, o
que levou a jovem a um
período de refazimento.
O conhecido doutrinador
baiano explicou que as
energias deletérias, em
que Mariana se via
envolvida, criaram um
condicionamento psíquico
que, embora desgastando
o seu organismo, lhe
servia, também e
simultaneamente, de
sustentação. Libertada
agora da constrição
perturbadora, ela se
ressentia e padecia as
consequências da falta
dos fluidos pesados... É
como se alguém,
ambientado a uma região
de ar viciado, fosse
repentinamente
trasladado para um
planalto de ar rarefeito
e puro, o que produziria
natural sensação de
mal-estar, asfixia e
tortura. Naquele
momento, seria preciso
cultivar a paciência, a
oração e a vigilância. A
cura viria com o tempo e
dependeria muito da
própria Mariana.
(Obra citada, cap. 7,
pp. 131 a 136.)
Texto
para leitura
42. Serviço de som
- O préstito voluteou
por três vezes o
picadeiro e se aquietou
ao centro,
transferindo-se
Teofrastus para um
palanque adredemente
armado, com gestos
vulgares e ridículos.
Houve um súbito silêncio
feito de expectativa e
receio. Voltando-se para
a multidão, ele começou
a falar, através de um
microfone que levava a
sua voz às galerias por
meio de vários
projetores de som, de
alta potência. Em
palavras duras e
impiedosas, censurava os
que se atemorizam ante o
cumprimento do "dever da
vingança", explodindo
ameaças e exibindo toda
a prepotência que
supunha possuir. Por
fim, anunciou que
naquele dia seria
julgada uma criminosa
que se encontrava presa,
nos seus domínios, há
quase um ano. (Cap. 6,
págs. 123 e 124)
43. Consequências
do aborto -
Algemada e atada a uma
corrente, uma jovem
mulher de quase 35 anos
foi trazida, acolitada
por dois guardas e
conduzida ao palco da
triste encenação. Iria
começar o julgamento. O
acusador narrou seu
caso. A mulher vinha da
Terra após uma vida de
abominação, em que se
entregara a toda espécie
de prazeres. Tendo
oportunidade de fazer-se
mãe, seis vezes
consecutivas, delinquiu
em todas elas,
evadindo-se, pelo
infanticídio, a qualquer
responsabilidade para
com os próprios atos. Na
última vez, fez-se
vítima da própria
leviandade e desencarnou
após terrível e demorada
hemorragia que lhe
roubou toda a
possibilidade de
sobrevivência. Ele
informou então que duas
de suas vítimas ali se
encontravam, em
diferentes estados: um
conseguiu retomar a
forma anterior, mas
apresenta ainda os
sinais das lâminas que
lhe romperam o corpo em
formação; o outro dorme,
hibernado, na forma
desfigurada, graças ao
despedaçamento sofrido
no ato do aborto. Quando
despertou, no túmulo,
acreditando-se viva no
corpo, um soldado da
organização deu-lhe voz
de prisão pelos crimes
cometidos e,
algemando-a, trouxe-a ao
cárcere, em que tinha
estado até o momento.
(Cap. 6, págs. 124 a
126)
44. Fenômeno de
licantropia - As
duas testemunhas estavam
ao lado do acusador: uma
de lamentável aspecto
lacerado, e a outra,
apenas uma pasta
informe, perispiritual,
estiolada, que, mantida
numa cesta nauseante,
foi colocada sobre uma
mesa, em destaque, no
centro do palco. A
testemunha fez chocante
narração e o veredicto,
como se esperava, foi: -
Culpada. O dr.
Teofrastus ergueu-se e,
depois de receber
mesuras dos comparsas,
sentenciou: - Façamos
com ela o que no íntimo
sempre foi: uma loba!
Acercando-se da sofrida
entidade, ele passou a
ofendê-la, vilmente. A
vítima não apresentou
qualquer reação. Sua
visão parecia distante.
Obrigando-a a
ajoelhar-se, enquanto
lhe estrugia no dorso
longo chicote, ordenou,
de voz estertorada: -
Víbora infeliz!
Devoradora dos próprios
filhos! Toma tua
forma... a que já tens
na mente atormentada. A
voz, impregnada de
pesadas vibrações
deletérias e vigorosas,
dobrava os centros de
resistência
perispiritual da
atormentada e, diante
dos olhos de todos, ao
comando do verdugo
cruel, que se utilizava
de processos hipnóticos
deprimentes, atuava no
subconsciente
perispiritual abarrotado
de remorso da
infanticida,
imprimindo-lhe a
tragédia da mutação da
forma, num horrendo
fenômeno de licantropia,
dos mais lacerantes...
(Cap. 6, págs. 124 a
126)
45. Uma fuga
desesperada de
encarnados -
Choros convulsivos e
gritos irromperam
simultaneamente das
arquibancadas. A
altercação foi geral. As
sirenes de alarme foram
ligadas. A visão
horrenda daquela cena
produziu em algumas
centenas de encarnados
ali presentes choques
muito profundos e
violentos, que os
recambiaram
inopinadamente ao corpo
– abençoada cidadela de
defesa que a vida nos
concede para aprender e
recomeçar. (Cap. 6, pp.
126 e 127)
46. Instrumentos
da Lei Divina -
Após retornarem,
Saturnino elucidou os
estranhos acontecimentos
daquela noite. Os
infelizes companheiros
que labutam no
Anfiteatro constituem
segura organização a
serviço do mal,
aparentemente –
asseverou Saturnino. Na
verdade, eles se
transformam em
instrumentos de que se
utiliza a Lei Divina
para corrigir os que
ainda preferem os
tortuosos caminhos.
Somente as pessoas
imanadas às paixões é
que sintonizam com eles
e caem em suas malhas
vigorosas. O Benfeitor
disse então que muito
tempo ainda será
necessário até que as
Leis de Amor – Leis de
Vida – se estabeleçam em
definitivo entre nós.
Asseverou que só o bem
tem características de
perfeição, e valeu-se da
experiência do
psicovibrômetro para
mostrar que, sendo
produto do mal, ele é
falho, tanto que
permitiu que eles
entrassem no Anfiteatro,
o que não ocorreria em
sentido inverso: o
Espírito mais elevado
pode adensar o seu
perispírito,
sintonizando com o meio
ambiente e aspirando os
mesmos resíduos
espalhados no ar; mas o
Espírito moralmente
atrasado não pode, para
violar recintos
superiores, sutilizar o
padrão de sua
psicosfera, de modo a
criar condição mais
elevada. É preciso, para
isso, evoluir. (Cap. 6,
págs. 128 e 129)
47. A
recuperação de Mariana
- Afastado do conúbio
permanente com Mariana,
Guilherme esteve todo o
tempo em tratamento
especializado. Mariana,
por sua vez, como vivia
aclimatada psiquicamente
às vibrações do seu
perseguidor, sentiu-lhe
a ausência desde o
momento em que Saturnino
acolhera ao aconchego da
prece o seu ex-obsessor.
Forte prostração a levou
ao leito. As emoções
daquele dia em que Dona
Aurelina a conduziu ao
lar gastaram-lhe as
resistências psíquicas e
físicas. Cruéis
pesadelos lhe produziam
constantes delíquios.
José Petitinga, a pedido
de Dona Rosa e Amália,
passou a visitá-la e
aplicar-lhe passes, o
que levou a jovem a um
período de refazimento.
O conhecido doutrinador
baiano explicou que as
energias deletérias, em
que Mariana se via
envolvida, criaram um
condicionamento psíquico
que, embora desgastando
o seu organismo, lhe
servia, também e
simultaneamente, de
sustentação. Libertada
agora da constrição
perturbadora, ela se
ressentia e padecia as
consequências da falta
dos fluidos pesados... É
como se alguém,
ambientado a uma região
de ar viciado, fosse
repentinamente
trasladado para um
planalto de ar rarefeito
e puro, o que produziria
natural sensação de
mal-estar, asfixia e
tortura. Naquele
momento, seria preciso
cultivar a paciência, a
oração e a vigilância. A
cura viria com o tempo e
dependeria muito da
própria Mariana. (Cap.
7, págs. 131 a 135)
48. Freud e os
distúrbios do sexo
- Um médico, ao examinar
Mariana, sugeriu que o
problema da jovem talvez
fosse de ordem sexual.
José Petitinga comentou
o assunto com Manoel P.
de Miranda, dizendo que
os discípulos de Freud
acreditam encontrar no
sexo as explicações para
quase todos os problemas
que afligem o homem na
Terra. A comunhão
afetiva, inegavelmente,
vazada na excelência do
amor, consegue sublime
intercâmbio de forças e
energias de variada
espécie que restauram,
às vezes, as
organizações físicas e
psíquicas em desalinho –
dissertou José Petitinga
–, especialmente quando
de tal intercâmbio
resulta a bênção de
filhos, visto que os
inimigos espirituais
quase sempre tomam a
roupagem filial e
renascem nos braços dos
seus antigos
adversários,
libertando-os
temporariamente das
perturbações que antes
experimentavam. É isso
que dá aos materialistas
a falsa impressão de que
o problema foi resolvido
pela comunhão sexual
calmante, por ignorarem,
os que assim pensam, a
lei da reencarnação.
(Cap. 7, págs. 135 e
136)
Frases e apontamentos
importantes
LXXXVIII. Nascemos,
vivemos no corpo e
perdemos a indumentária,
retornando ao palco das
mesmas lutas, vezes
inúmeras, sem
conseguirmos melhorar as
condições espirituais,
repetindo a "roda das
paixões" escravizantes
em que nos comprazemos.
Muitos, em incontável
número, entramos na
carne e dela saímos sem
nos apercebermos do
fenômeno, aferrados às
vibrações mais primárias
da vida. Todos sonhamos
com os Céus, sim. Raros,
todavia, estamos
construindo as asas da
evolução com os
materiais da iluminação
íntima, nas linhas
severas do trabalho
fraterno, da renúncia,
da caridade e do perdão.
Semeamos pouca luz e
colhemos aflições
danosas; por essa razão,
nossa arca de esperança
permanece vazia de
alento. (Saturnino, cap.
5, pág. 116)
LXXXIX. Sejamos
prudentes, pois,
utilizando os recursos
da hora presente a
benefício próprio.
Verdadeiramente felizes
são aqueles que perdoam,
que cedem, que doam,
doando-se, também. Jesus
é ainda e sempre a nossa
lição viva, o nosso
exemplo perene.
Busquemo-Lo! (Saturnino,
cap. 5, pág. 116)
XC. (...) o conhecimento
do Espiritismo realiza a
melhor terapêutica para
o Espírito,
higienizando-lhe a
mente, animando-o para o
trabalho reto e atitudes
corretas e sobretudo
dulcificando-o pelo
exercício do amor e da
caridade, como medidas
providenciais de
reajustamento e
equilíbrio. Não há força
operante no mal que
consiga penetrar numa
mente assepsiada pelas
energias vitalizadoras
do otimismo, que se
adquire pela irrestrita
confiança em Deus e pela
prática das ações da
solidariedade e da
fraternidade.
(Saturnino, cap. 6, pág.
127)
XCI. Aliando o esforço
que cada um deve envidar
a benefício próprio, a
prece é fonte
inexaurível que irriga o
ser, renovando-o e
aprimorando-o, ensejando
também, logo após
depurar-se, a plainar
além dos reveses e
tropelias, arrastado
pelas sutis modulações
das Esferas Superiores
da Vida, onde haure
vitalidade e força para
superar todos os
empeços. (Saturnino,
cap. 6, pág. 127)
XCII. Convém considerar
que só o bem tem
características de
perfeição, por ser obra
de Deus, que é Perfeito.
O mal, engendrado pelo
Espírito atribulado,
opera por métodos de
violência e, dessa
forma, é falho, o que
atesta a sua
procedência. (Saturnino,
cap. 6, págs. 128 e
129)
XCIII. O enfermo mental,
classificado em qualquer
nomenclatura, é Espírito
perseguido em si mesmo,
fugitivo das Leis
Divinas, refugiando-se
numa organização
psíquica que lhe não
resiste aos caprichos e
se desborda em
alucinações, até à
alienação total. Muitas
recordações infelizes de
existências passadas
podem, repentinamente,
assomar à consciência
atual, libertadas dos
depósitos da
subconsciência, criando
estados patológicos
muito complexos. Essas
evocações podem tomar
dois aspectos distintos:
remorso inconsciente a
se manifestar em forma
de autopunição, como
buscando reparar o mal
praticado, e recordação
tormentosa, persistente,
gerando a distonia da
razão, o desequilíbrio
do discernimento. (José
Petitinga, cap. 7, pág.
134)
XCIV. O corpo é sempre
para o Espírito devedor
(...) sublime refúgio,
portador da bênção do
olvido momentâneo aos
males que praticamos e
cuja evocação, se nos
viesse à consciência de
inopino, nos
aniquilaria a esperança
da redenção. (José
Petitinga, cap. 7, pág.
139)
XCV. (...) os erros e os
gravames praticados pelo
Espírito em processo
evolutivo são
transmitidos ao corpo
que os integra na forma,
assinalando nas células
os impositivos da
própria reparação, a se
apresentarem como
limitação, frustração,
recalque, complexos da
personalidade como
outros problemas e
enfermidades que são as
mãos da Lei Divina
reajustando o infrator à
ordem. (José Petitinga,
cap. 7, pág. 139)
XCVI. O poder da oração
e a vida de elevação
santificante, no
entanto, são capazes,
embora a aparente
fraqueza de que se
revestem, de anular toda
a treva, blindando de
segurança qualquer
circunstância. (Manoel
P. de Miranda, cap. 8,
pág. 142)
XCVII. Sempre ávidos de
novidades, sem o
interesse de conhecer a
realidade da vida
espiritual após a
sepultura, as pessoas
ainda hoje preferem da
realidade espírita
conhecer somente o que
consideram fantástico e
sobrenatural, teimando
voluntariamente em
permanecer no erro.
(Manoel P. de Miranda,
cap. 8, pág. 144)
XCVIII. Vaidosos, os
homens não atentam ao
dever da solidariedade
nem da caridade,
considerando-se credores
de socorros e ajudas que
estão muito distantes de
merecer. Asfixiados pelo
"eu" dominador, supõem
que a vida deve
servi-los e que o barro
orgânico é edifício para
o seu supremo prazer...
(Manoel P. de Miranda,
cap. 8, págs. 144 e 145) (Continua no próximo
número.)