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O Espiritismo responde
Ano 5 - N° 217 - 10 de Julho de 2011
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)



O leitor Léo Martins, de Cidreira-RS, enviou-nos uma série de perguntas que são, como veremos, bastante frequentes, sobretudo para os que estão iniciando seus estudos pertinentes à doutrina espírita.

Ei-las, seguidas das explicações que colhemos nas obras espíritas:

1. Ao sofrer-se um acidente de carro que fica destruído, qual o porquê dos ocupantes escaparem ilesos?

“Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é.” Esta lição, constante da questão 853 d´O Livro dos Espíritos, parece que explica esses fatos extraordinários em que algumas pessoas escapam de acidentes nos quais todas as outras pereceram.   

Lemos na mesma questão que, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos.

Quanto à pergunta do leitor, recorramos à questão 855 do mesmo livro, que focaliza exatamente esse assunto:

855. Com que fim nos faz a Providência correr perigos que nenhuma consequência devem ter? “O fato de ser a tua vida posta em perigo constitui um aviso que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e te tornares melhor. Se escapas desse perigo, quando ainda sob a impressão do risco que correste, cogitas, mais ou menos seriamente, de te melhorares, conforme seja mais ou menos forte sobre ti a influência dos Espíritos bons. (...) Por meio dos perigos que correis, Deus vos lembra a vossa fraqueza e a fragilidade da vossa existência. Se examinardes a causa e a natureza do perigo, verificareis que, quase sempre, suas consequências teriam sido a punição de uma falta cometida ou da  negligência no cumprimento de um dever. Deus, por essa forma, exorta o Espírito a cair em si e a se emendar.”

2. Ao encarnarmos, já vimos com destino traçado e a data de desencarnação?

Não existe destino inteiramente traçado, mas sim um plano geral que decorre da chamada programação reencarnatória, assunto tratado na questão 851 d´O Livro dos Espíritos, em que Kardec indaga se existe fatalidade nos acontecimentos da vida, isto é, se os acontecimentos são predeterminados.  

Eis o que os imortais disseram: “A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado. Falo das provas físicas, pois, pelo que toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir”.

3. Como podemos caracterizar o grau de elevação de um médium vidente e sensitivo?

O grau de elevação de um médium pode ser medido pelas qualidades que ele apresenta como médium e como pessoa. Nesse sentido, não há como ignorar a lição contida no cap. XX, item 227, d´O Livro dos Médiuns, em que lemos que as qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo e o desprendimento das coisas materiais, ao passo que os defeitos que os afastam são o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria.

4. Como se sente e pode agir um Espírito que convive e faz parte de um meio familiar, onde os demais conflitam-se entre si?

Se essa pessoa entende a gênese da formação das famílias, saberá que recebemos no processo reencarnatório não a família que queremos ou merecemos, mas, sim, aquela de que necessitamos, tendo em vista nossas necessidades próprias e as daqueles que vivem ao nosso lado. É por isso que se diz, com inteira razão, que na família estão os nossos maiores deveres e também nossos maiores desafios.

5. O que identificamos como choque de corrente?

A expressão “choque de corrente”, tão usada na eletro-eletrônica e em determinados procedimentos médicos, é, pelo que sabemos, estranha ao vocabulário espírita. Nos textos espíritas fala-se em choque fluídico e em choque anímico, expressão utilizada para designar o tratamento energético dos desencarnados promovido com sua manifestação por meio da psicofonia, nas sessões de desobsessão das Casas Espíritas.


 


 
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