O leitor Léo Martins, de
Cidreira-RS, enviou-nos uma
série de perguntas que são,
como veremos, bastante
frequentes, sobretudo para
os que estão iniciando seus
estudos pertinentes à
doutrina espírita.
Ei-las, seguidas das
explicações que colhemos nas
obras espíritas:
1. Ao sofrer-se um acidente
de carro que fica destruído,
qual o porquê dos ocupantes
escaparem ilesos?
“Fatal, no verdadeiro
sentido da palavra, só o
instante da morte o é.” Esta
lição, constante da questão
853 d´O Livro dos
Espíritos, parece que
explica esses fatos
extraordinários em que
algumas pessoas escapam de
acidentes nos quais todas as
outras pereceram.
Lemos na mesma questão que,
qualquer que seja o perigo
que nos ameace, se a hora da
morte ainda não chegou, não
morreremos.
Quanto à pergunta do leitor,
recorramos à questão 855 do
mesmo livro, que focaliza
exatamente esse assunto:
855. Com que fim nos faz a
Providência correr perigos
que nenhuma consequência
devem ter? “O fato de ser a
tua vida posta em perigo
constitui um aviso que tu
mesmo desejaste, a fim de te
desviares do mal e te
tornares melhor. Se escapas
desse perigo, quando ainda
sob a impressão do risco que
correste, cogitas, mais ou
menos seriamente, de te
melhorares, conforme seja
mais ou menos forte sobre ti
a influência dos Espíritos
bons. (...) Por meio dos
perigos que correis, Deus
vos lembra a vossa fraqueza
e a fragilidade da vossa
existência. Se examinardes a
causa e a natureza do
perigo, verificareis que,
quase sempre, suas
consequências teriam sido a
punição de uma falta
cometida ou da negligência
no cumprimento de um dever.
Deus, por essa forma, exorta
o Espírito a cair em si e a
se emendar.”
2. Ao encarnarmos, já vimos
com destino traçado e a data
de desencarnação?
Não existe destino
inteiramente traçado, mas
sim um plano geral que
decorre da chamada
programação reencarnatória,
assunto tratado na questão
851 d´O Livro dos
Espíritos, em que Kardec
indaga se existe fatalidade
nos acontecimentos da vida,
isto é, se os acontecimentos
são predeterminados.
Eis o que os imortais
disseram: “A fatalidade
existe unicamente pela
escolha que o Espírito fez,
ao encarnar, desta ou
daquela prova para sofrer.
Escolhendo-a, instituiu para
si uma espécie de destino,
que é a consequência mesma
da posição em que vem a
achar-se colocado. Falo das
provas físicas, pois, pelo
que toca às provas morais e
às tentações, o Espírito,
conservando o livre-arbítrio
quanto ao bem e ao mal, é
sempre senhor de ceder ou de
resistir”.
3. Como podemos caracterizar
o grau de elevação de um
médium vidente e sensitivo?
O grau de elevação de um
médium pode ser medido pelas
qualidades que ele apresenta
como médium e como pessoa.
Nesse sentido, não há como
ignorar a lição contida no
cap. XX, item 227, d´O
Livro dos Médiuns, em
que lemos que as qualidades
que,
de preferência, atraem os
bons Espíritos são a
bondade, a benevolência, a
simplicidade do coração, o
amor do próximo e o
desprendimento das coisas
materiais, ao passo que os
defeitos que os afastam são
o orgulho, o egoísmo, a
inveja, o ciúme, o ódio, a
cupidez, a sensualidade e
todas as paixões que
escravizam o homem à
matéria.
4. Como se sente e pode agir
um Espírito que convive e
faz parte de um meio
familiar, onde os demais
conflitam-se entre si?
Se essa pessoa entende a
gênese da formação das
famílias, saberá que
recebemos no processo
reencarnatório não a família
que queremos ou merecemos,
mas, sim, aquela de que
necessitamos, tendo em vista
nossas necessidades próprias
e as daqueles que vivem ao
nosso lado. É por isso que
se diz, com inteira razão,
que na família estão os
nossos maiores deveres e
também nossos maiores
desafios.
5. O que identificamos como
choque de corrente?
A expressão “choque de
corrente”, tão usada na
eletro-eletrônica e em
determinados procedimentos
médicos, é, pelo que
sabemos, estranha ao
vocabulário espírita. Nos
textos espíritas fala-se em
choque fluídico e em choque
anímico, expressão utilizada
para designar o tratamento
energético dos desencarnados
promovido com sua
manifestação por meio da
psicofonia, nas sessões de
desobsessão das Casas
Espíritas.
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