Nos Bastidores da
Obsessão
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
12)
Damos prosseguimento ao
estudo do livro Nos
Bastidores da Obsessão,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada no
ano de 1970 pela Editora
da FEB.
Questões preliminares
A. Que Espíritos eram
levados para a Cidade da
Flagelação?
Os Espíritos
selecionados são
criminosos que, depois
de receberem as
primeiras correções,
eram conduzidos para os
presídios próprios, nas
furnas, onde se levantam
as construções da Cidade
da Flagelação.
(Nos Bastidores da
Obsessão, cap. 10, pág.
188.)
B. Que programa
reencarnatório foi
proposto a Teofrastus?
Glaucus ofereceu-lhe a
oportunidade de ser
filho de Henriette.
"Fruir-lhe-eis a ternura
das mãos e sugareis o
leite vital do seu seio.
Estareis no calor da sua
devoção e os vossos
olhos se demorarão
mergulhados na
luminosidade dos olhos
que amam. Permutareis a
grande noite da soledade
pelo demorado meio-dia
da convivência.
Transfundireis todo
sentimento de amargura
em expressão de
dependência e fé", eis
as palavras ditas pelo
benfeitor espiritual.
"Por década de
distância, um tempo sem
fim de presença, de
imorredoura constância",
concluiu Glaucus.
(Obra citada, cap. 10,
págs. 188 a 190.)
C. Por que Teofrastus
temia ceder à proposta
de Glaucus?
O ex-mago grego
confessou que tinha medo
daquilo que o esperava.
Dizia conhecer a
extensão dos seus atos e
sabia as consequências
que eles deveriam
acarretar. "Temo, porque
creio... E crendo,
sofro. Em todo o
pelejar, mesmo odiando,
nunca O bani da minha
mente", disse Teofrastus,
que relatou ter vindo da
França para o Brasil,
nos primeiros dias do
século 20, com o
objetivo de perseguir os
espíritas, através do
medo ou da sedução.
Como, então, poderia
agasalhar-se numa Casa
espírita? Como
liberar-se dos
compromissos com aqueles
a quem se encontrava
vinculado?
(Obra citada, cap. 10,
págs. 190 a 194.)
Texto para leitura
59. Cidade da
Flagelação -
Teofrastus explicou que,
na aplicação do código a
que ele obedecia, eles
selecionavam criminosos
que alcançavam, de suas
mãos, as primeiras
correções, após o que
eram conduzidos para os
presídios próprios, nas
furnas, onde se levantam
as construções da Cidade
da Flagelação. Ligados
por processo mental
especializado, ele e
seus cômpares com
frequência eram
convidados à prestação
de contas, em minuciosos
relatórios verbais
fiscalizados por
técnicos competentes e
aparelhos sensíveis.
Além disso, ele tinha
suas próprias razões que
o impediam a tudo
abandonar, renegando
assim à felicidade que
usufruía, sem conhecer
de antemão o que o
aguardava. Teofrastus
julgava, então, que
arrancar Henriette do
corpo – o que para ele
seria bastante fácil –
possibilitar-lhe-ia
tê-la para sempre ao seu
lado. (Cap. 10, pág.
188)
60. O esboço de um
programa de vida
- Glaucus o advertiu,
contudo, dizendo que, se
Henriette desencarnasse
por iniciativa dele (Teofrastus),
a jovem escaparia de
suas mãos, por ter sido
apressada a sua partida,
sem que se pudesse
responsabilizá-la por
isso. Esclareceu então
que toda vítima libra
acima dos seus algozes e
que, com a ajuda do
Senhor, seria
perfeitamente possível
isolá-la da
interferência inferior,
por processos que
escapam à sagacidade
deles, Espíritos, mas
pertencem à sabedoria do
Criador. Teofrastus
admitiu que não ignorava
isso, mas disse que,
amando Henriette, não
desejava privar-se de
seu amor. Glaucus
ofereceu-lhe, porém, uma
alternativa: não podendo
ser-lhe o esposo, ele
poderia ser seu filho.
"Fruir-lhe-eis a ternura
das mãos e sugareis o
leite vital do seu seio.
Estareis no calor da sua
devoção e os vossos
olhos se demorarão
mergulhados na
luminosidade dos olhos
que amam. Permutareis a
grande noite da soledade
pelo demorado meio-dia
da convivência.
Transfundireis todo
sentimento de amargura
em expressão de
dependência e fé", eis
as palavras ditas pelo
benfeitor espiritual.
"Por década de
distância, um tempo sem
fim de presença, de
imorredoura constância",
concluiu Glaucus. (Cap.
10, págs. 188 e 189)
61. Enfermidade
simulacro - E a
lepra, que parecia
consumir a jovem Ana
Maria (nome atual de
Henriette)? Como
curá-la? Tais dúvidas
levantadas pelo amado de
Ana Maria foram sanadas
por Glaucus. Na verdade,
a lepra era uma
enfermidade simulacro,
produzida pelas
descargas constantes de
seu algoz desencarnado.
De mente consumida pela
perturbação que a si
mesma se vinha impondo,
a jovem sincronizou com
o verdugo que a
atormentava e,
amolentada pelas
vibrações hipnóticas do
seu antagonista, começou
a experimentar as falsas
impressões do mal de
Hansen – conforme desejo
do seu inimigo –, sendo
atirada à colônia em que
vivia, em quase total
abandono, para que a
vindita a levasse ao
suicídio. Aliás, tal
plano fora sugerido pelo
próprio Teofrastus, que
assim procedeu numa das
consultas formuladas
pelo algoz de Henriette,
no Anfiteatro, anos
atrás. Sob a assistência
de passistas
especializados do plano
espiritual, e afastado
para tratamento o seu
perseguidor, Ana Maria
recobraria forças
físicas e orgânicas e
logo mais estaria
recuperada. Depois,
reencontraria alguém que
também se lhe vincula,
formando um lar, onde
receberia em seu seio
Teofrastus e seu antigo
algoz, para tudo
recomeçar, refazer,
regularizar... (Cap. 10,
págs. 189 e 190)
62. O temor de
Teofrastus - O
ex-mago grego confessou
que tinha medo daquilo
que o esperava. Dizia
conhecer a extensão dos
seus atos e sabia as
consequências que eles
deveriam acarretar.
"Temo, porque creio... E
crendo, sofro. Em todo o
pelejar, mesmo odiando,
nunca O bani da minha
mente", disse Teofrastus,
que relatou ter vindo da
França para o Brasil,
nos primeiros dias deste
século, com o objetivo
de perseguir os
espíritas, através do
medo ou da sedução.
Muitas vezes, seu grupo
trazia os espíritas,
quando semidesligados do
corpo pelo sono, para
que as visões de seus
cenários e das suas
operações malignas
pudessem "infundir-lhes
medo ou sedução,
deixando nas suas
lembranças as sementes
do desejo, no culto do
sexo, da ambição, no
culto do dinheiro, da
prepotência, no culto da
vaidade". Como, então,
poderia agasalhar-se
numa Casa espírita? Como
liberar-se dos
compromissos com aqueles
a quem se encontrava
vinculado? Glaucus
explicou-lhe então que
aquela Casa dispunha de
defesas construídas em
muitas décadas de santas
realizações, merecendo
do Plano Divino
carinhosa assistência e
que não havia porque
considerar compromissos
senão com a Verdade. "Os
outros não podem ser
denominados
compromissos, mas
conchavos da ignorância,
destituídos de qualquer
valor, pelos propósitos
infelizes de que se
revestem", disse-lhe
Glaucus. "Nossa
destinação, meu amigo, é
a Verdade. Como Jesus é
o caminho, não mais
recalcitremos", concluiu
o benfeitor espiritual.
(Cap. 10, págs. 190 a
194)
Frases e apontamentos
importantes
CXXVII. As altas
responsabilidades
consequentes do
conhecimento do
Espiritismo forjam
homens verazes, cristãos
legítimos. Neles não há
campo para a
coexistência pacífica do
erro com a retidão, da
mentira com a verdade,
da dissimulação com a
honestidade, da lealdade
com a hipocrisia, da
maledicência com a
piedade fraternal, da
ira com o amor...
(Manoel P. de Miranda,
cap. 11, pág. 201)
CXXVIII. (...) O
aprendiz da lição
espírita é alguém em
combate permanente pela
própria transformação
moral, elevação
espiritual e renovação
mental, com vistas à
perfeição que a todos
nos acena e espera...
(Manoel P. de Miranda,
cap. 11, págs. 201 e
202)
CXXIX. Miranda, a maior
transfusão de forças que
se conhece é aquela que
se faz através do amor.
E a mais exuberante
fonte de amor que vige
na Terra se encontra no
coração fervoroso de uma
mãe afetuosa e
cumpridora dos seus
deveres. (José
Petitinga, falando a
Manoel P. de Miranda,
cap. 11, pág. 210)
CXXX. (...) o carvalho
enrija fibras sob as
agressões da
tempestade... (Manoel P.
de Miranda, cap. 12,
pág. 219)
CXXXI. Despertar para a
verdade é, também,
nascer para a
responsabilidade.
Conhecer o bem significa
renunciar ao erro. O
cego que se demora sem o
contágio da visão por
longos anos, ao
despertar em manhã de
formoso dia, sente a
ardência da luz e
experimenta o sofrimento
que a claridade lhe
produz... (Glaucus, cap.
12, pág. 220)
CXXXII. (...) nossos
atos nos elegem vítimas
ou algozes de nós
mesmos, e (...) por mais
cruel que seja a nossa
atuação, não fugimos ao
nosso destino de
felicidade, mais hoje ou
mais tarde. (Glaucus,
cap. 12, pág. 221)
CXXXIII. Nenhum de nós
está isento de ser
vítima de circunstâncias
que tais <alude ao que
aconteceu com Teofrastus>,
derrapando nos abismos
do desespero e da
alucinação, através de
cuja queda poderemos
retardar em demasia o
nosso progresso, a nossa
dita. (Glaucus, cap. 12,
pág. 223)
CXXXIV. Indubitavelmente
"temos testemunhas ao
redor de nós" e são
muitas, em número
superior ao que se
pensa, estas, que são os
homens, e aquelas que,
do Mundo Espiritual,
acompanham o que
pensamos, dizemos e
fazemos... (Glaucus,
cap. 12, pág. 224)
CXXXV. Em todo problema
de desobsessão há que
considerar o Espírito
sofredor que provoca
sofrimento e levar em
conta os recursos éticos
do doutrinador, ao lado
da sua conduta espírita,
isto é, sua
responsabilidade moral.
(...) instrução que não
se faz acompanhar do
exemplo não possui a
tônica da verdade.
(Glaucus, cap. 12, pág.
224)
CXXXVI. (...) o mérito
do próprio obsidiado, as
possibilidades que se
lhe podem oferecer com o
retorno da saúde, no
sentido de libertar-se
da obsessão, constituem
também pontos favoráveis
para desatar o enfermo
das amarras com o delito
passado, de cuja
cobrança o desencarnado
se faz infeliz
intermediário. (Glaucus,
cap. 12, pág. 224)
CXXXVII. Palavras belas
e sonantes, conceitos
elevados são de fácil
aquisição em muitos
lugares. A excelência,
porém, de uma ideia, de
uma convicção, da
Religião se constata
pelo número daqueles que
foram modificados, que
se transformaram e que
se deram à sua
realidade. (Glaucus,
cap. 12, pág. 224) (Continua no próximo
número.)