Nos Bastidores da
Obsessão
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
13)
Damos prosseguimento ao
estudo do livro Nos
Bastidores da Obsessão,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada no
ano de 1970 pela Editora
da FEB.
Questões preliminares
A. Como se deu o
reencontro entre
Henriette e Teofrastus?
Henriette (hoje Ana
Maria) foi trazida ao
recinto do encontro,
adormecida, qual criança
agasalhada no afeto
paternal. Ao vê-la
deitada sobre alvo
leito, Teofrastus foi
acometido de angustiante
expectativa. Glaucus o
acalmou com gesto
delicado e, tocando as
têmporas da jovem,
despertou-a com voz
amiga e confortadora.
Quando a enferma
reconheceu a seu lado o
antigo esposo, seu olhar
adquiriu brilho especial
e ela alongou os braços.
Teofrastus, com a
aquiescência de Glaucus,
estreitou-a com imensa
ternura, envolvendo-a em
ondas de afetividade e
carinho. A cena que se
seguiu foi comovente.
Pedidos de perdão,
promessas de felicidade
e muito choro de parte
de Teofrastus... Glaucus
aproximou-se e exortou-o
ao equilíbrio. Falou-lhe
da significação do
momento e das poucas
reservas que Ana Maria
possuía. Em seguida,
disse à jovem que o seu
sonho de amor, esperado
por tanto tempo, agora
se concretizaria.
Explicou-lhe, assim, o
plano sugerido a
Teofrastus, em que ele
volveria à carne na
condição de seu filho.
Ana Maria, sacudida por
impulso inesperado,
ajoelhou-se e, abrindo
os braços, balbuciou: -
"Que se faça a vontade
de Deus!"
(Nos Bastidores da
Obsessão, cap. 10, pp.
194 a 198.)
B. Duas técnicas
opostas, mas às vezes
igualmente eficientes,
utilizam os obsessores
no curso do processo
obsessivo. Quais são
elas e em que consistem?
As duas técnicas são bem
conhecidas dos
espíritas. Em alguns
casos, os obsessores
aumentam a agressão às
suas vítimas a fim de
lhes darem ideias falsas
de que a frequência às
sessões acarreta maior
dose de sofrimento,
inspirando-as a
debandarem, após o que,
então, cessam de repente
a constrição obsessiva,
fazendo crer que a
melhoria decorreu do
abandono aos
compromissos espíritas.
Mais tarde, voltam mais
ferozes, cruéis,
implacáveis. De outras
vezes, agem de maneira
inversa: logo que o
indivíduo começa a
participar do estudo e
da tarefa espiritista,
afastam-se
temporariamente,
permanecendo em contínua
vigília. Se a pessoa,
pensando estar curada,
deixa os seus
compromissos, sem que a
dívida esteja resgatada,
eis que os verdugos
perseverantes, que a
seguem, retornam
vigorosos e ferozes.
(Obra citada, cap. 11,
pp. 200 a 204.)
C. Com a agressão
sofrida por Mateus
Soares, Mariana
perturbou-se novamente,
a ponto de tentar
agredir Petitinga. Que
explicações este deu
sobre o caso?
José Petitinga
esclareceu a Manoel P.
de Miranda – em virtude
do receio deste de que o
amigo sofresse agressão
física por parte da
entidade que se
manifestou através de
Mariana – que a serviço
de Jesus nada devemos
temer, porque "quando
estamos a serviço da
verdade, geramos e
emitimos vibrações que
nos defendem de todo o
mal". Claro que não nos
devemos expor à
temeridade, criando
situações embaraçosas e
perfeitamente
desnecessárias. É
preciso, porém, confiar
na assistência de Jesus
quando estamos imbuídos
do desejo de servir. Os
episódios ocorridos na
família Soares eram
perfeitamente
compreensíveis. O Sr.
Mateus, conturbado em si
mesmo, é portador de
enfermidade íntima de
longo curso. Vivendo o
clima da jogatina, nosso
irmão foi vítima de
Entidades infelizes que
armaram a mão do seu
opositor para lhe
roubarem a vida. Ante o
choque, a menina Mariana
entrou em sintonia com o
sicário que a
espreitava. Na verdade,
o problema da
desobsessão tem longo
curso. O simples
afastamento da entidade
perseguidora não é fator
de paz naquele que se
lhe vinculava. Em
processos obsessivos
como o de Mariana, há
sempre uma mediunidade
latente, que oferece
recursos de sintonia
psíquica entre
perseguidor e
perseguido. Com o
afastamento de um, as
possibilidades
medianímicas do outro se
dilatam, sendo
necessário educar,
disciplinar, instruir o
médium para que este
adquira os recursos que
o capacitem à defesa
própria e aos cuidados
contra as ciladas bem
urdidas de outros
Espíritos infelizes e
levianos.
(Obra citada, cap. 11,
pp. 205 a 213.)
Texto para leitura
63. O encontro com
Henriette - A um
sinal quase
imperceptível, Saturnino
deixara o recinto em
busca de Henriette (hoje
Ana Maria), que ele
trouxe ao recinto,
adormecida, qual criança
agasalhada no afeto
paternal. Vendo-a,
deitada sobre alvo
leito, Teofrastus foi
acometido de angustiante
expectativa. Glaucus o
acalmou com gesto
delicado e, tocando as
têmporas da jovem,
despertou-a com voz
amiga e confortadora.
Quando a enferma
reconheceu a seu lado o
antigo esposo, seu olhar
adquiriu brilho especial
e ela alongou os braços.
Teofrastus, com a
aquiescência de Glaucus,
estreitou-a com imensa
ternura, envolvendo-a em
ondas de afetividade e
carinho. A cena que se
seguiu foi comovente.
Pedidos de perdão,
promessas de felicidade
e muito choro de parte
de Teofrastus... Glaucus
aproximou-se e exortou-o
ao equilíbrio. Falou-lhe
da significação do
momento e das poucas
reservas que Ana Maria
possuía. Em seguida,
disse à jovem que o seu
sonho de amor, esperado
por tanto tempo, agora
se concretizaria.
Explicou-lhe, assim, o
plano sugerido a
Teofrastus, em que ele
volveria à carne na
condição de seu filho.
Ana Maria, sacudida por
impulso inesperado,
ajoelhou-se e, abrindo
os braços, balbuciou: -
"Que se faça a vontade
de Deus!" Seria
preciso, no entanto, que
ela desse ensejo também
a Jean Villemain, o
infeliz sacerdote que,
no passado, desencadeou
todas estas aflições...
Ela, porém, se recusa a
recebê-lo como filho,
porque dizia odiá-lo com
todas as forças. "O
ódio, filha – disse-lhe
Glaucus –, somente
desaparece na pira do
sacrifício do amor". E
perguntou-lhe:
"Negar-lhe-ás a sublime
oferta do recomeço, que
a ti a Misericórdia
Divina, por sua vez,
está concedendo?" O
Benfeitor espiritual
falou das virtudes da
maternidade e dos
exemplos de Jesus, que
prossegue amando a todos
nós, apesar dos nossos
erros. Os argumentos
eram irretorquíveis e
Ana Maria concordou. Se
esse amor pudesse
beneficiar Teofrastus,
ela aceitaria também,
como filho, o algoz de
sua vida. Pouco depois,
Teofrastus despediu os
dois guardas que o
haviam acompanhado,
ficando combinado que
ele se demoraria naquela
Casa sob os auspícios
dos Instrutores, até que
fosse encaminhado a uma
Colônia preparatória
para a reencarnação
futura. (Cap. 10, págs.
194 a 198)
64. A
resposta das trevas
- Valendo-se da
mediunidade de Morais, o
instrutor Saturnino
esclareceu que, com as
operações espirituais em
andamento e o
consequente deslocamento
do diretor do
Anfiteatro, em breve
haveria a resposta dos
grupos de Espíritos
infelizes ligados ao
mal, que, tão logo se
refizessem do choque,
arremeteriam violentos,
tentando uma revanche
injustificável,
perniciosa e de
resultados para eles
mesmos danosos. Convinha
que todos se mantivessem
nos padrões do Cristo,
em constante vigilância.
De fato, uma semana
depois quase todos os
encarnados, componentes
do grupo, começaram a
experimentar singular
melancolia e alguns
traços de irritabilidade
no comportamento. Não
ignoravam eles que há
duas técnicas bem
conhecidas de que se
utilizam os
perseguidores de
encarnados atormentados
que buscam o concurso o
Espiritismo: em alguns
casos, eles aumentam a
agressão às suas vítimas
a fim de lhes darem
ideias falsas de que a
frequência às sessões
acarreta maior dose de
sofrimento,
inspirando-as a
debandarem, após o que,
então, cessam de repente
a constrição obsessiva,
fazendo crer que a
melhoria decorreu do
abandono aos
compromissos espíritas.
Mais tarde, voltam mais
ferozes, cruéis,
implacáveis. De outras
vezes, agem de maneira
inversa: logo que o
indivíduo começa a
participar do estudo e
da tarefa espiritista,
afastam-se
temporariamente,
permanecendo em contínua
vigília. Se a pessoa,
pensando estar curada,
deixa os seus
compromissos, sem que a
dívida esteja resgatada,
eis que os verdugos
perseverantes, que a
seguem, retornam
vigorosos e ferozes.
(Cap. 11, págs. 200 a
204)
65. Proteção
espiritual - Em
todo processo de
desobsessão, se a
vigilância, a oração e o
jejum moral são
condições essenciais, o
otimismo e o bom-humor
não podem ser relegados
para trás. Tristeza é
nuvem nos olhos da saúde
e irritabilidade é
tóxico nos tecidos da
paz... Não obstante,
todos experimentavam
certas sombras psíquicas
investindo insistentes,
constantes. Saturnino
veio-lhes ao socorro e,
numa advertência feita
em reunião
extraordinária do grupo,
conclamou-os à
"resistência contra o
mal", corroborando a
advertência anterior de
que as investidas da
Organização logo se
fariam sentir. Era
preciso, pois, levantar
o Espírito e marchar
irmanados de maneira a
sustentar-se uns nos
outros. A oração em
conjunto, a reunião de
pensamentos, consegue a
bênção da fraternidade e
esta a do socorro
recíproco. "É muito
fácil arrebentar-se uma
vara isolada, mas não se
pode fazer o mesmo a um
feixe...", ensinou o
instrutor espiritual.
(Cap. 11, pág. 204)
66. Novas aflições
entre os Soares
- A família Soares iria
passar naqueles dias por
novas aflições. Sendo a
dor a melhor forma de o
homem entender as
realidades da vida por
enquanto, era bem certo
que o sofrimento faria o
seu mister. Após a
reunião na Casa
espírita, o telefone
chamou Petitinga ao lar
dos Soares. Dona Rosa e
a filha Amália haviam
retornado do Pronto
Socorro, onde se
encontrava internado o
chefe do lar, que fora
submetido a delicada
cirurgia de emergência.
Um companheiro de jogos,
acusado pelo Sr. Mateus
de estar fraudando, após
acalorada discussão,
desferiu-lhe lamentável
golpe de punhal. A
Polícia interveio e
fechou a casa, que
funcionava com "jogos de
azar" proibidos. Com a
notícia, Mariana fora
acometida de um choque
nervoso e cruel e, desde
então, estava inquieta,
de olhar desvairado, com
sintomas que pareciam
alarmantes. Entidades
desencarnadas estavam de
novo criando pânico e
perturbação na família
aturdida. O ambiente no
lar traduzia a
intoxicação violenta por
fluidos de baixo teor
vibratório, o que lhe
dava a impressão de um
local asfixiante,
abrasador e
constringente. Quando
Petitinga se aproximou
do leito de Mariana e
lhe tocou as têmporas, a
jovem ergueu-se de um
salto e, transfigurada
pela irrupção do
fenômeno mediúnico,
ficou de pé, em atitude
desafiadora,
desgrenhada, e avançou,
ameaçadora, na direção
de Petitinga, com os
punhos cerrados. O
notável apóstolo do
Espiritismo na Bahia
permaneceu tranquilo e
falou bondosamente à
entidade que se
manifestava através de
Mariana. Seguiu-se breve
diálogo, em que a
entidade, colérica,
recusava ajuda e fazia
ameaças. No fim,
gargalhando e renovando
as ameaças contra o
grupo, a entidade
desligou-se da médium
que, inexperiente, por
pouco não caiu. Dona
Rosa envolveu a filha em
seus braços e Mariana
adormeceu tranquila.
(Cap. 11, págs. 205 a
210)
67. Explicações de
Petitinga - José
Petitinga esclareceu a
Manoel P. de Miranda –
em virtude do receio
deste de que o amigo
sofresse agressão
física por parte da
entidade que se
manifestou através de
Mariana – que a serviço
de Jesus nada devemos
temer, porque "quando
estamos a serviço da
verdade, geramos e
emitimos vibrações que
nos defendem de todo o
mal". Claro que não nos
devemos expor à
temeridade, criando
situações embaraçosas e
perfeitamente
desnecessárias. É
preciso, porém, confiar
na assistência de Jesus
quando estamos imbuídos
do desejo de servir. Os
episódios ocorridos na
família Soares são
perfeitamente
compreensíveis. O Sr.
Mateus, conturbado em si
mesmo, é portador de
enfermidade íntima de
longo curso. Vivendo o
clima da jogatina, nosso
irmão foi vítima de
Entidades infelizes que
armaram a mão do seu
opositor para lhe
roubarem a vida. Ante o
choque, a menina Mariana
entrou em sintonia com o
sicário que a
espreitava. Na verdade,
o problema da
desobsessão tem longo
curso. O simples
afastamento da entidade
perseguidora não é fator
de paz naquele que se
lhe vinculava. Em
processos obsessivos
como o de Mariana, há
sempre uma mediunidade
latente, que oferece
recursos de sintonia
psíquica entre
perseguidor e
perseguido. Com o
afastamento de um, as
possibilidades
medianímicas do outro se
dilatam, sendo
necessário educar,
disciplinar, instruir o
médium para que este
adquira os recursos que
o capacitem à defesa
própria e aos cuidados
contra as ciladas bem
urdidas de outros
Espíritos infelizes e
levianos. (Cap. 11,
págs. 211 a 213)
Frases e apontamentos
importantes
CXXXVIII. Em todo
processo de desobsessão
não podemos
desconsiderar o concurso
do tempo, que nos exige
alta dosagem de
paciência e
perseverança. Aqueles
que se propõem a ajudar,
compreendem a
necessidade de criar
condições para o
desiderato. (Glaucus,
cap. 12, pág. 225)
CXXXIX. Qualquer tarefa
de desobsessão,
portanto, representa
nobre e elevada
responsabilidade para
todos os que nela se
envolvem, requerendo
conhecimento doutrinário
seguro e vivência
cristalina evangélica...
(Glaucus, cap. 12, pág.
225)
CXL. A consciência da
verdade oferece ao ser
consciência lúcida. O
erro já lhe não empana o
raciocínio e o Espírito
não mais se conforma com
engodos nem aceita
ilusões. Impõe-se a si
mesmo o imposto do
resgate como impositivo
do próprio êxito. Sente
que não merece
felicidade desonesta e
estatuída à base da
astúcia, o que
representaria
impedimento à paz.
(Glaucus, cap. 12, pág.
227)
CXLI. Uma agressão de
qualquer natureza faz-se
antecipar da vibração
selvagem do ódio, da
ira, da perversão, que
envolve o que lhe cai
nas malhas,
predispondo-o à reação
compatível ao atentado
que venha a
experimentar. O plano de
socorro e da caridade
também exterioriza
energia envolvente que
permeia o ser a quem
objetiva, e quando o ato
o alcança eis que ele já
está investido da
reserva favorável ao
registro e aceitação da
oferta de amor.
(Glaucus, cap. 12, pág.
228)
CXLII. A prova chega
quando o aluno realizou
o curso, obviamente,
como consequência
natural para a
verificação da
aprendizagem na seleção
dos mais aptos e
valorosos. Noutros
casos, porém, a
enfermidade e a dor são
medidas preventivas
impeditivas de danos
maiores na economia do
progresso. (Glaucus,
cap. 12, pág. 228)
CXLIII. O próprio amor,
após examinar os
recursos e
possibilidades de
determinados pacientes
da alma (...),
impossibilita-os de
caírem em danos mais
graves, comprometimentos
mais ásperos para eles
mesmos, resolvendo que,
por enquanto, para a
melhora de suas
aquisições, só a doença,
o agravamento do seu
estado, ensejando, desse
modo, enquanto presos ao
leito, tempo de meditar
e transformar ideias, de
buscar o pensamento
divino e renovar-se.
(Glaucus, cap. 12, pág.
229)
CXLIV. Em toda e
qualquer situação
valorizemos a bênção do
resgate, a lição viva
para aprendizagem
valiosa, e
submetamo-nos,
tranquilos, aos
impositivos da Lei.
Pacientes há, rebeldes
de tal monta, que o
melhor medicamento para
a saúde deles é a
continuação do
sofrimento em que se
encontram... (Glaucus,
cap. 12, pág. 229)
CXLV. Cientificados e
esclarecidos, seguros de
que tudo obedece a
Planificação Superior,
sejamos o irmão da
caridade, do amor, da
compaixão, e envolvamos
os sofredores que nos
buscam nos tecidos da
nossa prece e dos nossos
sentimentos bons,
ajudando e passando... A
Lei a todos nos
alcançará... (Glaucus,
cap. 12, pág. 229)
CXLVI. Felizes são os
que perdoam, porquanto
conferem paz a si mesmos
e por sua vez liberam da
dívida os que os
ofenderam,
entregando-os, desse
modo, às Soberanas Leis
encarregadas da evolução
dos homens. (Saturnino,
cap. 13, pág. 233)
CXLVII. Os que perdoam e
ajudam conseguem ainda
maior galardão, porque
amparam os maus e os
vencem com a luz da
misericórdia. No
entanto, aqueles que
conservam as mágoas
intoxicam-se,
envenenam-se, dando
causa a graves
enfermidades que se
desatrelam vigorosas
(...) E os que revidam
mal por mal, agressão
por agressão, estes já
se encontram descambando
na direção do abismo, em
posição quase
irreversível...
(Saturnino, cap. 13,
pág. 233)(Continua no próximo
número.)