MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Ação e Reação
André Luiz
(Parte
23)
Damos continuidade nesta edição
ao
estudo da obra
Ação e Reação,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1957 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Quais foram os
primeiros cuidados que
Silas tomou no
atendimento a Poliana?
Como era noite e, por
isso, não seria fácil
trazer ali algum
companheiro encarnado,
Silas aplicou passes à
glote de Poliana e, logo
após, administrou
recursos fluídicos à
água contida em um pote
acessível à sofrida
mulher. Com os passes o
Assistente ativara a
sede da doente,
impelindo-a a servir-se
da água, convertida
então em líquido
medicamentoso. Logo
depois, Poliana
abandonou o leito e
buscou o pote humilde.
Após beber ligeiros
goles, asserenou as
próprias ânsias, qual
se houvera sorvido
valiosa poção calmante.
Suas preocupações
obcecantes cederam lugar
à bonança de espírito.
Silas acariciou-lhe
então a fronte,
transmitindo-lhe forças
revigorantes.
(Ação e Reação, cap. 13,
pp. 177 e 178.)
B. Alguém atendeu ao
pedido de ajuda feito
mentalmente por Silas?
Sim. Ele rogou a ajuda
dos Benfeitores
espirituais e a ajuda
veio, quase em seguida
ao término da oração. Os
Benfeitores
desencarnados chegaram e
os saudaram
regozijantes. Em
minutos, energias
imponderáveis da
Natureza, associadas aos
fluidos de plantas
medicinais, foram
trazidas à enferma, que
as inalou a longos
sorvos. Em breve tempo,
Poliana,
surpreendentemente
refeita, estava pronta a
retomar o envoltório
carnal para a necessária
restauração.
(Obra citada, cap. 13,
pp. 179 e 180.)
C. Qual a história de
Sabino, o anão
paralítico que, além da
paralisia, enfrentava a
prova da idiotia e da
surdez?
Sabino ostentara o
título de Barão em sua
última existência, em
que se desvairou
calamitosamente nas
trevas da delinquência
e da vaidade. Sangue e
lágrimas estiveram
presentes na construção
da fortuna por ele
amealhada e nos seus
projetos de dominação
política. Embora fosse
apenas um anão idiota,
surdo e mudo,
tratava-se, disse Silas,
de um prisioneiro ainda
perigoso, engaiolado nos
ossos físicos, de cuja
tessitura, por agora,
não tinha qualquer
noção. Sobre ele, Silas
disse ainda: "Nosso
pobre companheiro,
deploravelmente tombado,
praticou numerosos
delitos na Terra e no
Plano Espiritual e, há
mais de mil anos, vem
sucumbindo, vaidoso e
desprevenido, às garras
da criminalidade... De
existência a existência,
não soube senão consumir
os recursos do campo
físico, tumultuando as
paisagens sociais em que
o Senhor lhe concedeu
viver. Calamidades
diversas, como sejam
homicídios, rebeliões,
extorsões, calúnias,
falências, suicídios,
abortos e obsessões
foram por ele
provocados, desde muitos
séculos, porquanto nada
viu à frente dos olhos
senão o seu egoísmo a
saciar... Entre o berço
e o túmulo, é o
desatino incessante, e,
do túmulo para o berço,
é a maldade fria e
inconsequente, apesar
das intercessões de
amigos abnegados..."
(Obra citada, cap. 13,
pp. 181 e 182.)
Texto para leitura
84. O valor da
água magnetizada
- Silas procurou na
choça desguarnecida
algo que pudesse
funcionar à guisa de
socorro, mas havia ali
somente um velho cântaro
com pequena porção
d'água. Como era noite,
não era fácil trazer ali
algum companheiro
encarnado. Silas aplicou
então passes à glote de
Poliana e, logo após,
administrou recursos
fluídicos à linfa pura.
André compreendeu que o
Assistente ativara a
sede da doente,
impelindo-a a servir-se
da água simples
convertida em líquido
medicamentoso. Com
enorme esforço, Poliana
abandonou o leito e
buscou o pote humilde.
Após beber ligeiros
goles, asserenou as
próprias ânsias, qual
se houvera sorvido
valiosa poção calmante.
Suas preocupações
obcecantes cederam lugar
à bonança de espírito.
Silas acariciou-lhe
então a fronte,
transmitindo-lhe forças
revigorantes. Após
alguns minutos, Poliana
desprendeu-se do corpo
físico, mas não tinha a
necessária lucidez
espiritual para
identificar a presença
dos benfeitores.
Conduzida magneticamente
por Silas, demandou um
bosque vizinho, onde foi
convenientemente
acomodada pelo
Assistente no tapete de
relva macia, sentindo-se
calma e leve. A seguir,
o Assistente convocou
seus amigos à prece e,
levantando o olhar para
o firmamento faiscante,
rogou: "Pai de Infinita
Bondade, Tu que dás
provimento às
necessidades do verme
aparentemente esquecido
no ventre do solo, que
vestes a flor anônima,
perfumando-lhe a
contextura, muitas vezes
sobre a lama do charco,
desce compassivo olhar
sobre nós, que nos
tresmalhamos a
distância de Teu amor!
Em particular, Pai
Justo, compadece-te de
nossa Poliana,
vencida!... Ela não é
mais, Senhor, a mulher
sequiosa de aventura e
de ouro, disposta a
lançar lodo e treva no
caminho dos semelhantes,
mas sim pobre mãe
fatigada, reclamando
novas forças para a
renúncia! não é mais a
moça vaidosa que
tripudiava nos tormentos
do próximo, mas triste
mendiga, anulada para o
trabalho, que soluça de
porta em porta,
esmolando o pão com que
deve sustentar o
torturado filho de sua
dor e nutrir a própria
vida. O' Pai, não a
deixes perder agora o
bênção do corpo, na
senda redentora onde se
arrasta! Acrescenta-lhe
os recursos para que não
interrompa a experiência
sublime em que se
localiza..." (Cap. 13,
pp. 177 e 178)
85. A
resposta à prece
- Terminada a prece,
André viu ao longe, na
selvagem floração do
bosque ermo, cinco
flamas, em pontos
diferentes do Espaço,
que se aproximavam,
celeremente... Renteando
com o grupo,
transfiguraram-se em
companheiros que os
saudaram regozijantes.
Em minutos, energias
imponderáveis da
Natureza, associadas aos
fluidos de plantas
medicinais, foram
trazidas à enferma, que
as inalava a longos
sorvos. Em breve tempo,
Poliana,
surpreendentemente
refeita, estava pronta a
retomar o envoltório
carnal para a necessária
restauração. "Ricos da
Terra – pensou André, em
lágrimas –, onde o poder
das vossas arcas
abarrotadas de ouro,
ante a simples
fulguração de uma prece?
Onde a grandeza de
vossos palácios,
recheados de fausto e
pedraria, confrontada
com um simples minuto de
reverência da alma, em
comunhão com a
Paternidade de Deus, na
majestade do Céu?"
Incapaz de raciocinar
por si, por força das
inibições que sofria, a
doente não conseguiu ver
seus benfeitores, mas
sorria venturosa,
sentindo-se mais robusta
e mais ágil. Amparada,
regressou ao casebre
infecto e retomou a
cápsula física, enquanto
Silas informou: "As
melhoras adquiridas pela
organização
perispirítica serão
apressadamente
assimiladas pelas
células do equipamento
fisiológico". E
acentuou: "Sabem os
médicos terrenos que o
sono é um dos ministros
mais eficientes da cura.
É que, ausente do corpo,
muitas vezes consegue a
alma prover-se de
recursos prodigiosos
para a recuperação do
veículo carnal em que
estagia no mundo". Em
seguida, afagou os
cabelos grisalhos da
enferma e prometeu-lhe
em voz alta: "Descanse.
Quando o dia ressurgir,
nossos companheiros
trarão até aqui o
socorro da caridade
fraternal, valendo-se de
algum samaritano das
redondezas..." André
pôde então observar o
campo orgânico de
Sabino, um indivíduo
mirrado, medindo cerca
de 90 cm, com um corpo
disforme e enorme
cabeça. Sua fisionomia
denotava configuração
macacoide, mas ele
exibia no sorriso
inconsciente a expressão
de um palhaço triste.
Sua mente fixava-se em
reminiscências do
passado... Vivendo
distante da realidade, a
memória de Sabino
mergulhava em quadros
estranhos: ele, em
trajes de palaciano bem
posto, a influenciar
pessoas para a
consumação de crimes
vários. Viúvas e órfãos,
trabalhadores humildes
e escravos misérrimos
desfilavam nas telas de
suas complicadas
recordações... E, ao seu
lado, sempre a mesma
mulher, cujo porte
soberbo lembrava Poliana,
a mendiga... Assombrado,
André identificou a
ambos cercados de luxo e
ouro, manchados, porém,
de sangue, ao qual se
faziam plenamente
insensíveis... (Capítulo
13, pp. 179 e 180)
86. O caso Sabino
- Sabino, o fidalgo, não
tomava conhecimento de
Sabino, o anão
paralítico. Em absoluta
introspecção, revivia o
pretérito,
demonstrando-se na
posição do homem iludido
por mentirosa
superioridade à frente
dos semelhantes. Silas
observou: "Decerto, não
lhe ouviremos a palavra
articulada, mudo e surdo
qual se encontra, mas
podemos consultar-lhe o
pensamento, porquanto
reagirá em pensamento,
respondendo-nos às
interpelações, através
da conversação ideada.
Para isso, porém, é
imprescindível lhe
dispensemos o
tratamento devido à
personalidade que julga
viver... Mentalizemo-lo
como sendo o Barão de
S..., título que exibiu
na existência última e
com o qual se desvairou
calamitosamente nas
trevas da delinquência
e da vaidade". André
perguntou-lhe então:
"Barão, por que tanto
sangue em seu caminho?
Terão muitos chorado, em
torno de sua marcha?"
Sabino recolheu a
pergunta em forma de
ideia, formulada de si
para consigo, devolvendo
a André a seguinte
ponderação pelos fios
mentais, em que ambos
comungavam: "Sangue e
lágrimas, sim!...
Precisei de grande dose
de semelhante material
em meus
empreendimentos... Que
triunfador do mundo não
terá sangue e lágrimas,
na base das pirâmides da
fortuna ou da dominação
política em que todos
eles se apoiam?" Silas
comentou que, segundo a
ciência da Terra, Sabino
seria o idiota
paralítico, surdo e
mudo... "Para nós, no
entanto – explicou o
Assistente –, é um
prisioneiro ainda
perigoso, engaiolado nos
ossos físicos, de cuja
tessitura, por agora,
não tem qualquer noção,
tal o egoísmo que ainda
lhe turva a alma, em
processo de
incontrolável
hipertrofia... A sede da
posse ignóbil e o
orgulho virulento
perverteram-lhe a vida
íntima, fixando-o em
pavoroso labirinto de
sinistros enganos, que
resultam para ele em
completa alienação
mental no tempo, uma vez
que o relógio avança na
contagem dos dias,
enquanto se mantém
parado nas
reminiscências em que se
supõe dominador na
Terra, vivendo o
pesadelo criado por si
próprio..." Hilário, em
face disso, perguntou,
surpreso, onde estaria a
vantagem de semelhantes
padecimentos. Silas
informou: "Temos sob
nossa atenção lamentável
débito congelado. Nosso
pobre companheiro,
deploravelmente tombado,
praticou numerosos
delitos na Terra e no
Plano Espiritual e, há
mais de mil anos, vem
sucumbindo, vaidoso e
desprevenido, às garras
da criminalidade... De
existência a existência,
não soube senão consumir
os recursos do campo
físico, tumultuando as
paisagens sociais em que
o Senhor lhe concedeu
viver. Calamidades
diversas, como sejam
homicídios, rebeliões,
extorsões, calúnias,
falências, suicídios,
abortos e obsessões
foram por ele
provocados, desde muitos
séculos, porquanto nada
viu à frente dos olhos
senão o seu egoísmo a
saciar... Entre o berço
e o túmulo, é o
desatino incessante, e,
do túmulo para o berço,
é a maldade fria e
inconsequente, apesar
das intercessões de
amigos abnegados..."
(Capítulo 13, pp. 181 e
182) (Continua no próximo
número.)