JOSÉ MARIA TADEU
MAGALHÃES SILVA
jmtmsilva@hotmail.com
Nova Resende, MG
(Brasil)
Brasil, Coração do
Mundo, Pátria do
Evangelho
Alvo de enorme
controvérsia, o
livro Grito de
Guerra da Mãe-Tigre,
publicado no Brasil
pela Editora
Intrínseca, da
chinesa/americana Amy Chua, 48 anos,
professora de
direito, e atual
best-seller na
América do Norte,
nos remete pra muito
além do assunto ali
tratado, ou seja, um
método à chinesa
para a criação de
filhos.
O polêmico método
apresentado que
inclui ameaçar, chantagear, proibir
internet, TV,
celular, em casos de
desobediência, não
permitir que se
alimente ou vá ao
banheiro até que se
consiga fazer
determinada tarefa,
chamar as crianças
de lixo e até mesmo
xingá-las, além de
não aceitar nenhuma
nota que não seja
"A" - pois resultado
insatisfatório é
sinônimo de
preguiça, cujo
modelo baseia-se
quase que
exclusivamente no
sucesso, faz com que
qualquer mãe
brasileira, que se
considere
linha-dura, sinta-se
uma manteiga
derretida.
Mas, muito mais
importante que o
controverso conteúdo
do livro, é a
demonstração de que
estamos, querendo ou
não, adentrando a
influência da maior
– há quem ainda diga
que não – e a que
mais cresce na
economia do mundo, a
China.
Os maiores prédios
do mundo, a maior
usina hidrelétrica,
a maior ponte, o
hotel mais luxuoso,
os melhores atletas,
os melhores artistas
– e tudo o que há de
mais, maior e até
melhor hoje em dia –
estão na China. Além
de que nossos
sapatos, tecidos,
máquinas,
equipamentos,
veículos, brinquedos
e tudo o mais também
vêm da China.
Enquanto os antigos
"donos do mundo"
cuidam de suas
crises, na rabeira
da China vem a
Índia, e, atrás
dessa, o Brasil,
seguido da Rússia.
Esse grupo tem sido
denominado de
B.R.I.C. - de
Brasil, Rússia,
Índia e China e é
quem tem dado as
cartas no mundo, ou
melhor, é quem ainda
tem tido condição de
bancar as apostas no
jogo econômico
mundial.
Seguindo o
raciocínio, se a
Europa antiga,
representada por
Portugal e Espanha,
conquistou o mundo e
levou consigo o
catolicismo à era
moderna representada
pela Inglaterra e os
Estados Unidos, ao
dominarem terras,
nações e povos,
levaram consigo o
protestantismo, aí
vem a pergunta que
não quer calar: o
que virá com o
domínio da China,
Índia e Rússia?
Quanto à Rússia não
teremos maiores
dificuldades de
imaginar. Formada em
longo período de
comunismo onde a não
religião era a
tônica, não tem
muito o que
apresentar nesse
sentido, nem mesmo
faz muita questão, e
a religião
predominante naquele
país, o catolicismo
ortodoxo, não
apresenta grande
chance de difusão,
pois claro está
ficando que o mundo
caminha no sentido
contrário às ideias,
enquanto ortodoxas.
Assim, a novidade
parece que virá da
China e da Índia. A
China tem para
apresentar, e num
segundo momento
impor ao mundo, o
Confucionismo
(ensinamento dos
sábios), já a Índia,
o Hinduísmo. A
grosso modo e em
análise bastante
superficial, seria o
Confucionismo a
religião sem Deus,
por outro lado, o
Hinduísmo a religião
com infinitos
deuses.
Num primeiro momento
essa apresentação
pode parecer
absurda, mas é fato,
pois muito mais que
religiões, o
Confucionismo e o
Hinduísmo são
doutrinas,
filosofias,
princípios, modo de
ser enquanto pessoa,
forma de
comportamento em
vida, ideias
filosóficas,
abordagens
pedagógicas,
políticas,
religiosas e morais,
através da
disciplina, estudo,
consciência
política, trabalho e
respeito aos
valores.
Diferentemente da
maioria das
religiões ocidentais
que pregam o
Cristianismo e são
organizadas
basicamente em
hierarquia,
obediência, rituais,
dogmas, o
Confucionismo e o
Hinduísmo nada disso
possuem, buscam por
outro lado orientar
para a busca da boa
natureza do homem.
É nesse momento que
o Brasil entra, e
com grande
responsabilidade,
perante o planeta e
a humanidade. O mais
cristão dos
B.R.I.C., o Brasil
terá que apresentar
algo ao mundo, aonde
nossa influência
chegar, ou, por
outro lado,
dependendo do que
apresentarmos ao
mundo, nossa
influência chegará.
As religiões cristãs
com atuação no
Brasil deverão,
também, passar por
uma reciclagem
considerável, se
desvencilhando da
orientação
europeia-anglo-americana,
até como forma de se
sustentar ante a
nova ordem mundial
que caminha no
sentido de se
apresentar
orientações para o
crescimento do homem
e não apenas para
sua salvação,
dando-se ênfase para
as questões
filosóficas/principiológicas/doutrinárias/integrativas.
O Brasil tem hoje o
maior contingente
espírita do planeta.
Doutrina Cristã com
origem na França e
que, se um dia foi
perseguida, mal
interpretada e até
proibida, hoje goza
de enorme prestígio,
admiração e
quantidade de
membros, tornando-se
uma
religião/doutrina/filosofia
puramente à
brasileira, surgindo
assim como hipótese
adequada para
apresentação do
Brasil ao mundo, bem
mais completa e
adequada do que têm
a apresentar China,
Índia e Rússia.
A Doutrina Espírita
não busca nem nunca
buscou qualquer tipo
de domínio
religioso, mas é
certo que sua
filosofia encanta e
esclarece, assim
como as religiões
irmãs, porém,
desatrelada de
amarras que remetem
mais ao modo de ser
europeu-romano/anglo/americano,
se distanciando do
jeito do brasileiro,
que encanta o mundo,
apresenta-se como
modelo ou orientação
a serem seguidos.
De forma alguma
estamos pregando a
desnecessidade ou o
fim das demais
religiões irmãs,
cristãs,
estabelecidas em
nosso país, muito
pelo contrário, como
opções para o
crescimento
espiritual são por
demais necessárias,
úteis, divinas e
desenvolvem suas
tarefas com
maestria. Porém,
fato é que mudanças
para adequação ao
que virá deverão
ocorrer,
transferindo a
orientação
Europeia/Americana
para formas mais
brasileiras, com
nosso modo e jeito,
e como se ouve no
meio espírita "o
Espiritismo não é a
religião do futuro,
mas o futuro das
religiões", há que
se adequar para a
profecia que
encontramos no livro
de Humberto de
Campos, psicografia
de Chico Xavier, do
Brasil: Coração
do Mundo, Pátria do
Evangelho.