Alguém nos pergunta se
há diferença entre
caridade, esmola e
filantropia.
A resposta é sim. Com
relação à caridade, a
questão no
886 de O Livro dos
Espíritos nos diz
qual é o verdadeiro
sentido dessa palavra,
tal como a entendia
Jesus: benevolência para
com todos, indulgência
para com as imperfeições
alheias e perdão das
ofensas.
A caridade, segundo tal
entendimento, não se
limita à simples esmola,
pois abrange todas as
relações em que nos
encontramos com nossos
semelhantes, estejam
eles em posição de
inferioridade, igualdade
ou superioridade.
Embora vulgarmente
confundida com esmola, a
caridade excede, sob
qualquer aspecto
considerado, as doações
externas com que o homem
supõe em tal atividade
encerrá-la.
A esmola, evidentemente,
não merece reprovação,
mas sim a maneira pela
qual habitualmente é
dada. O homem de bem,
que compreende a
caridade segundo o
pensamento do Cristo,
vai ao encontro do
desgraçado, sem esperar
que este lhe estenda a
mão, pois sabe que o
homem condenado a pedir
esmola se embrutece e se
degrada física e
moralmente.
É valioso todo gesto de
generosidade, quando
consubstanciado em
dádiva oportuna àquele
que padece essa ou
aquela privação. No
entanto, a caridade que
se restringe às
oferendas transitórias
nada mais é que
filantropia, esse ato de
amor fraterno e humano
que distingue as pessoas
que promovem com seus
recursos, total ou
parcialmente, obras de
incontestável valor,
beneficiando múltiplos
setores da ciência, da
arte e da cultura.
Segundo Joanna de
Ângelis, a caridade
legítima requer como
requisito imprescindível
a fé. A filantropia,
apesar da valiosa ajuda
que realiza, independe
da fé e não se
caracteriza
necessariamente pelo
sentimento cristão.
A caridade vai além,
porque, quando bem
sentida e vivida,
estabelece verdadeira
fraternidade entre os
homens e, de forma
silenciosa, nos sinaliza
que, da mesma maneira
que os Espíritos
superiores nos amparam e
sustentam, devemos
amparar os nossos
irmãos, sem exclusão
mesmo daqueles que a
sociedade considera
criminosos.
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