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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 226 - 11 de Setembro de 2011

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Grilhões Partidos

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 1)

Damos início nesta edição ao estudo do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada inicialmente no ano de 1974.

Questões preliminares

A. É correto enquadrar os alienados em geral como obsidiados?

Não. Há espiritistas que, no afã de ajudar pelos múltiplos processos fluidoterápicos e da doutrinação, en­quadram os alienados na sua quase generalidade como obsidiados, sem a indispensável atenção para com as enfermidades de caráter psiquiá­trico. Trata-se, porém, de um exagero. Nas matrizes do processo evolutivo, cada pessoa traz as causas que produzem as distonias e desarranjos, tanto físicos como psíquicos, e simultaneamente. (Grilhões Partidos, pp. 7 e 8.)

B. Quais são os requisitos mínimos que deve apresentar uma equipe de trabalho nas atividades de desobsessão?

Diz Manoel Philomeno de Miranda: "A equipe que se dedica à desobsessão – e tal ministério somente é credor de fé, possuidor de valor, quando realizado em equipe –, que a seu turno se submete à orientação das Equipes Espirituais Superiores, deve estribar-se numa série incon­troversa de itens, de cuja observância decorrem os resultados da ta­refa a desenvolver". Eis os requisitos indispensáveis à formação e ao funcionamento de uma equipe de desobsessão em boas condições: harmonia de conjunto; elevação de propósitos; conhecimento doutrinário; concentração; conduta moral sadia; equilíbrio interior de médiuns e doutrinadores; confiança, disposição física e moral; circunspeção; médiuns adestrados, atenciosos; lucidez do preposto para os diálogos; pontualidade. (Obra citada, Prolusão, pp. 13 e 14.)

C. Dos requisitos mínimos mencionados na questão anterior, um fator sobressai. Qual é ele?

Dos onze requisitos enumerados, a questão moral sobressai como um dado realmente essencial à realização da desobsessão. (Obra citada, Prolusão, pp. 14 e 15.)

D. Por que, segundo o autor desta obra, algumas pessoas têm, nas sessões práticas, dificuldade de concentrar-se?

Segundo Manoel Philomeno, essas mesmas pessoas muitas vezes "fixam-se com facilidade surpreendente nos pensamentos depressivos, lascivos, vulgares, graças a uma natural acomodação a que se condicionam, como hábito irreversível e predisposição favorável". O que existe então é dificuldade em concentrar-se nas ideias superiores, nos pensamentos nobres, cujo tempo mental a eles reservado é constituído de pequenos períodos, em que não conseguem criar um clima de adaptação e continui­dade suficientes para a elaboração de um estado de elevação espiri­tual. Nota-se, portanto, que o problema da concentração está ligado diretamente ao da conduta moral. A confiança na presença e na assis­tência dos bons Espíritos é outro fator destacado por Manoel Philomeno de Miranda, ajuntando-se a ele a boa disposição física, proporcionada por um organismo sem o sobrepeso de repastos de digestão difícil, e re­lativamente repousado, visto não ser possível manter-se uma equipe de trabalho utilizando-se companheiros desgastados, sobrecarregados, em agitação. A circunspeção recebeu igualmente destaque do autor espiri­tual, compreendendo-se por circunspeção não o semblante severo ou sé­rio, mas responsabilidade, conscientização do labor, ainda que a face esteja desanuviada, descontraída e cordial. (Obra citada, Prolusão, pp. 15 e 16.)

Texto para leitura 

1. A dor como processo de burilamento - Entre a multidão de perturbações que inquietam o homem moderno, a obsessão ocupa lugar de re­levo. As vítimas desses processos têm, no entanto, padecido lamentável abandono por parte de estudiosos respeitáveis das ciências da mente, os quais, aferrados ao materialismo, negam a interferência dos desen­carnados –  como personalidades intrusas –  na origem de algumas en­fermidades mentais. Em compensação, há espiritistas que, no afã de ajudar pelos múltiplos processos fluidoterápicos e da doutrinação, en­quadram os alienados na sua quase generalidade como obsidiados, sem a indispensável atenção para com as enfermidades de caráter psiquiá­trico. "Não são verdadeiros os postulados extremistas negativos dos primeiros, nem tampouco os exageros dos segundos", afirma Manoel Phi­lomeno de Miranda. Sem qualquer dúvida, expõe o referido autor, "nas matrizes do processo evolutivo, cada um traz as causas que produzem as distonias e desarranjos, físicos como psíquicos e simultaneamente". A razão é simples. Sendo a dor um processo de burilamento, o sofrimento decorre do mau uso perpetrado pelo ser em relação aos recursos múlti­plos, concedidos por Deus, para a ascensão de cada um. O homem está, porém, destinado à perfeição. Todos os atrasos a que se impõe e todos os desvarios a que se permite constituem impedimentos ao seu avanço, tornando-se elos retentivos na retaguarda. (Grilhões Partidos, pp. 7 e 8) 

2. A importância do amor - O amor, como se sabe, é a base da vida e, ao mesmo tempo, a força que impele o ser para as realizações de eno­brecimento. Somente através do amor podemos haurir paz e colimar metas felizes. Toda vez, porém, que as paixões vis o desgovernam, enlouque­cem-no, e dele fazem cárcere de sombra e aflição demorada. Por essa razão, ao lado das terapêuticas mais preciosas, o amor junto aos pa­cientes de qualquer enfermidade produz resultados insuspeitados. Da mesma forma, enquanto o indivíduo teime em perseverar na sistemática da revolta ou nos sítios escabrosos da ilusão, que favorece o ódio, o ciúme, a mentira, a soberba, a concupiscência, a avareza, a mesqui­nhez, a dor jungirá o faltoso ao carro da aflição reparadora e do res­sarcimento impostergável. Não há ninguém em regime de exceção na Terra. Não cabe qualquer forma de desculpismo, ante os imperiosos com­promissos para com a vida. "Em cada padecente se encontra um espírito em prova redentora, convidando-nos à reflexão e à caridade", assevera Manoel Philomeno de Miranda. (Grilhões Partidos, pág. 8) 

3. Reparações compulsórias - Entre o grande número de pessoas que so­frem a loucura, conforme assim  classificam os profissionais da Psi­quiatria, um sem número de obsidiados expungem faltas e crimes cometi­dos antes e não alcançados pela justiça dos homens. "São defraudadores dos dons da vida –  leciona Manoel Philomeno –  que retornam jungidos àqueles que infelicitaram, enganaram, abandonaram, mas dos quais não se conseguiram libertar..." Eles morreram, mas não se aniquilaram. Trocaram de rosto e de vestes, mas permaneceram intimamente os mesmos. As conjunturas da Lei os surpreenderam onde se alojaram, e as imposições que criaram os ligaram, vítimas e algozes, credores e devedo­res, em graves processos de reparação compulsória. Mentalmente atados aos gravames cometidos, construíram algemas em que se aprisionam, em vinculação com os que supunham haver destruído... Debatem-se, desse modo, presos nos mesmos elos, lutando em contínuo desgaste de vitali­dade, com que enlouquecem, até que as claridades do amor e do perdão consigam partir as cadeias e libertá-los, possibilitando que se aju­dem, reciprocamente. Enquanto o amor não se sobreponha ao ódio, e o perdão à ofensa, marcharão em renhida luta, perseguindo e autoafli­gindo-se sem termo, pelos labirintos de horror em que se brutalizam até a selvageria mais torpe... (Grilhões Partidos, pp. 8 e 9) 

4. A tarefa do Espiritismo - É muito maior do que supomos o número de obsidiados na Terra. Estão em soledade, em grupos e em coletividades inteiras... Estes são dias graves para o destino do homem e da Humani­dade. "Ao Espiritismo compete gigantesca missão: restaurar o Evangelho de Jesus para as criaturas, clarificar o pensamento filosófico da Hu­manidade e ajudar a ciência, concitando-a ao estudo das causas nos re­cessos do espírito, antes que nos seus efeitos", proclama Manoel Phi­lomeno. E ele acrescenta: "Consolador, cumpre-lhe não somente enxugar as lágrimas e os suores, mas erradicar em definitivo os fulcros do so­frimento onde se encontrem", porque a dor não é de origem divina: pos­sui caráter transitório com função específica e de fácil superação, desde que o homem se obstine atingir as finalidades legítimas da exis­tência. É precisamente por isso que, no trato com obsidiados e obses­sores, devemos armar-nos com os recursos do amor, a fim de que consi­gamos o êxito de ver os grilhões partidos e os Espíritos livres para os cometimentos da felicidade. (Grilhões Partidos, pp. 9 e 10) 

5. Fundamentos da terapêutica espírita - Abrindo cada capítulo deste livro, vê-se um conceito retirado da Codificação Kardequiana, "fonte inexaurível –  diz Philomeno –  de salutares informações e base segura para os estudos em torno das questões palpitantes do ser, do destino e da vida". O autor da obra quis demonstrar, com isso, "a estuante atua­lidade da Obra colossal de que se fez ímpar realizador o eminente lio­nês Allan Kardec". O primeiro dos textos kardequianos ali colocado por Philomeno diz: "Não há coração tão perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível ao bom proceder. Mediante o bom procedi­mento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou" ("O Evangelho segundo o Espiritismo", cap. XII, item 5).  O segundo texto, extraído de "O Livro dos Médiuns", cap. XXIII, item 249, refere: "Os meios de se combater a obsessão variam, de acordo com o caráter que ela reveste. Não existe realmente perigo para o médium que se ache bem convencido de que está a haver-se com um Espírito men­tiroso, como sucede na obsessão simples..." E Kardec prossegue: "Além disso, portanto, deve o médium dirigir um apelo fervoroso ao seu anjo bom, assim como aos bons Espíritos que lhe são simpáticos, pedindo-lhes que o assistam. Quanto ao Espírito obsessor, por mau que seja, deve tratá-lo com severidade, mas com benevolência, e vencê-lo pelos bons processos, orando por ele. Se for realmente perverso, a princípio zombará desses meios; porém, moralizado com perseverança, acabará por emendar-se. É uma conversão a empreender, tarefa muitas vezes penosa, ingrata, mesmo desagradável, mas cujo mérito está na dificuldade que ofereça e que, se bem desempenhada, dá sempre a satisfação de se ter cumprido um dever de caridade e, quase sempre, a de ter-se reconduzido ao bom caminho uma alma perdida". (Introdução, pp. 10 e 11) 

6. Requisitos mínimos para a desobsessão - No socorro a obsidiados e obsessores existem alguns requisitos mínimos que devem ser observados pela equipe que deseje levar a sério e a bom termo sua tarefa. A ati­vidade de desobsessão, como qualquer trabalho destinado a socorrer al­guém, exige equipe hábil, adredemente preparada para esse ministério. Assevera Manoel Philomeno de Miranda: "A equipe que se dedica à desobsessão –  e tal ministério somente é credor de fé, possuidor de valor, quando realizado em equipe – , que a seu turno se submete à orientação das Equipes Espirituais Superiores, deve estribar-se numa série incon­troversa de itens, de cuja observância decorrem os resultados da ta­refa a desenvolver". E ele arrola onze requisitos indispensáveis à formação e ao funcionamento de uma equipe de desobsessão em boas condições: harmonia de conjunto; elevação de propósitos; conhecimento doutrinário; concentração; conduta moral sadia; equilíbrio interior de médiuns e doutrinadores; confiança, disposição física e moral; circunspeção; médiuns adestrados, atenciosos; lucidez do preposto para os diálogos; pontualidade. "Claro está –  diz Philomeno –  que não exaramos aqui todas as cláusulas exigíveis a uma tarefa superior de desobsessão, todavia, a sincera e honesta observância destas darão qualidade ao esforço envidado, numa tentativa de cooperação com o Plano Espiritual interessado na libertação do homem, que ainda se de­mora atado às rédeas da retaguarda, em lento processo de renovação". (Prolusão, pp. 13 e 14) 

7. A questão moral sobressai no trato da obsessão - Verifica-se, pelos comentários que o autor faz dos onze requisitos acima enumerados, que a questão moral sobressai como um dado realmente essencial à realização da desobsessão. Focalizando o primeiro dos onze itens –  harmonia de conjunto –  o autor adverte que ela se consegue pelo exercício da cordialidade entre os diversos membros do grupo, que se conhecem e se ajudam na esfera do quotidiano. A elevação de propósitos (segundo item referido por Philomeno) compreende a abnegação com que o integrante da equipe se entrega às finalidades superiores da prática mediúnica, sem ser conduzido a essa tarefa por quaisquer interesses menos nobres. O conhecimento doutrinário, além de capacitar a todos a uma perfeita identificação, fornece os meios de resolução de problemas e dificulda­des, sem apelo ao personalismo. A concentração, por sua vez, é essen­cial à dilatação dos registros dos instrumentos mediúnicos e à sinto­nia com os Espíritos comunicantes, tanto quanto a conduta moral sadia dos participantes, que permite a formação de recursos de vitalização, necessários, muitas vezes, ao êxito do tentame. O equilíbrio interior de médiuns e doutrinadores é outro item posto em destaque por Philo­meno, visto que "somente aqueles que se encontram com a saúde equili­brada estão capacitados para o trabalho em equipe". "Pessoas nervosas, versáteis, susceptíveis –  assevera Manoel Philomeno de Miranda –  são carecentes de auxílio, não se encontrando habilitadas para mais altas realizações, quais as que exigem recolhimento, paciência, afetividade, clima de prece, em esfera de lucidez mental". Não raramente, diz ele, em pleno serviço mediúnico de atendimento aos desencarnados "soam alarmes solicitando atendimento aos membros da esfera física, que se desequilibram facilmente, deixando-se anestesiar pelos tóxicos do sono fisiológico ou pelas interferências da hipnose espiritual inferior, quando não derrapam pelos desvios mentais das conjecturas perniciosas a que se aclimataram e em que se comprazem". (Prolusão, pp. 14 e 15) 

8. Dificuldades de concentração - Muitos colaboradores dos serviços mediúnicos dizem experimentar dificuldades quando se dispõem à concentração. Entretanto, refere Philomeno, tais pessoas muitas vezes "fixam-se com facilidade surpreendente nos pensamentos depressivos, lascivos, vulgares, graças a uma natural acomodação a que se condicionam, como hábito irreversível e predisposição favorável". O que existe então é dificuldade em concentrar-se nas ideias superiores, nos pensamentos nobres, cujo tempo mental a eles reservado é constituído de pequenos períodos, em que não conseguem criar um clima de adaptação e continui­dade suficientes para a elaboração de um estado de elevação espiri­tual. Nota-se, portanto, que o problema da concentração está ligado diretamente ao da conduta moral. A confiança na presença e na assis­tência dos bons Espíritos é outro fator destacado por Manoel Philomeno de Miranda, ajuntando-se a ele a boa disposição física, proporcionada por um organismo sem o sobrepeso de repastos de digestão difícil, e re­lativamente repousado, visto não ser possível manter-se uma equipe de trabalho utilizando-se companheiros desgastados, sobrecarregados, em agitação. A circunspeção recebeu igualmente destaque do autor espiri­tual, compreendendo-se por circunspeção não o semblante severo ou sé­rio, mas responsabilidade, conscientização do labor, ainda que a face esteja desanuviada, descontraída e cordial. (Prolusão, pp. 15 e 16)  (Continua no próximo número.)
 


 


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