GEBALDO JOSÉ DE
SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás
(Brasil)
Economia pessoal
“Aqueles que não
querem ser
aconselhados não
podem ser
auxiliados.”
(Benjamin
Franklin.)
Na vida,
raríssimos são
os autodidatas.
E há lições
indispensáveis à
nossa vida que
não se aprendem
na escola.
Na ausência de
professores, no
lar, na chamada
educação de
berço; ou na
escola; ou
quando inexistem
livros,
aprendemos, a
duras penas, com
a experiência,
com a vida.
Quando não as
aprendemos de
uma forma, a
vida no-las
ensina de outra,
às vezes
cobrando-nos
elevado preço.
Entre elas, uma
das mais
preciosas é a de
administrar os
recursos
pessoais, de
zelar pelo nosso
nome, não
assumindo
compromissos que
não possamos
cumprir.
Noticiava a
televisão, dias
atrás, que
escolas de um
Estado
brasileiro
incluíram em seu
currículo noções
rudimentares de
economia pessoal
a seus
estudantes.
Noções de custo;
de poupança; de
como administrar
a mesada, para,
economizando,
adquirir depois
um bem de valor
superior aos
próprios
rendimentos.
Saber agrupar
despesas
permanentes,
indispensáveis,
destacando-as de
outras,
eventuais, e que
podem ser
adiadas ou
realizadas após
programar
poupança para
tal.
Nada tão
esquecido e tão
necessário nos
dias de hoje,
nesta sociedade
de consumo
desenfreado,
onde o cheque
pré-datado "voa"
com
desenvoltura!
Se esses
rudimentos de
economia fossem
ensinados em
todas as escolas
brasileiras,
públicas e
particulares,
teríamos, no
longo prazo,
cidadãos que
saberiam
administrar não
só seus
recursos,
vivendo dentro
de seus
orçamentos, sem
comprar por
compulsão, por
ostentação,
estourando os
limites do
razoável,
levando o
cidadão à
inadimplência,
ou seja, a
deixar de pagar
compromissos
assumidos
espontaneamente,
mas qualquer
empreendimento,
público ou
privado.
Economia quer
dizer governo da
casa.
A Ciência
Econômica
ensina-nos a
obter o máximo
com o mínimo
dispêndio; a bem
aplicar recursos
escassos, para
obter o máximo
de satisfação.
Os desejos são
ilimitados. Os
recursos são
limitados.
Compatibilizar
esses extremos é
o desafio maior
da Economia.
Thomas Jefferson
(Estadista
norte-americano
- 1743-1826, um
dos redatores da
Declaração de
Independência
dos Estados
Unidos, e seu
terceiro
Presidente)
aconselha-nos,
sabiamente:
"Não gaste
dinheiro antes
de possuí-lo".
“Nunca compre o
que não lhe é
necessário."
Aquele que não
sabe viver
dentro de seus
rendimentos, que
não aprende a
planejar seus
gastos, a poupar
parte do ganho
para eventuais
despesas de
caráter
inadiável, mais
cedo ou mais
tarde suja o
próprio nome,
ganhando a
reputação de mau
pagador, seja
nos registros do
Serviço de
Proteção ao
Crédito (SPC),
seja nos
cadastros dos
bancos, seja na
boca do povo.
Limpar o próprio
nome nem sempre
é fácil.
O hábito de
trair a
confiança alheia
gera
consequências
danosas também
ao traidor, além
de prejuízos a
terceiros.
Aprender a zelar
pelo próprio
nome é, pois,
muito importante
e devia merecer
inclusão nos
currículos
escolares, além
de reintegrar a
educação de
berço.
Contudo, nem
sempre
encontramos pais
zelosos em
passar aos
filhos ensinos
dessa natureza,
nem cursos onde
aprender tais
lições que, como
vemos, não se
restringem a
aspectos
econômicos, pois
estendem-se às
questões morais.
Entre elas,
destaca-se a
honestidade, o
respeito ao que
é do outro, de
seu direito de
receber na data
acertada, seja
pelo seu
trabalho, seja
pelo produto que
nos vendeu.
O que vale para
a Economia,
também pode ser
aplicado ao
governo de si
próprio
(autonomia),
relativamente à
educação das
próprias emoções
e de outros
sentimentos.
Governar a
libido, para não
ser pai antes da
hora; ou,
manter-se fiel à
pessoa amada.
Governar-se ao
volante, para
respeitar as
normas de
trânsito.
Governar o
livre-arbítrio,
para manter a
liberdade.
Governar a
língua, para
usá-la a serviço
do bem.
Governar o
ouvido e não
passar à frente
o que não
convém.
Governar a boca,
para não beber
ou alimentar-se
excessivamente.
Governar os
olhos e aprender
a ver sem
malícia.
Governar os
sentimentos, não
se escravizando
a paixões.
Governar a
própria conduta
e não se prender
a vícios de
qualquer
natureza.
Governar o
próprio tempo,
para
aproveitá-lo
utilmente.
Tudo nos vem de
Deus e a Ele
teremos que, um
dia, prestar
contas, como nos
informa Jesus:
"Dá conta de tua
administração."
– Jesus: Lucas
16.
Nem todos
aceitamos
pacificamente
admoestações,
seja por
orgulho,
ignorância ou
ausência de
humildade, como
bem nos lembra
Salomão:
“O que rejeita a
correção
menospreza a sua
alma, mas o que
escuta a
repreensão
adquire
entendimento." (Pv,
15:32).
O mesmo
Jefferson,
citado acima,
reprova o
orgulho:
"Evite o
orgulho, porque
ele o
prejudicará
muito mais do
que a fome, a
sede e o frio."
Se aprendêssemos
lições tão
simples, mas
fundamentais à
vida,
dispensáveis
tantas CPIs para
apurar desvios
de verbas e até
normas como a
Lei de
Responsabilidade
Fiscal...
Mas isto já é
outra história!