Vinculação
redentora
Silva Ramos
O fidalgo, ao partir,
diz à jovem senhora:
“Eu sou teu, tu és
minha!… Espera-me,
querida!…”
Longe, ergue outro lar…
Vence, altera-se,
olvida…
Ela afoga em suicídio a
mágoa que a devora.
Falece o castelão… Vê a
noiva esquecida…
Desencarnada e aflita, é
uma sombra que chora…
Ele pede outro berço e
quer trazê-la agora
Em braços paternais ao
campo de outra vida!…
O século avançou… Ei-los
de novo em cena…
Ele o progenitor; ela, a
filha pequena
A crescer retardada,
abatida, insegura…
Hoje, ele, em tudo, é
sempre o doce pajem dela
E a noiva de outro tempo
é a filha triste e bela
Agarrando-se ao pai nos
traumas da loucura.
Do cap. 8 do livro
Astronautas do Além,
autoria de J. Herculano
Pires, Chico Xavier e
Espíritos Diversos.
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