A
crítica
transformada
em
legitimação
Os
críticos
ferrenhos
de hoje
ainda
beberão
sofregamente
da fonte
cristalina
das
águas
lustrais
da
Doutrina
Espírita
“Liberta
das
limitações
da
carne, a
alma
entrevê
claridades
novas e
compreende
o que
antes
não
compreendia.”
-
Allan
Kardec
O
anátema
esteve
sempre
presente
junto às ideias
novas
que
chegam
para
abalar o
“status-quo”
vigente.
Os
interesses
rasteiros
e
mesquinhos
não
oferecem
espaço
para
novidades
que se
destinam
a
desbancá-los.
E o misoneísmo
grassa
infrene!
Tal
ocorrência
se deu
em todos
os
tempos
da
Humanidade,
inclusive
nos
atuais,
haja
vista a
má
vontade
generalizada
para com
as alforriadoras
ideias
espiritistas.
Assim,
nos mais
recuados
tempos,
podemos
flagrar
o povo
tutelado
por
Moisés
preferindo
o
bezerro
de ouro
em
detrimento
dos
Mandamentos
divinos.
No
primeiro
século
do
Cristianismo,
observamos
as
imensas
barreiras
dogmáticas
a
cercearem
as
florações
evangélicas.
Nessa
época,
em
virtude
da má
vontade
dos
Judeus
para se
ajustarem
aos
ensinamentos
cristãos,
Paulo de
Tarso,
dirigindo-lhes
a
palavra,
disse:
“(...)
Era
mister
que a
vós se
vos
pregasse
primeiro
a
palavra
de Deus;
mas,
visto
que a
rejeitais,
e vos
não
julgais
dignos
da vida
eterna,
eis que
nos
voltamos
para os
gentios”.
Sem
embargo,
em
muitas
ocasiões,
o
anátema
se
convertia
em
aprovação.
O
próprio
Paulo de
Tarso,
tal como
Santo
Agostinho,
são dois
exemplos
altissonantes
de
posicionamentos
críticos
transformados
em
legitimação:
O
primeiro,
feroz
defensor
do
Moisaísmo,
lançava
anátemas
ao
Cristianismo,
que
alterava
muitos
conceitos
das
draconianas
leis
mosaicas,
mas
tornou-se
o
vexilário
da
divulgação
do
pensamento
cristão,
a seu
tempo.
Já Santo
Agostinho,
um dos
Pais da
Igreja,
conforme
aprendemos
com
Allan
Kardec1,
é
atualmente
um dos
maiores
símbolos
da
divulgação
do
Espiritismo,
além de
ter
colaborado
de
maneira
muito
expressiva
junto ao
Colegiado
de
Espíritos
Superiores
que
assessoravam
o Mestre
Lionês,
porquanto
são
inúmeras
as suas
lúcidas
páginas
no
contexto
da
Codificação
Espírita.
O mesmo
ocorreu
com
vários
cientistas
e
filósofos
que
profligavam
o
Espiritismo,
acoimando-o
de
crença
supersticiosa,
infundada,
e mais
tarde se
retrataram,
envergonhados,
do
anátema
anteriormente
lançado.
Dentre
estes
podemos
destacar
Robert
Hare,
eminente
físico e
químico
norte-americano,
um dos
primeiros
homens
da
ciência
e o
primeiro
cientista
dos
Estados
Unidos a
se
dedicar
à
investigação
experimental
da
fenomenologia
mediúnica.
Nascido
na
Filadélfia
no dia
17 de
janeiro
de 1781,
às
margens
do rio
Delawere,
no
Estado
da
Pensilvânia,
filho de
imigrantes
ingleses.
Na época
do
surgimento
dos
fenômenos
de
Hydesville
(1848) e
em
outras
cidades,
Robert
Hare
ficava
admirado
de ver
homens
respeitáveis,
como o
magistrado
da Corte
Suprema
de Nova
Iorque,
John
Wisconsin,
Nathaniel
Talmadge
e o
professor
universitário
James
Mapes
aderirem
ao
nascente
movimento
conhecido
como
Espiritualismo
moderno.
Formado
na mais
rigorosa
ciência
de seu
tempo,
parecia-lhe
inconcebível
a
decisão
daqueles
homens
cultos e
de
destaque
na
sociedade
americana
estarem
envolvidos
com tais
coisas.
Hare
chegou
mesmo a
escrever,
em 1853,
uma
carta
denunciadora
com
severas
críticas
contra o
que
considerava
uma nova
superstição,
nos
seguintes
termos:
“Sinto-me
obrigado,
pelo
dever
para com
meu
próximo,
a
empenhar
toda a
minha
influência
no
sentido
de deter
a
corrente
de
loucura
popular
que,
desafiando
a
Ciência
e a
Razão,
pronuncia-se
favoravelmente
a esse
grosseiro
embuste
que é o
Espiritismo”.
Esta
carta
foi
amplamente
publicada
pela
imprensa
americana
da
época,
dando
origem a
acalorados
debates
em todo
país.
Ele
dizia
ser
necessário
estancar
aquela
“maré
de
loucura”.
Pois
bem, não
demorou
muito e
sua
curiosidade
científica
o levou
aos
fenômenos,
mas com
a nítida
intenção
de
desmascará-los.
Mais
tarde
concluiria,
para
escândalo
de toda
a
sociedade
americana,
a
veracidade
da
fenomenologia
mediúnica,
escrevendo
um livro
com mais
de 400
páginas
intitulado:
Investigação
Experimental
das
Manifestações
dos
Espíritos
–
Demonstração
da
Existência
dos
Espíritos
e sua
Comunicação
com os
Mortais.
Foi
assim
que
depois
de dois
anos de
intenso
trabalho,
o
ceticismo
de
Robert
Hare foi
vencido
pela
evidência
dos
fatos,
os quais
demonstravam
que os
médiuns
eram
intermediários
que
facilitavam,
com suas
atitudes,
a
intervenção
de seres
inteligentes
extrafísicos,
ou
melhor:
dos
Espíritos.
Nos
tempos
apostólicos,
um
fariseu
bondoso,
justo,
equilibrado
e
genial,
muito
querido
pelo
povo,
chamado
Gamaliel,
integrante
do
Conselho
do
Sinédrio,
presente
na obra
romanceada
de
Emmanuel,
e do
qual
também
nos dão
notícias
as
escrituras
Neotestamentárias,
alertou
a seus
pares
que
estavam
julgando
os
apóstolos
Pedro e
João,
dizendo
com
sabedoria
e
bondade:
“Libertai
estes
homens,
porque
se eles
fazem as
obras
dos
homens,
ela se
desfará
por si
própria,
mas se é
obra de
Deus,
não
podereis
desfazê-la;
para que
não
aconteça
serdes
também
achados
combatendo
contra
Deus”.
O bispo
que
condenou
à
fogueira
inquisitorial
300
obras
espíritas,
em
Barcelona,
na
Espanha,
desencarnando
pouco
tempo
depois,
manifestou
seu
amargo
arrependimento
por ter
perpetrado
ato tão
arbitrário
quão
insano.
A
História
está
cheia de
casos
tais...
Assim,
não
devemos,
em
absoluto,
perder o
nosso
precioso
tempo em
preocupações
com os
atuais
críticos
de
plantão,
anatematizadores
do
Espiritismo.
É só uma
questão
de tempo
e eles
também
beberão
na fonte
cristalina
das
águas
lustrais
da
Doutrina
Espírita.
Cuidemos,
isto
sim,
nós, os
Espíritas,
de nossa
administração,
pois os
adversários
de hoje
poderão
ocupar –
com
muito
mais
eficiência
– o
nosso
espaço
nos
arraiais
espiritistas
e fazer
em prol
da
divulgação
do
Espiritismo
muito
mais do
que
fazemos
(ou
achamos
que
estamos
fazendo).
Com
outras
palavras
e em
outro
contexto,
disse
Jesus a
mesma
coisa,
recomendando
cuidado
aos
religiosos
de Seu
tempo,
pois se
não
cuidassem
do
próprio
aprendizado
e da
prática
das Leis
de Deus,
as
meretrizes
os
antecederiam
na
conquista
do Reino
dos
Céus.