Cooperação com Deus
Quantas vezes terás dito que amas a Deus e te dispões a servi-lo? E quantas outras tantas terás afirmado a tua fé na Providência Divina?
Provavelmente, porém, não te puseste ainda a raciocinar que os teus votos foram acolhidos e que o Todo-Misericordioso, por intermédio de vasta corrente hierárquica de assessores, te enviou as tarefas de cooperação com a sua infinita bondade, junto de causas, organizações, situações e pessoas, que lhe requisitam assistência e intervenção.
Exposto, assim, o problema do teu setor de ação individual, será justo considerar que esforço e dedicação constituem ingredientes inevitáveis no encargo que te foi confiado, a fim de que obtenhas o êxito que denominamos por “dever cumprido perante Deus”.
Mãe ou pai, se recolhesses da vida tão-somente os filhos robustos e virtuosos, que indícios de amor oferecerias a Deus, quando Deus te pede o coração mais profundamente voltado para os filhos menos felizes, com bastante abnegação para jamais abandoná-los, ainda mesmo quando o mundo os considere indesculpáveis ou desprezíveis?
Professor ou mestre, se reunisses contigo apenas os discípulos inteligentes e nobres, quem estaria com Deus no auxílio aos rebeldes ou retardados?
Dirigente ou supervisor, nos diversos ramos da atividade humana, se fosses chamado para guiar os interesses da comunidade exclusivamente nos dias de céu azul, para entoar louvores à harmonia ou presidir a distribuição de luzes e bênçãos, quem cooperaria com o Supremo Senhor, nas horas de tempestade, quando as nuvens da incompreensão e os raios da calúnia varam a atmosfera das instituições, exigindo a presença dos que cultivem brandura e compreensão, a fim de que a Divina Misericórdia encontre instrumentos capazes de ajudá-la a restaurar os elementos convulsos?
Obreiro do bem ou condutor da fé, se obtivesses da Terra apenas demonstrações de apreço e palmas de triunfo, quem colaboraria com Deus, nos dias de perturbação, de maneira a limitar a incursão das trevas ou a apagar o fogo do ódio, entre as vítimas da ilusão ou da vaidade, nos lugares em que o Pai Supremo necessite de corações suficientemente corajosos e humildes para sustentarem o bem com o esquecimento de todo mal?
Onde estiveres e sejas quem sejas, no grau de responsabilidade e serviço em que te situas, agradece aos Céus as alegrias do equilíbrio, as afeições, os dias róseos do trabalho tranquilo e as visões dos caminhos pavimentados de beleza e marginados de flores que te premiam a fé em Deus; quando, porém, os caminhos da provação te firam a alma ou quando as circunstâncias adversas se conjuguem contra as boas obras a que te vinculas, como se a tormenta do mal intentasse efetuar o naufrágio do bem, recorda que terás chegado ao instante do devotamento supremo e da lealdade maior, porque, se confias em Deus, Deus igualmente confia em ti.
Do livro Encontro Marcado, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier. |