– Não é raro ver filhos
de espíritas fazendo uso
de alcoólicos ou do
fumo, bem como adotando
outros comportamentos
distantes do equilíbrio
moral, sob o olhar
passivo dos genitores.
Como entender essas
ocorrências?
Raul Teixeira:
Vivem-se na Terra tempos
muitos complexos em que
se juntam criaturas com
velhos compromissos
familiares e sociais mal
atendidos ou relegados,
no passado, com
Espíritos portadores de
hábitos inadequados,
dentro de uma análise da
moral cristã, que
reencarnam exatamente
para vencer esses
hábitos sob a orientação
de uma família espírita.
Ao se depararem, então,
uns e outros na
instituição familiar,
dão-se embates intensos
que exigem lucidez,
maturidade e firmeza dos
pais-educadores, sem que
percam o vínculo com o
exercício da ternura.
Muitas vezes os
complexos de culpa
trazidos do pretérito
fazem com que, na
atualidade, os genitores
não encontrem firmeza
moral para se dirigir
aos filhos e
orientá-los, fazendo
propostas positivas,
renovadoras, em favor do
bem para si mesmos.
Somam-se a isso as
culpas atuais sentidas
por pais e mães que
deixam seus filhos sob
outros cuidados, a fim
de que possam se ocupar
com o trabalho fora de
casa. Acham-se, dessa
forma, no dever de
compensar seus filhos
com permissões que raiam
para permissividades,
responsáveis por muitos
desastres no campo dos
costumes.
Outra tragédia doméstica
pode ser encontrada
quando genitores que se
afirmam espíritas
guardam em casa e fazem
uso de bebidas
alcoólicas e mesmo do
fumo, pautados em
pseudojustificativas,
tais como as que
asseveram que "ninguém é
de ferro", ou que "não
há nada demais",
"precisamos viver
conforme a nossa época",
"o espírita tem que ser
sociável", e assim
sucessivamente. Esses
exemplos infelizes de
muitos pais acabam por
auxiliar na impulsão dos
filhos – os referidos
Espíritos com
dificuldades – para a
adoção dos vícios em
questão.
Por meio do entendimento
do real ensinamento do
Espiritismo, buscando a
renovação de si mesmos,
é que pais e mães
espíritas conseguirão
oferecer aos filhos,
sejam quais forem as
suas dificuldades, os
mais abençoados exemplos
de uma vida dignificada
pelo equilíbrio de
atitudes e de hábitos,
propiciando-lhes
reforços positivos para
a vivência das virtudes.
Mas quando, apesar de
todos os empenhos em dar
bons exemplos e nobres
orientações, os pais se
derem conta de que seus
filhos desejam seguir
por rotas tortuosas,
seguirão sofridos mas em
paz com a própria
consciência, por terem
feito o que deviam fazer
para encaminhar os
rebentos aos caminhos do
Criador.
Entrevista concedida em
8 de outubro de 2011
especialmente a esta
revista.
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