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Raul Teixeira responde
Ano 5 - N° 232 - 23 de Outubro de 2011

  
 

– Não é raro ver filhos de espíritas fazendo uso de alcoólicos ou do fumo, bem como adotando outros comportamentos distantes do equilíbrio moral, sob o olhar passivo dos genitores. Como entender essas ocorrências? 

Raul Teixeira: Vivem-se na Terra tempos muitos complexos em que se juntam criaturas com velhos compromissos familiares e sociais mal atendidos ou relegados, no passado, com Espíritos portadores de hábitos inadequados, dentro de uma análise da moral cristã, que reencarnam exatamente para vencer esses hábitos sob a orientação de uma família espírita.

Ao se depararem, então, uns e outros na instituição familiar, dão-se embates intensos que exigem lucidez, maturidade e firmeza dos pais-educadores, sem que percam o vínculo com o exercício da ternura.

Muitas vezes os complexos de culpa trazidos do pretérito fazem com que, na atualidade, os genitores não encontrem firmeza moral para se dirigir aos filhos e orientá-los, fazendo propostas positivas, renovadoras, em favor do bem para si mesmos.

Somam-se a isso as culpas atuais sentidas por pais e mães que deixam seus filhos sob outros cuidados, a fim de que possam se ocupar com o trabalho fora de casa. Acham-se, dessa forma, no dever de compensar seus filhos com permissões que raiam para permissividades, responsáveis por muitos desastres no campo dos costumes.

Outra tragédia doméstica pode ser encontrada quando genitores que se afirmam espíritas guardam em casa e fazem uso de bebidas alcoólicas e mesmo do fumo, pautados em pseudojustificativas, tais como as que asseveram que "ninguém é de ferro", ou que "não há nada demais", "precisamos viver conforme a nossa época", "o espírita tem que ser sociável", e assim sucessivamente. Esses exemplos infelizes de muitos pais acabam por auxiliar na impulsão dos filhos  – os referidos Espíritos com dificuldades –  para a adoção dos vícios em questão.

Por meio do entendimento do real ensinamento do Espiritismo, buscando a renovação de si mesmos, é que pais e mães espíritas conseguirão oferecer aos filhos, sejam quais forem as suas dificuldades, os mais abençoados exemplos de uma vida dignificada pelo equilíbrio de atitudes e de hábitos, propiciando-lhes reforços positivos para a vivência das virtudes. Mas quando, apesar de todos os empenhos em dar bons exemplos e nobres orientações, os pais se derem conta de que seus filhos desejam seguir por rotas tortuosas, seguirão sofridos mas em paz com a própria consciência, por terem feito o que deviam fazer para encaminhar os rebentos aos caminhos do Criador.


Entrevista concedida em 8 de outubro de 2011 especialmente a esta revista.

 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita