MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Ação e Reação
André Luiz
(Parte
36 e final)
Concluímos nesta edição
o
estudo da obra
Ação e Reação,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1957 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Aída percebeu naquele
momento que estava
diante de Druso e Silas?
Não. A prova disso é
que, mesmo quando
conversava com Silas,
evidenciando a extrema
fixação mental a que se
ajustava, ela perguntou
ao Assistente: "Onde
está Silas que também
não me ouve?” A surpresa
de André diante do fato
era enorme, sobretudo
quando viu que Druso e
Silas caíram de joelhos
em pranto insofreável.
Foi então que ele e
Hilário entenderam tudo,
rememorando a noite
inolvidável em que
Silas lhe falara de sua
história. A pobre
dementada era Aída, a
madrasta sofredora, e
Druso e Silas haviam
sido, na Terra, pai e
filho, responsáveis
diretos pela morte dela.
(Ação e Reação, cap. 20,
pp. 267 e 268.)
B. Que providências
Druso tomou em seguida?
Primeiro, ele recolheu
Aída nos braços
generosos e, genuflexo,
após conchegá-la de
encontro ao peito,
exclamou para o Alto,
com voz sumida em
lágrimas: "Obrigado,
Senhor!... Os penitentes
como eu encontram
igualmente o seu dia de
graças!... Agora que me
devolves ao coração
criminoso a companheira
que envenenei no mundo,
dá-me forças para que eu
possa erguê-la do abismo
de sofrimento a que se
precipitou por minha
culpa!..." Os soluços
embargaram a voz do
diretor, enquanto vasto
jorro de safirina luz
fluía do teto, como se a
Infinita Bondade
respondesse, de
imediato, à comovente
súplica. Silas, muito
abatido, ajudou-o a
levantar-se e ambos se
afastaram, carregando
consigo aquele trapo de
mulher, com a emoção de
quem conquistara valioso
troféu.
(Obra citada, cap. 20,
pp. 267 e 268.)
C. Que solução foi
arquitetada, na
sequência, para o caso
Druso-Aída?
Segundo Silas, dentro de
três dias seu pai
deixaria o encargo de
diretor da instituição,
alçando-se à companhia
de sua mãe, para juntos
regressarem à carne.
Druso partiria primeiro,
pouco depois a mãe de
Silas o seguiria e, mais
tarde, ele, como
primogênito, e Aída
renasceriam como filhos
de Druso e sua esposa,
que renunciara à alegria
da ascensão imediata, em
benefício deles. Quanto
a Silas, ele próprio
informou: "Com o
afastamento de meu pai,
obtive permissão para
ingressar em grande
educandário, no qual me
habilitarei para as
novas tarefas na
medicina humana, com
vistas à minha próxima
romagem terrestre".
(Obra citada, cap. 20,
pp. 269 e 270.)
Texto para leitura
128. O reencontro com
a madrasta - Druso
jazia entregue a
lágrimas copiosas. Silas
passou, então, a
socorrer a infeliz.
"Como te chamas?",
perguntou-lhe o
Assistente. "Aída",
respondeu a entidade.
Silas então indagou-lhe,
com voz trêmula: "Aída,
se és a esposa de Druso,
como nos fazes crer, não
te recordas de mais
alguém? De mais alguém
que te partilhasse no
mundo a vida no lar?"
Oh! sim... – retrucou a
interlocutora com
indizível carinho –
lembro-me...
lembro-me... Meu esposo
trazia um filho das
primeiras núpcias, em
jovem médico de nome
Silas..." Em seguida,
dando a perceber a
extrema fixação mental a
que se ajustava,
exclamou sussurrante:
"Onde está Silas que
também não me ouve? A
princípio...
contrariava-se com a
minha presença...
Entretanto... com o
tempo... tornou-se-me um
filho do coração,
condescendente amigo...
Silas!... sim... sim...
quem me fez recordar o
passado?!..." A
surpresa de André era
enorme, sobretudo quando
viu que Druso e Silas
caíram de joelhos em
pranto insofreável. Num
átimo, ele e Hilário
entenderam tudo,
rememorando a noite
inolvidável em que
Silas lhe falara de sua
história. A pobre
dementada era Aída, a
madrasta sofredora.
Somente então percebiam
que o diretor e o
Assistente haviam sido,
na Terra, pai e filho.
Druso, num gesto
enternecedor, recolheu
Aída nos braços
generosos e, genuflexo,
após conchegá-la de
encontro ao peito,
exclamou para o Alto,
com voz sumida em
lágrimas: "Obrigado,
Senhor!... Os penitentes
como eu encontram
igualmente o seu dia de
graças!... Agora que me
devolves ao coração
criminoso a companheira
que envenenei no mundo,
dá-me forças para que eu
possa erguê-la do abismo
de sofrimento a que se
precipitou por minha
culpa!..." Os soluços
embargaram a voz do
diretor, enquanto vasto
jorro de safirina luz
fluía do teto, como se a
Infinita Bondade
respondesse, de
imediato, à comovente
súplica. Silas, muito
abatido, ajudou-o a
levantar-se e ambos se
afastaram, carregando
consigo aquele trapo de
mulher, com a emoção de
quem conquistara valioso
troféu. (Cap. 20, pp.
267 e 268)
129. Druso despede-se
para reencarnar - No
dia seguinte, Silas
estava envolto da
alegria misteriosa de
quem havia solucionado
um problema longamente
sofrido. Druso e ele
tinham sido pai e filho
na última existência.
Havendo ambos recebido a
necessária permissão
para trabalhar em busca
de Aída, cuja perda
haviam provocado,
devotaram-se ao serviço
da Mansão, sob o
beneplácito de amigos do
Plano Superior. Ao preço
de tremendas lutas,
chegaram a conquistar
amizades sólidas e
experiências notáveis,
mas a recordação da
jovem sacrificada
constituía-lhes
envenenado acúleo nos
refolhos do ser. Era
necessário a ambos
ressarcir o infamante
débito. Esperançoso, ele
contou então que dentro
de três dias seu pai
deixaria o encargo de
diretor da instituição,
alçando-se à companhia
de sua mãe, para juntos
regressarem à carne. Seu
pai partiria primeiro,
pouco depois sua mãe o
seguiria e, mais tarde,
ele, como primogênito, e
Aída renasceriam como
filhos de Druso e sua
esposa, que renunciara à
alegria da ascensão
imediata, em benefício
deles. Hilário perguntou
se ele permaneceria na
Mansão. Silas
respondeu: "Não. Com o
afastamento de meu pai,
obtive permissão para
ingressar em grande
educandário, no qual me
habilitarei para as
novas tarefas na
medicina humana, com
vistas à minha próxima
romagem terrestre".
Três dias depois, em
grande recinto da Mansão
Paz, Druso e Silas
despediram-se dos
amigos. O enorme salão
estava repleto. No largo
estrado, em que se
destacava a direção,
Druso aparecia ao lado
do Instrutor Aranda,
que iria substituí-lo, e
da esposa querida, a
mesma que lhe ofertara
no mundo os sonhos doces
do primeiro matrimônio e
cujos olhos serenos
exprimiam irradiante
bondade. Outros
benfeitores, incluindo
Silas, ali também se
encontravam, atenciosos
e emocionados. Na
multidão dos ouvintes,
André e Hilário
renteavam com os
assessores e
funcionários do grande
hospital-escola, ao pé
de mais de trezentos
internos. Todos os
enfermos, abrigados e
servidores vinham trazer
a Druso preciosos
testemunhos de
reconhecimento, e as
manifestações
comovedoras
multiplicavam-se,
incessantes. (Cap. 20,
pp. 269 e 270)
130. Despedidas -
Enquanto música leve
nascia de instrumentos
ocultos, espalhando-se
em surdina, todos os
doentes, em fila
movimentada, queriam
dizer uma palavra ao
abnegado Instrutor que
os acolhera, generoso.
Velhinhos trêmulos
abençoavam-lhe o nome,
irmãs, cujo aspecto
falava de laboriosa
renovação, ofertavam-lhe
as flores torturadas e
tristes que o clima
inquietante da Mansão
era capaz de produzir,
entidades diversas,
recuperadas ao hálito de
seu incansável
devotamento,
endereçavam-lhe
expressões respeitosas e
amigas, enquanto jovens
inúmeros lhe osculavam
as mãos... Druso possuía
para todos uma frase de
enternecimento e
carinho. O novo diretor,
após a cerimônia simples
de transmissão de
responsabilidades,
levantou-se e prometeu
dirigir a casa com
lealdade a Nosso Senhor
Jesus-Cristo. Em
seguida, Druso ergueu-se
e rogou permissão para
orar à despedida, e
todas as frontes
penderam silenciosas,
enquanto a voz dele se
elevou para o Infinito,
à maneira de melodia
emoldurada de lágrimas.
Em sua rogativa, Druso
agradeceu a Jesus tudo o
que lhe fora
proporcionado naquela
Casa e pediu ao Mestre
que o acompanhasse, com
a graça de sua bênção,
no momento em que
retornava à esfera dos
homens. "Não permitas –
rogou o Instrutor – que
o reconforto do mundo me
faça esquecer-te e
constrange-me ao
convívio da humildade
para que o orgulho me
não sufoque. Dá-me a
luta edificante por
mestra do meu resgate e
não retires o teu olhar
de sobre os meus passos,
ainda que, para isso,
deva ser o sofrimento
constante a marca de
meus dias." (Cap. 20,
pp. 270 a 273)
Fim