Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
11)
Continuamos a apresentar
o
estudo do livro
Grilhões Partidos,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada
inicialmente no
ano de 1974.
Questões preliminares
A. Como se deu a visita
dos pais de Ester, em
espírito, à filha
enferma?
Durante o sono,
afrouxam-se os laços que
prendem a alma ao corpo,
e não precisando este
então da sua presença,
ela se lança pelo espaço
e entra em relação mais
direta com os outros
Espíritos. Foi num
momento assim, de
desprendimento
espiritual, que os pais
de Este mantiveram um
encontro com o Dr.
Bezerra de Menezes e,
com a ajuda dele, foram
ao encontro com Ester.
Desperta do sono
provocado,
Ester-espírito deu-se
conta da presença de
seus pais, atirando-se
ao regaço maternal, que
a acolheu
carinhosamente. Ambas
choraram, e o Coronel
envolveu mãe e filha num
só abraço de ternura e
saudade. Elas então
conversaram e D.
Margarida pôde dizer-lhe
que, quando todos se
encontravam à borda de
iminente desgraça, Jesus
os convocou a uma vida
nova, onde o orgulho
que os cegava e o
egoísmo que os consumia
cederam lugar à
humildade que liberta, à
esperança que anima e à
alegria que canta
bênçãos em suas almas.
(Grilhões Partidos,
cap.15, pp. 129 a 134.)
B. Que resultados
apresentou a visita
feita a Ester?
Ester-espírito,
impregnada pelas
palavras carinhosas e
pelos fluidos
renovadores que a mãe
lhe transmitia, após
recebê-los do Benfeitor
Espiritual, teve sono e
adormeceu. Era a
primeira vez nos últimos
meses que o corpo da
filha repousava, sem
constrição tormentosa do
inimigo desencarnado.
Estavam lançadas as
linhas mestras da
recuperação de ambos. No
dia seguinte, o Coronel
Constâncio informou à
esposa que sonhara com
Ester, sem conseguir,
porém, recordar com
precisão detalhes que
dessem encadeamento ao
acontecido. Uma
tranquilidade inusitada
o dominava então. Tinha
a impressão de haver
passado a noite num
recinto algo sombrio,
onde a filha se
encontrava. Nesse ponto,
contudo, ao recordar-se
da jovem, seus olhos
encheram-se de
lágrimas... D. Margarida
confirmou a impressão de
Constâncio: tinha ela
certeza de haver
visitado a filha.
(Obra citada, cap. 15 e
16, pp. 134 a 138.)
C. O conhecimento
espírita ajudou de algum
modo os pais de Ester no
enfrentamento da doença
da filha?
Sim. Em qualquer
processo obsessivo, é de
efeito superior a
renovação e a
conscientização dos
envolvidos, do que
resultam os primeiros
benefícios imediatos, a
saber: o despertamento
para as
responsabilidades do
espírito, o amor
desinteressado, o perdão
indistinto e o desejo
honesto da inadiável
reparação dos danos
causados... Encetando o
esforço da melhoria de
dentro para fora, mais
fácil a libertação dos
compromissos infelizes
que engendram amargura e
dor. Por essa razão,
nunca se devem
desconsiderar as
contribuições do estudo
doutrinário, na
terapêutica desobsessiva,
não apenas por parte dos
litigantes diretos, como
também do grupo
familiar, fortemente
vinculado ao problema
espiritual.
(Obra citada, cap. 16,
pp. 139 e 140.)
D. A primeira sessão
mediúnica com a presença
do obsessor de Ester
produziu algum
resultado?
Sim. Na sessão, além de
palavras amorosas que o
fariam pensar seriamente
sobre a vida, pôde
aquele Espírito receber
energias vigorosas que
lhe foram aplicadas por
orientação superior.
Aquele mergulho nas
vibrações, no magnetismo
da mediunidade com
Jesus, balsamizante,
confortadora, era
necessário. Em verdade,
a sessão mediúnica
constituía o passo
inicial para o
tratamento desobsessivo,
que não pode jamais
ignorar que obsidiado e
obsessor são criaturas
igualmente enfermas e
necessitadas.
(Obra citada, cap. 16,
pp. 141 a 144.)
Texto para leitura
70. O desabafo do
Coronel Santamaria
- O Cel. Epaminondas
lembrou, após traçar os
malefícios do egoísmo no
mundo, que ao clarão do
Cristo modificar-se-ão
as contingências e
situações, dando
surgimento à antemanhã
do Mundo Melhor que
todos anelamos. É
preciso, para isso,
combater com todas as
forças esse verdugo da
paz e da felicidade, que
é o feroz egoísmo.
Entendamos, propôs
Epaminondas, que se
alguém nos fere a Lei
nos faz justiça; se nos
perseguem, ou
prejudicam, se há dor ou
necessidade, não nos
consideremos infelizes
ou supliciados...
“Talvez soframos em um
setor ou atividade em
que não possuímos
débitos, devendo, porém,
na contabilidade divina,
onerosos estipêndios
morais que nos chegam em
abençoadas ensanchas
para resgatar”,
considerou o
palestrante. Destacou
então a importância da
humildade, da paciência
e da resignação, que
constituem eficientes
antídotos ao egoísmo.
Findos os comentários do
Cel. Sobreira, os demais
participantes do Culto
fizeram apontamentos
valiosos, verificando-se
então emocionante
desabafo do Coronel
Santamaria, que
reconhecia ter sido até
aquele momento cultor do
egoísmo e do orgulho,
que agora era compelido
a examinar para o
necessário processo de
expurgo. “Agora começo a
ver melhor... Injunções
pretéritas nos amarram
uns aos outros,
abrigando-nos a
arrebentar as algemas do
egoísmo...”. E
acrescentou: “Esperava,
em razão dos
esclarecimentos do
Sobreira, a provável
cura ou melhora de
Ester, sem maiores
comprometimentos de
minha parte. Era o
método simplista e
astucioso do cômodo
egoísmo...” O genitor de
Ester parecia realmente
consciente de que ele
era mais doente do que a
filha e a verdadeira
causa dos padecimentos
que se abateram sobre
ela. Constâncio tinha
os olhos úmidos quando
terminou de falar. Sua
esposa levantou-se e
abraçou-o, beijando-lhe
a testa, e esse gesto
produziu imenso
bem-estar no consorte
sofrido... (Cap. 14,
pp. 126 a 128)
71. Preparativos
da visita a Ester
- A questão no
401 d’ O Livro dos
Espíritos explica-nos
que a alma não repousa
como o corpo durante o
sono e que o Espírito
jamais está inativo.
“Durante o sono,
afrouxam-se os laços que
o prendem ao corpo, e
não precisando este
então da sua presença,
ele se lança pelo espaço
e entra em relação mais
direta com os outros
Espíritos”. Foi num
momento assim, de
desprendimento
espiritual, que os pais
de Este mantiveram um
encontro com o Dr.
Bezerra de Menezes. Algo
muito importante
acontecera em seu lar,
após inaugurado o culto
evangélico. Estabelecida
a ambiência psíquica
favorável, produziu-se
conveniente assepsia
mental no recinto, o que
impôs aos hóspedes
invisíveis e perniciosos
compreensível mal-estar
que os obrigou a
trasladar-se. O encontro
com o Benfeitor
Espiritual aconteceu
naquela mesma noite.
Este explicou-lhes que
as matrizes da
perturbação de Ester se
encontravam radicadas no
perispírito, em razão de
experiências infelizes
do passado, de que os
pais foram participes e,
assim, de certo modo,
culpados pelo drama que
a martirizava. “Em toda
conjuntura dolorosa há,
impostergável, a
presença de dívidas”,
acentuou Bezerra, que
explicou que na visita
que fariam à jovem
enferma seria
imprescindível manter-se
o equilíbrio emocional,
considerando também a
necessidade de
consideração pelo algoz
sequioso de proteção e
socorro e do amor de
todos, tanto quanto a
própria Ester. (Cap. 15,
pp. 129 e130)
72. Os pais vão
ao Sanatório -
Bezerra de Menezes
aproveitou o ensejo para
destacar a função da dor
no reequilíbrio da
criatura humana e
advertiu que Ester,
devido à perturbação de
longo curso em que se
via envolvida, não
perceberia a presença de
seus pais de imediato.
“Com os centros da
lucidez psíquica
demoradamente excitados
pelos fluidos
degeneradores,
requisitará tempo para a
imprescindível
recomposição das
faculdades pensantes”,
esclareceu o amorável
Benfeitor. Dentre as
providências para a
viagem até ao
Sanatório, foram
aplicadas energias
especiais aos pais de
Ester, que somente
recobraram a visão e a
consciência quando já se
encontravam todos no
quarto da filha. Dois
Espíritos haviam sido,
antes, designados por
Bezerra para afastar da
cela os Espíritos
frívolos não vinculados
ao quadro da enferma.
Apesar disso, o local
transudava miasma, e uma
substância pastosa e
perniciosa ali se
demorava, como
resultante do vampirismo
reinante. Bezerra de
Menezes fez então
comovida prece que a
todos permeou de
vibrações renovadoras. O
ambiente sombrio pouco a
pouco se foi
clarificando com diáfana
luz, que parecia possuir
desconhecidas
potencialidades de
desagregação das
moléculas pestilenciais
que impregnavam a
atmosfera interna.
Depois, o Benfeitor,
aplicando em Ester
vigorosos passes de
dispersão fluídica,
desprendeu o algoz
desencarnado. Este,
vendo-se contido e
impossibilitado de
reagir, blasfemava,
hórrido e atormentado,
proferindo ameaças, com
que pretendia exterminar
a enferma desforçando-se
do seu pai. (Cap.15, pp.
131 e 132)
73. Ester vê sua
mãe e chora -
Com a ajuda do Benfeitor
espiritual, que atuava
nos centros cerebral e
coronários de Ester –
donde emanavam fluidos
dissolventes ali
condensados e
vitalizados desde o
inicio do processo
obsessivo – , o Espírito
de Ester deslocou-se do
corpo somático,
notando-se no corpo
perispiritual as mesmas
debilidades do corpo
físico: aparência
maltratada, vestes
andrajosas, desgaste...
O perispírito retratava
os condicionamentos da
organização física a que
se imantava... Desperta
do sono provocado,
Ester-espírito deu-se
conta da presença de
seus pais, atirando-se
ao regaço maternal, que
a acolheu
carinhosamente. Ambas
choravam, e o Coronel
envolveu mãe e filha num
só abraço de ternura e
saudade... “É um
sonho, mamãe! –
exclamou a jovem. – É um
sonho celeste, papai!
Meu Deus, meu Deus, não
me permita acordar
jamais!...” D.
Margarida, dotada de
maior sensibilidade do
que o esposo, passou a
perceber o influxo
mental de Bezerra de
Menezes, que num
abençoado processo
telepático vigoroso a
induziu aos
esclarecimentos de que a
filha tinha necessidade.
Elas então conversaram e
D. Margarida pôde
dizer-lhe que, quando
todos se encontravam à
borda de iminente
desgraça, Jesus os
convocou a uma vida
nova, onde o orgulho
que os cegava e o
egoísmo que os consumia
cederam lugar à
humildade que liberta, à
esperança que anima e à
alegria que canta
bênçãos em suas almas...
O sofrimento estava
chegando ao fim. (Cap.
15, pp. 132 a 134)
74. Ester adormece
nos braços da mãe
- A filha, após ouvir
D. Margarida falar sobre
Jesus e as bênçãos já
recebidas,
perguntou-lhe: “Por que
sofro tanto, mamãe, sem
consolo, desvairada? Que
fiz para ter sido
arrancada do lar, qual
criminosa desalmada,
atirada sem piedade
nesta masmorra odienta?”
E aduziu: “Não suporto
mais!” Havia uma dor
quase selvagem na
pergunta de Ester. Seu
corpo banhava-se com a
transpiração pegajosa,
fria, e grossas lágrimas
lhe escorriam dos olhos
pela face imunda,
desvitalizada.
Simultaneamente, porém,
qual criança aninhada no
seio materno, ela tremia
e chorava, pálida,
angustiada, ansiosa. D.
Margarida, compreendendo
a extensão do sofrimento
da filha, sentiu-se
enfraquecer. Foi quando
Bezerra de Menezes a
envolveu com energias
revigorantes e
vitalizou-a com
pensamentos e emoções
superiores. A mãe de
Ester, recomposta
mentalmente,
explicou-lhe então que
tudo que nos acontece
procede de nós mesmos.
“Somos os agentes
próximos ou remotos dos
sucessos felizes ou
desditosos que nos
surpreendem. Porque não
saibamos a razão da
ocorrência infeliz, isto
não implica a sua
inexistência”, disse-lhe
D. Margarida,
esclarecendo que tudo em
breve se esclareceria.
Não importava agora
saber os porquês, mas
sim como proceder para
libertar-se da
conjuntura aflitiva
reabilitando-se todos
perante a Consciência
Divina. Era essencial,
no momento, confiar em
Deus. Ester-Espírito,
impregnada pelas
palavras carinhosas e
pelos fluidos
renovadores que a mãe
lhe transmitia, após
recebê-los do Benfeitor
Espiritual, teve sono e
adormeceu. Era a
primeira vez nos últimos
meses que o corpo da
filha repousava, sem
constrição tormentosa do
inimigo desencarnado.
Estavam lançadas as
linhas mestras da
recuperação de ambos.
(Cap.15, pp.134 e 136)
75. Fragmentos de
um sonho - A
lição contida no cap.
XIX, item 10 d’ O
Evangelho Segundo o
Espiritismo, nos diz que
há médiuns por toda a
parte, em todos os
países, em todas as
classes sociais, entre
ricos e pobres, entre
grandes e pequenos, “a
fim de que em nenhum
ponto faltem e a fim de
ficar demonstrado aos
homens que todos são
chamados”. No dia
seguinte à visita à
filha, o Coronel
Constâncio informou à
esposa que sonhara com
Ester, sem conseguir,
porém, recordar com
precisão detalhes que
dessem encadeamento ao
acontecido. Uma
tranquilidade inusitada
o dominava então. Tinha
a impressão de haver
passado a noite num
recinto algo sombrio,
onde a filha se
encontrava. Nesse ponto,
contudo, ao recordar-se
da jovem, seus olhos
encheram-se de
lágrimas... D. Margarida
confirmou a impressão de
Constâncio: ela tinha
certeza de haver
visitado a filha.
“Creio, sim, que
estivemos com Ester,
ajudados pelos Espíritos
Superiores, que
representam Jesus
atendendo a nossas
preces e dores”, afirmou
com convicção. O lar de
Ester modificara-se por
completo. O casal
preenchia o tempo com
leitura salutar,
aprofundando a meditação
e o estudo nas páginas
incomparáveis d’ O Livro
dos Espíritos, com que o
amigo Sobreira brindara
o colega de armas. A
leitura era uma luz que
se abria agora em suas
vidas, e Constâncio
apenas lamentava tanto
tempo passado na
ignorância da Doutrina
Espírita, confessando a
falência do orgulho, do
materialismo e seus
sequazes no confronto
com o Espiritismo.
(Cap.16, pp.137 e 138)
76. Benefícios dos
estudos doutrinários
- Nos dias aprazados, os
pais de Ester realizavam
o culto Evangélico no
Lar, com que hauriam
ânimo robustecido e
iluminação anterior.
Passaram também a
participar das sessões
de estudo doutrinário,
duas vezes por semana,
na Sociedade Espírita
“Francisco de Assis”,
onde obtinham respostas
para mil indagações e
dúvidas que se lhes
multiplicavam, como
costuma acontecer com
todos os que travam
relações com o
Consolador. A
compreensão dos tristes
acontecimentos se fazia
agora em toda a
plenitude. Naquela
instituição, o casal
Santamaria encontrara um
mundo novo e estranho: o
da fraternidade, onde a
esperança emoldura as
almas de resignação e a
caridade agiganta os
seus felizes servidores.
Parecia que o grupo
formava uma única
família... Em qualquer
processo obsessivo, é de
efeito superior a
renovação e a
conscientização dos
envolvidos, do que
resultam os primeiros
benefícios imediatos, a
saber: o despertamento
para as
responsabilidades do
espírito, o amor
desinteressado, o perdão
indistinto e o desejo
honesto da inadiável
reparação dos danos
causados... Encetando o
esforço da melhoria de
dentro para fora, mais
fácil a libertação dos
compromissos infelizes
que engendram amargura e
dor. Por essa razão,
nunca se devem
desconsiderar as
contribuições do estudo
doutrinário, na
terapêutica desobsessiva,
não apenas por parte dos
litigantes diretos, como
também do grupo
familiar, fortemente
vinculado ao problema
espiritual. (Cap. 16,
pp. 139 e 140)
77. A
comunicação da entidade
perseguidora
- Sob a orientação de
Bezerra de Menezes,
foram programadas
algumas sessões
especiais de
desobsessão para o caso
Ester, com a presença do
casal Santamaria. Eis
como foi a primeira
sessão, dirigida pelo
Cel. Sobreira: Trazidos
por abnegados auxiliares
do diretor espiritual, o
obsessor de Ester
manifestou-se pela
psicofonia inconsciente
de Joel. A Entidade fora
removida desde a
véspera, sem que se
desarticulassem os
liames que a atavam à
vitima. Simultaneamente,
procedeu-se à imantação
psíquica do desencarnado
com Joel. Incorporada, a
entidade convulsionava o
médium, que, de
imediato, se
transfigurou,
congestionando a face e
modificando a postura...
Dava a impressão de ser
Joel outra pessoa...
Disciplinado, porém,
quanto evangelizado, o
médium continuava
semidesdobrado, ao lado,
entre os operosos
Instrutores
Desencarnados, pronto
para qualquer
interferência
necessária. Agressivo,
vulgar e furioso, o
Espírito blasonou: “Sou
invencível! Ninguém me
alcançará nem me deterá.
Cobrarei lágrima por
lágrima, desdita por
desdita, e não saciarei
minha sede de vingança.
Tenho vertido sangue de
lava sem qualquer
refrigeração e me
encontro destroçado...”
Na sequência, a entidade
falava da traição de que
fora vitima, e da
vingança que apenas
começava... E gemia,
chorava, despejando a
vasa de ódio cultivado
em imprecações violentas
e chocantes... Energia
vigorosas eram-lhe
aplicadas por orientação
superior. Era necessário
aquele mergulho nas
vibrações, no magnetismo
da mediunidade com
Jesus, balsamizante,
confortadora. Foi então
que o doutrinador, com
voz doce, mas enérgica,
dirigiu-se ao
tresloucado Espírito:
“Falas que és infeliz,
no entanto
infelicitas...” A
entidade, surpresa,
indagou: “Quem me
interrompe? Que tipo de
cilada é esta?” O
esclarecedor
respondeu-lhe: “A cilada
do amor. Aqui estás
para que percebas a
fraqueza das tuas forças
e a força da
Misericórdia e Justiça
Divinas”. (Cap. 16,
pp. 141 e 142)
78. O diálogo
com o obsessor
- O Espírito não sabia
onde se encontrava. Ao
receber o esclarecimento
pertinente, disse não
ter nem senhor nem
chefe: “Sou livre para
odiar e desforçar-me.
Ninguém me controla nem
me dirige... Chega de
conversa, homem”. A
paciência do Cel.
Sobreira era infinita:
“Ninguém é livre,
realmente, enquanto não
se libera das paixões,
que são os inimigos mais
escravizadores que
existem”. e informou-o
de que ninguém ali
estava brincando, porque
com vidas não se
brinca... Ao ser chamado
de “irmão”, o obsessor
de Ester respondeu com
ironia: “Irmão?!.. Devo
ter sido colhido por um
grupo de loucos mortos e
trapaceiros, metidos a
religiosos a fim de
enganar-me. Nada feito:
eu sou morto também,
lutando contra vivos e
vingando-me dos a quem
eu irei matar...” O Cel.
Sobreira não deixou
passar semelhante
oportunidade:
“Enganaste, novamente,
meu irmão. Mortos
estamos quando no corpo,
e vivos, se nos
encontramos sem ele...
Estás, sim,
desencarnado, liberado
para a vida, graças à
desencarnação, também
chamada morte. Não somos
loucos, porquanto
enfermo estás tu,
vitimado pela cegueira
do ódio e os venenos da
revolta, transformado em
ladrão da paz alheia,
acovardado na
agressividade, porquanto
quem agride é fugitivo
da coragem que ama e
perdoa...” E
acrescentou: “Somos
religiosos, sim,
seguidores de Nosso
Senhor Jesus Cristo,
nosso Chefe e Guia...”
Nesse ínterim, atendendo
às instruções de Bezerra
de Menezes, Philomeno
aproximou-se do Espírito
em desvario e
aplicou-lhe passes
cuidadosos,
anestesiantes. A
entidade, que fora
acometida de grande
surpresa ao ouvir
enunciado o nome de
Jesus, recebeu a
vibração mental que o
acompanhava e
lembrou-se,
momentaneamente, do
Crucificado. Por sua
mente aturdida
repassaram algumas
impressões das gravuras
a óleo que conhecera na
Terra e estremeceu,
receoso... Em seguida,
adormeceu e foi
retirado, inconsciente.
(Cap. 16, pp. 142 a 144)
(Continua no próximo
número.)