MARCELO
DAMASCENO DO
VALE
marcellus.vale@gmail.com
São Bento do
Sul, SC
(Brasil)
Por que existe
algo em
vez de
nada?
-
Pretendem os que
professam a
doutrina do
panteísmo achar
nela a
demonstração de
alguns dos
atributos de
Deus: Sendo
infinitos os
mundos, Deus é,
por isso mesmo,
infinito; não
havendo o vazio,
ou o nada em
parte alguma,
Deus está por
toda parte;
estando Deus em
toda parte, pois
que tudo é parte
integrante de
Deus, Ele dá a
todos os
fenômenos da
Natureza uma
razão de ser
inteligente. Que
se pode opor a
este raciocínio?
“A razão.
Refleti
maduramente e
não vos será
difícil
reconhecer-lhe o
absurdo.”(Questão
16 de O Livro
dos Espíritos.)
Gottfried
Wilhelm Von
Leibniz fez o
questionamento
de nosso título
no século XVII,
tentando
compreender a
criação e
concluiu que
Deus através de
sua razão e
vontade se
afigura o
universo através
da harmonia
pré-estabelecida.
Vários outros
filósofos
tentaram
compreender o
princípio da
Criação, bem
como de que modo
esses processos
ocorreram.
Contudo com o
avanço das
teorias
materialistas a
partir do século
XVIII os
pensadores foram
substituídos por
outros que se
caracterizaram
pela análise
fria, contudo
imparcial.
Muitos luminares
da Ciência creem
em uma
“consciência
cósmica”, uma
forma muito bem
elaborada de
panteísmo. Vamos
além. Alguns
cientistas
assombrados com
suas descobertas
e buscando uma
causa
inteligente para
os fenômenos
observados
chegaram à
conclusão da
existência de um
Ser que
direciona a ação
do Universo, da
Criação, da
Natureza.
Conforme Isaac
Newton, o
universo é como
um gigantesco
relógio,
disparado por
Deus no
princípio dos
tempos, que
desde então
passou a
funcionar de
acordo com suas
leis.
O bioquímico
Clifford
Pickover afirma:
"Quando vejo
crustáceos com
uma aparência
louca, os
tentáculos de
uma água-viva,
vermes
hermafroditas, e
micetozoários,
eu sei que Deus
tem um senso de
humor, e vamos
ver isso
refletido nas
outras formas no
universo”.
Andrei Linde, da
Universidade
Stanford, um dos
cocriadores da
ideia do
universo
inflacionário,
diz que, se for
possível criar
novos universos,
então "talvez
seja a hora de
redefinir a Deus
como algo mais
sofisticado do
que apenas o
criador do
universo”.
Todas as coisas
só existem
porque Deus
assim deseja,
porém o que
existe no
universo, na
natureza, nós
inclusive, não
se confunde com
o próprio
Criador.
Finalizando, em
A Gênese,
encontramos a
conclusão ímpar
do pensamento
científico-filosófico
sobre a
Divindade:
“Existindo, por
sua natureza,
desde toda a
eternidade, Deus
criou desde toda
a eternidade e
não poderia ser
de outro modo,
visto que, por
mais longínqua
que seja a época
a que recuemos,
pela imaginação,
os supostos
limites da
criação, haverá
sempre, além
desse limite,
uma eternidade -
ponderai bem
esta ideia -,
uma eternidade
durante a qual
as divinas
hipóstases, as
volições
infinitas teriam
permanecido
sepultadas em
muda letargia
inativa e
infecunda, uma
eternidade de
morte aparente
para o Pai
eterno que dá
vida aos seres;
de mutismo
indiferente para
o Verbo que os
governa; de
esterilidade
fria e egoísta
para o Espírito
de amor e
vivificação.”
(1)
“O começo
absoluto das
coisas remonta,
pois, a Deus. As
sucessivas
aparições delas
no domínio da
existência
constituem a
ordem da criação
perpétua.”
(2)
Notas:
(1)
A Gênese, cap.
VI, item 14 –
Allan Kardec.
(2)
A Gênese, cap.
VI, item 15 –
Allan Kardec.