Dá de ti mesmo
Neio Lúcio
Declaraste não
possuir dinheiro
para auxiliar.
Acreditas que um
pouco de papel
ou um tanto de
níquel te
substituem o
coração?
Esqueces-te, meu
filho, de que
podes sorrir
para o doente e
estender a mão
ao necessitado?
A
flor não traz
consigo uma
bolsa de ouro e
entretanto
espalha perfume
no firmamento.
O
céu não exibe
chuvas de
moedas, mas
enche o mundo de
luz.
Quanto pagas
pelo ar fresco
que, em bafejos
amigos, te
visita o quarto
pela manhã?
O
oxigênio
cobra-te
imposto?
Quanto te custa
a ternura
materna?
As aves cantam
gratuitamente.
A
fonte que te
oferece o banho
reconfortador
não exige
mensalidade.
A
árvore abre-te
os braços
acolhedores,
repletos de flor
e fruto, sem
pedir vintém.
A
bênção divina,
cada noite,
conduz o teu
pensamento a
bendito repouso
no sono e não
fazes
retribuição de
espécie alguma.
Habitualmente
sonhas, colhendo
rosas em formoso
jardim, junto de
companheiros
felizes; no
entanto, jamais
te lembraste de
agradecer aos
gênios
espirituais que
te proporcionam
venturoso
descanso.
A
estrela brilha
sem pagamento.
O
Sol não espera
salário.
Por que não
aprenderes com a
Natureza em
torno?
Por que não te
fazeres mais
alegre, mais
comunicativo,
mais doce?
Tens a
fisionomia seca
e ensombrada por
faltar-te
dinheiro
excessivo e
reclamas
recursos
materiais para
ser bom, quando
a bondade não
nasce dos cofres
fortes.
Sê irmão de teu
irmão,
companheiro de
teu companheiro,
amigo de teu
amigo.
Na ciência de
amar,
resplandece a
sabedoria de
dar.
Mostra um
semblante sereno
e otimista,
aonde fores.
Estende os
braços, alonga o
coração,
comunica-te com
o próximo,
através dos fios
brilhantes da
amizade fiel.
Que importa se
alguém te não
entende o gesto
de amor?
Que seria de
nós, meu filho,
se a mão do
Senhor se
recolhesse a
distância, por
temer-nos a
rudeza e a
maldade?
Dá de ti mesmo,
em toda parte.
Muito acima do
dinheiro, pairam
as tuas mãos
amigas e
fraternais.
Do cap. 30 do
livro
Alvorada Cristã,
de Neio Lúcio,
obra
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.