Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
12)
Continuamos a apresentar
o
estudo do livro
Grilhões Partidos,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada
inicialmente no
ano de 1974.
Questões preliminares
A. Por que, mesmo
estando afastado o
obsessor, a melhora de
Ester não se fez
imediata?
Cada processo obsessivo
tem características
especiais, embora
genericamente sejam
semelhantes. Deve-se
levar em conta as
resistências morais do
paciente, os hábitos
salutares ou desregrados
a que se submeteu, os
títulos de enobrecimento
ou vulgaridade que
coletou. É preciso
entender também que,
normalmente, além dos
implicados na demanda,
entidades ociosas ou
perversas agrupam-se em
torno do encarnado em
desajuste,
complicando-lhe a
alienação. No caso de
Ester, afastado seu
algoz para a necessária
doutrinação, comensais
da desordem e viciados
desencarnados – que
seriam atendidos mais
tarde – prosseguiam
assediando. É por isso
que o restabelecimento
da enferma não se fez de
imediato. Sua engrenagem
mental demoradamente
prejudicada pela
interferência dos
fluidos persistentes,
deletérios, exigia tempo
e tratamento especial
para a reorganização.
(Grilhões Partidos, cap.
17, pp. 145 e 146.)
B. Que razões de ordem
doutrinária recomendam
que, na desobsessão,
tratemos também do algoz
e não apenas da vítima?
“Não se pode amar a Deus
sem que se sirva com
abnegação ao próximo”,
eis o que nos diz Manoel
Philomeno. Por isso,
qualquer incursão para
ajudar a enferma, sem a
caridade para com o
perturbador, redundaria
improfícua, se não
perniciosa. É justo
atender aos contendores
sem preferências,
porquanto, enfrentando o
mesmo problema, ambos
são desditosos e aquele
que aflige é mais
desventurado,
considerando-se a
ingestão do ódio que o
desvaira hoje, como o
inapelável resgate que
defrontará amanhã.
Piedade, pois, para os
que infelicitam,
atormentam, perseguem –
eles não sabem o que
fazem!
(Obra citada, cap. 17,
pp. 146 e 147.)
C. Que virtudes
recomenda Dr. Bezerra
como indispensáveis na
tarefa de esclarecimento
dos irmãos em
tratamento?
Oração, paciência,
caridade. “Permeando-nos
desses poderes, serão
dispensáveis a
discussão, a agitação, a
ofensa humilhante, a
dura verdade para
dobrar...”, diz-nos Dr.
Bezerra de Menezes. “A
mediunidade com Jesus é
ponte sublime por onde
transitam as mais
elevadas expressões do
pensamento divino entre
os homens. Fonte
inexaurível de recursos
transcendentes, flui e
reflui exuberante,
dessedentando, banhando
de forças e de paz. Das
suas nascentes
superiores procedem a
inspiração e o alento,
as energias que
sustentam nos momentos
cruciantes do martírio e
dos testemunhos
sacrificiais.” Dito
isso, Dr. Bezerra
advertiu: “Descuidada,
porém, converte-se em
furna de sombras e males
incontáveis, que
terminam por derrotar o
mordomo leviano que a
desrespeita. Ao
abandono, faz-se porta
de acesso a alienações
incontáveis e
enfermidades
fisiológicas de diagnose
difícil”.
(Obra citada, cap. 17
pp. 148 a 150.)
Texto para leitura
79. Porque a
melhora não é imediata
- Em “A Gênese”,
cap.XIV, item 33, Kardec
fala sobre o magnetismo
espiritual, explicando
que os Espíritos podem,
com esse recurso, atuar
diretamente e sem
intermediário sobre um
encarnado, seja para
curar ou acalmar um
sofrimento, seja para
provocar o sono
sonambúlico espontâneo,
seja para exercer sobre
o indivíduo uma
influência física ou
moral qualquer. A
importância dessa
influência pode ser
notada no atendimento ao
obsessor, enquanto este
dialogava com o
dirigente da sessão
mediúnica. Cada processo
obsessivo tem
características
especiais, embora
genericamente sejam
semelhantes. Deve-se
levar em conta as
resistências morais do
paciente, os hábitos
salutares ou desregrados
a que se submeteu, os
títulos de enobrecimento
ou vulgaridade que
coletou... É preciso
entender também que,
normalmente, além dos
implicados na demanda,
entidades ociosas ou
perversas agrupam-se em
torno do encarnado em
desajuste,
complicando-lhe a
alienação.
Genericamente, porém, o
obsidiado experimenta a
constrição do seu
perseguidor e a
perturbação dos que lhe
são afins, por sintonia
vibratória
compreensível. No caso
de Ester, afastado seu
algoz para a necessária
doutrinação, comensais
da desordem e viciados
desencarnados – que
seriam atendidos mais
tarde – prosseguiam
assediando. É por isso
que o restabelecimento
da enferma não se fez de
imediato. Sua engrenagem
mental demoradamente
prejudicada pela
interferência dos
fluidos persistentes,
deletérios, exigia tempo
e tratamento especial
para a reorganização. De
qualquer forma, a
poderosa carga de ódio
que a molestava
diminuíra de
intensidade, graças à
impossibilidade de mais
direta influenciação do
inimigo desalmado. Não
se interromperam, porém,
in totum, os
vínculos que os
estreitavam no programa
regenerador. (Cap.17,
pp. 145 e 146)
80. No dia
seguinte -
Quando o comunicante
despertou da indução
hipnótica e da
assimilação dos fluidos,
incontinenti desejou ir
ao sanatório para
acoplar-se de novo a
Ester. Assistido por
dois enfermeiros
Espirituais destacados
para o mister, e que ele
não podia ver, o
Espírito foi reconduzido
ao sono, com o que se
reequilibraria
emocionalmente, enquanto
se aguardava a próxima
sessão. “Não se pode
amar a Deus sem que se
sirva com abnegação ao
próximo”, anotou
Philomeno. Por isso,
qualquer incursão para
ajudar a enferma, sem a
caridade para com o
perturbador, redundaria
improfícua se não
perniciosa. É justo
atender aos contendores
sem preferências,
porquanto, enfrentando o
mesmo problema, ambos
são desditosos e aquele
que aflige é mais
desventurado,
considerando-se a
ingestão do ódio que o
desvaira hoje, como o
inapelável resgate que
defrontará amanhã.
Piedade, pois, para os
que infelicitam,
atormentam, perseguem –
eles não sabem o que
fazem! Na segunda
sessão realizada para o
atendimento do caso em
foco, o Espírito enfermo
foi trazido ao recinto,
como da outra vez, desde
a véspera. Antes da
manifestação da
entidade, Bezerra de
Menezes, valendo-se das
faculdades de Rosângela,
dirigiu ao grupo
expressiva mensagem.
“Aqui estamos sob a
égide de Jesus para
ajudar, pura e
simplesmente” –
asseverou o amorável
Benfeitor Espiritual.
Era preciso então, disse
ele, recordar o mestre
em Gadara ou Gerasa,
diante do obsidiado em
desvalimento: “nenhuma
exprobração, nenhuma
violência, vulgaridade
alguma, sem acusação nem
reproche”. Jesus
examinou o drama de dor
que os envolvia, os
receios do perseguidor e
as necessidades do
perseguido, a ambos
libertando... (Cap. 17,
pp. 146 e 147)
81. A
mensagem de Bezerra
- O conselho do
Instrutor era claro e
direto: oração,
paciência, caridade...
“Permeando-nos desses
poderes, serão
dispensáveis a
discussão, a agitação, a
ofensa humilhante, a
dura verdade para
dobrar...”, acentuou
Bezerra de Menezes, que
lembrou que o irmão em
tratamento representava
o nosso passado, o que
já fomos, e o porvir dos
invigilantes, que ainda
hoje não despertaram
para as
responsabilidades que
lhes dizem respeito. O
médium Joel afastou-se,
em seguida, do corpo
somático. Todo ele
estava transformado numa
usina de forças
magnéticas de variado
teor. Da epífise,
vibrava um poderoso
dínamo luminoso que
irrigava todas as
glândulas do sistema
endócrino, ativando as
supra-renais com energia
fosforescente, que
assumia fulgurações
inimaginadas. Bezerra
asseverou: “A
mediunidade com Jesus é
ponte sublime por onde
transitam as mais
elevadas expressões do
pensamento divino entre
os homens. Fonte
inexaurível de recursos
transcendentes, flui e
reflui exuberante,
dessedentando, banhando
de forças e de paz. Das
suas nascentes
superiores procedem a
inspiração e o alento,
as energias que
sustentam nos momentos
cruciantes do martírio e
dos testemunhos
sacrificiais”. Mas
advertiu: “ Descuidada,
porém, converte-se em
furna de sombras e males
incontáveis, que
terminam por derrotar o
mordomo leviano que a
desrespeita. Ao
abandono, faz-se porta
de acesso a alienações
incontáveis e
enfermidades
fisiológicas de diagnose
difícil”. (Cap.17 pp.148
a 150)
(Continua no próximo
número.)