AYLTON GUIDO
COIMBRA PAIVA
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo
(Brasil)
O Espiritismo e
a política
contribuindo
para o mundo
de regeneração
“O Espiritismo
não cria a
renovação
social; a
madureza da
humanidade é que
fará dessa
renovação uma
necessidade.
Pelo seu poder
moralizador, por
suas tendências
progressistas,
pela amplitude
de suas vistas,
pela
generalidade das
questões que
abrange, o
Espiritismo é
mais apto do que
qualquer outra
doutrina a
secundar o
movimento de
regeneração; por
isso é ele
contemporâneo
desse movimento.
Surgiu na hora
em que podia ser
de utilidade,
visto que também
para ele os
tempos são
chegados.” (A
Gênese, Allan
Kardec, cap.
XVIII, item 25 –
g.n.)
O ESPIRITISMO
A Doutrina
Espírita
apresenta
tríplice
aspecto:
Filosofia,
Ciência e
Religião, por
isso ela se
relaciona com
todas as áreas
do conhecimento
humano. Seus
princípios
embasam a ação
transformadora
no aprimoramento
da pessoa e da
sociedade. No
contexto social
ela propõe ações
sociais que
podem ser
compreendidas
como ações
políticas
devidamente
compatíveis com
as análises e
propostas das
Ciências
Sociais. Sob
esse aspecto o
Espiritismo
estuda e traz
importantes
informações
relacionadas com
a Ciência
Política e a
Ética.
Analisemos,
então:
POLÍTICA
A Política, sob
a análise da
Ciência
Política, é a
ciência e a arte
da administração
justa para o bem
comum. Sob esse
aspecto ela se
serve dos
conhecimentos de
outras ciências
sociais, como: a
sociologia, a
antropologia, a
história e a
economia. Seu
objetivo é o
aprimoramento da
estrutura da
sociedade a fim
de que ela seja
mais justa e
solidária. É,
também, a
proposta do
Espiritismo.
Disseram os
Mentores
Espirituais na
questão nº 930
de O Livro dos
Espíritos: “Numa
sociedade
organizada
segundo a lei do
Cristo, ninguém
deve morrer de
fome”. E Allan
Kardec, em
seguida,
esclarece: “Com
uma organização
social
criteriosa e
previdente, ao
homem só por sua
culpa pode
faltar o
necessário.
Porém suas
próprias faltas
são
frequentemente
resultado do
meio onde se
acha colocado.
Quando praticar
a lei de Deus
terá uma ordem
social fundada
na justiça e na
solidariedade e
ele próprio
também será
melhor”.
Nesse ponto, o
Espiritismo já
assinalava a
necessidade dos
estudos e ações
propostos pela
Ciência
Política.
Portanto, nesse
sentido, a
Política e o
Espiritismo não
se repelem.
POLÍTICA
PARTIDÁRIA
A outra
conotação do
termo política é
a política
partidária, que
nada tem a ver
com a corrupção,
falsificação,
desonestidade e
falta de ética.
Na organização e
funcionamento
dos países
democráticos, a
Declaração
Universal dos
Direitos
Humanos,
proclamada pela
ONU, em 1948,
rege as
Constituições,
as leis e
inspira a
estrutura e a
organização
social que se
assentam nos
três poderes:
Executivo,
Legislativo e
Judiciário. Essa
é organização
social ideal,
embora as
imperfeições que
ainda possa ter.
Os cargos dos
poderes:
Executivo e
Legislativo são
preenchidos pelo
sistema de
eleição de
pessoas que se
candidatam,
através do voto,
por intermédio
dos partidos
legalmente
registrados.
Logo, para se
manter esse
processo livre e
democrático, a
existência dos
partidos
políticos é
fundamental.
Eles, como
organização
política, não
são responsáveis
pelas pessoas de
mau caráter que
se filiam.
Diferente é o
poder
judiciário, pela
sua função
técnica. Seus
cargos são
preenchidos por
pessoas que,
devidamente
habilitadas em
conhecimentos
científicos e
técnicos das
Ciências:
Jurídica e
Social, se
submetem a
concurso público
para
preenchimento
das vagas.
Consequentemente,
a existência da
política
partidária,
através da
pluralidade de
partidos é
fundamental nos
Estados
democráticos,
afastando os
regimes
totalitários de
direita ou de
esquerda, que
não permitem a
liberdade. Nesse
ponto, cabe o
alerta que os
Mentores
Espirituais
fizeram quando
Kardec indagou:
“Por que, no
mundo, tão
amiúde, a
influência dos
maus sobrepuja a
dos bons? – Por
fraqueza destes.
Os maus são
intrigantes e
audaciosos, os
bons tímidos.
Quando estes o
quiserem,
preponderarão”.
(Questão nº 932
de O Livro dos
Espíritos, Allan
Kardec, Ed.
FEB.)
Portanto, é na
hora do voto que
os cidadãos de
bem precisarão
afastar os “maus
candidatos” que,
sem dúvida, são:
“intrigantes e
audaciosos”, bem
como falaciosos
e desonestos no
exercício do
poder.
POLITICALHA
O termo Política
é, às vezes, mal
empregado e não
devidamente
compreendido,
levando as
pessoas a uma
confusão muito
grande, a ponto
de dizerem que
detestam a
política. Quando
analisada a
causa que as
leva a afirmar
que detestam a
política,
compreende-se
claramente que
essas pessoas
detestam e se
indignam com a
“politicalha” ou
“politicagem”,
ou seja, as
ações daqueles
que estão
atuando na
política
partidária, quer
no Poder
Executivo ou no
Poder
Legislativo e
agem de maneira
desonesta, não
ética, para
atingirem seus
objetivos
egoísticos
emoldurados pela
corrupção ativa
ou passiva. E
elas estão muito
certas em
sentirem essa
indignação,
contudo, só a
indignação não
basta. É
necessário que a
ação social de
repúdio se
realize no
engajamento aos
movimentos de
“saneamento” da
política
partidária. É
preciso melhor
compreender os
significados do
termo política,
através de uma
educação
política que
possibilite o
exercício
consciente da
cidadania.
Ante o mau
exercício da
política por
pessoas
desonestas,
falsas,
corruptas, de
mau caráter, é
que a indignação
dos bons deve se
elevar para
evitar que
assumam os
cargos nos quais
visem
exclusivamente a
seus interesses
pessoais e dos
grupos que
participam.
Obviamente,
diferente é
quando se almeja
o interesse
pessoal ou de
grupo com
aspirações
legítimas e
éticas para o
bem comum.
CONSTRUÇÃO DA
SOCIEDADE JUSTA
E AMOROSA
Juntamente com
os bons
cidadãos, os
espíritas devem
participar e
influenciar
levando os
valores éticos
do Espiritismo
para as pessoas
e instituições
que organizam a
sociedade. Essa
é uma lídima
participação
política para
uma sociedade
mais justa
amorosa na qual
se consolidará o
Reino de Jesus,
expresso no
Mundo de
Regeneração que
os Orientadores
Espirituais
assinalaram para
o nosso
educandário
planetário – a
Terra, em seu
próximo passo na
escala
evolutiva.
Assim, que cada
espírita esteja
consciente para
assumir a sua
cidadania no
exercício do seu
poder político:
seja como
eleitor amoroso
e responsável
ou, de
conformidade com
a sua aptidão e
vocação,
pleitear cargos
eletivos para
servir à
coletividade;
bem como,
devidamente
habilitado,
concorrer aos
cargos do Poder
Judiciário.
O que não deverá
ser feito é
levar a política
partidária para
dentro dos
Centros, das
Entidades ou do
Movimento
Espírita, pois
esses locais não
são adequados ao
seu exercício.
Fazer do voto um
elevado
testemunho de
amor à
coletividade,
visando sempre
ao aprimoramento
da sociedade
para o Mundo de
Regeneração.
Estamos na
transição! Se
estiver de
acordo, exerça a
sua cidadania e
divulgue este
texto. Será uma
autêntica ação
social para o
Bem.