Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
13)
Continuamos a apresentar
o
estudo do livro
Grilhões Partidos,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada
inicialmente no
ano de 1974.
Questões preliminares
A. Quando viu o pai
de Ester presente à
sessão mediúnica, que
atitude teve o obsessor?
Ele extravasou todo o
ódio que nutria pelo
Coronel Santamaria e
proferiu frases como
estas: “Odeio-o!
odeio-o! Meu Deus,
quanto eu odeio este
homem! Envelheceu, mudou
um pouco, mas é o meu
inimigo feroz. Odeio-o!”
Além disso, insistiu na
ameaça de levar até o
fim sua vingança. (Grilhões
Partidos, cap. 17, pp.
150 a 152.)
B. Durante a
doutrinação, um fato
abalou a dureza do
Espírito. Que fato foi
esse?
Foi a referência feita
pelo doutrinador à sua
mãe. ”Pare! Não me
recorde minha mãe...
Pelo que sofreu, por
culpa dele, é que me
vingo. Mamãe, mamãe!”...
– com estas palavras ele
desvairou, quase
hebetado, e, envolvido
por energias calmantes,
adormeceu, sendo
retirado cuidadosamente.
(Obra citada, cap. 17,
pp. 152 e 153.)
C. Depois de afirmar que
a paciência é
fundamental no processo
da desobsessão, D.
Mercedes Sobreira pediu
à esposa do Coronel não
visse no ofensor um
inimigo. Por quê?
A paciência é
fundamental nesses
casos e foi isso que D.
Mercedes Sobreira disse
à esposa do Coronel:
"Não veja no ofensor um
inimigo. Examine a
dificuldade pelo ponto
de vista dele e se
apiedará. Certamente,
perturbado como está,
não tem o conhecimento
correto das coisas,
crendo no que supõe
exato..." A amiga
lembrou então que a
vibração mental negativa
em tais casos somente
atrapalha e que,
conforme Jesus ensinou,
as formas exatas de
proceder são a piedade e
a oração pelo
perseguidor.
(Obra citada, cap. 18,
pp. 155 a 159.)
Texto para leitura
82. As ameaças do
obsessor -
Bezerra de Menezes ainda
continuou a falar sobre
a importância da
mediunidade com Jesus,
citando Joel como
“exemplo da dedicação
superior, da disciplina
pelo trabalho e do
estudo consciente do
Espiritismo e das
próprias limitações,
condições que o tornam
excelente para o
intercâmbio, por
despersonalismo,
ausência de paixões
dissolventes e de
presunção...”. Em
seguida, aproximou-se do
Espírito enfermo e
ajudou-o no processo
psicofônico,
aplicando-lhe passes que
o despertaram. Logo que
se fez lúcido, o
comunicante tentou
erguer o médium numa
atitude desesperada e
investiu, furioso,
dizendo que não era de
dormir, pois o tempo lhe
era precioso demais para
permitir-se desperdícios
desnecessários...
Atendido pelo Benfeitor
Espiritual, que
prosseguia aplicando-lhe
recursos próprios a
despertar-lhe
lembranças, aguçando-lhe
a percepção, o obsessor
subitamente viu o grupo
de companheiros
encarnados. Sem entender
exatamente o que
ocorria, deblaterou:
“Onde estou? volto a
perguntar. Quem são os
senhores e o que querem
de mim? São mortos ou
vivos?” O dirigente da
sessão informou que ele
estava numa sessão
espírita, e seguiu-se
interessante diálogo. De
repente, como o Coronel
Santamaria sintonizasse
com o enfermo
espiritual, no afã de
ajudá-lo a
esclarecer-se, a fim de
salvar a própria filha,
o Espírito sofredor
notou a sua presença e,
fixando o olhar no
Coronel, explodiu: “É
ele! Que faz aqui? Pensa
em alcançar-me? Tarde, é
muito tarde! Agora sou
eu quem manda...
Vingança, vingança,
chegou a hora que eu
esperava”. E começou a
dizer que, se aquele
homem não se recordava,
ele, que fora sua
vítima, jamais pôde
esquecer. “Por isso,
agora, domino-lhe a
filha” – acentuou.
“Farei que ele rasteje
aos meus pés e suplique.
Terei o prazer de
negar-lho, devolvendo,
sim, o cadáver da
desgraçada...” (Cap.17,
pp. 150 e 151)
83. Um ódio
invencível -
D. Margarida começou a
chorar e seu marido,
apesar do seu desejo
veemente de acertar,
também se perturbou,
descontrolando-se
intimamente, enquanto o
obsessor blasonava:
“Odeio-o! odeio-o! Meu
Deus, quanto eu odeio
este homem! Envelheceu,
mudou um pouco, mas é o
meu inimigo feroz.
Odeio-o!” A vibração
pestilencial do ódio
impregnava a sala,
tornando-a desagradável.
O dirigente da sessão
pediu a todos que
orassem, porque o doente
exigia maiores cuidados,
urgentes medidas de
socorro. O infeliz
desencarnado, ouvindo
Sobreira referindo-se a
ele como uma pessoa
enferma, replicou:
“Doente, eu? Você é quem
está louco. Odeio aquele
homem e ele sabe por
quê. Nunca o perdoarei.
O mal que a mim e aos
meus ele propiciou será
cobrado lentamente. A
morte seria para ele
umas férias
agradáveis... Eu lhe
concederei o prazer do
suplício demorado: ver
ou não ver, sabendo,
porém, que a filha morre
pouco a pouco em minhas
mãos, enquanto lhe
instilo ódio... Se
quiser fugir pelo
suicídio como já lhe
sugeri, melhor para o
meu programa... Verás,
infeliz, como é bom
suicidar... E se ficar,
dará no mesmo...” O
dirigente da reunião
esclareceu ao Espírito a
necessidade do perdão,
pois se alguém o
prejudicou estava agora
arrependido e
suplicava-lhe perdão.
Disse-lhe mais, que
melhor é perdoar do que
rogar perdão, e lembrou
que Ester, sua vítima,
não pertencia a seu
genitor, nem a ele, mas
sim ao Pai Criador.
Como ele responderia à
pergunta divina, que um
dia gritaria em sua
mente, como na
simbologia bíblica:
“Caim, que fizeste de
teu irmão?” (Cap. 17,
pp. 151 e 152)
84. O nome da mãe
abala o Espírito enfermo
- O doutrinador,
sentindo que seu
argumento abalara o
Espírito, perguntou de
repente se ele conhecia
Jesus. “Sim” –
respondeu o infeliz –,
“cheguei até a amá-lo na
minha infância. Agora
porém, é tarde”. O
esclarecedor
respondeu-lhe que
ninguém ama a Jesus e
depois o abandona. “A
pessoa afasta-se dele,
enquanto Ele porfia
esperando”. E rogou-lhe
de novo a reconciliação
com o irmão que ele
supunha fosse ainda seu
adversário. Já que o
Espírito se negava a
isso, o doutrinador
perguntou-lhe então como
ele tinha coragem de,
objetivando martirizar o
pai, afligir também a
mãe da jovem enferma...
“Que te fez a dorida
mãezinha de Ester? Como
verias alguém que te
destroçasse aquela que
te aninhou no regaço com
devoção e sofrimento?” A
entidade não pôde ouvir
a referência feita a sua
mãe, sem retrucar:
“”Pare! Não me recorde
minha mãe... Pelo que
sofreu, por culpa dele,
é que me vingo. Mamãe,
mamãe!”... – desvairou,
quase hebetado. Bezerra
de Menezes o socorreu
com passes magnéticos e
o Espírito, envolvido
por energias calmantes,
adormeceu, sendo
retirado cuidadosamente.
Bezerra teceu em
seguida, através de
Joel, algumas
considerações e depois,
com a prece final, a
reunião foi concluída.
(Cap. 17, pp. 152 e
153)
85. A
inconformação do Coronel
- No item 81 do cap. 28
d' O Evangelho segundo o
Espiritismo, de Kardec,
lemos que os Espíritos
maus "pululam em torno
da Terra, em virtude da
inferioridade moral de
seus habitantes". Sua
ação malfazeja faz parte
dos flagelos com que a
Humanidade se vê a
braços em nosso mundo;
em face disso, toda
obsessão, assim como as
enfermidades e as
tribulações da vida,
"deve ser considerada
prova ou expiação e como
tal aceita". Não foi
isso, porém, que se deu
com o Coronel Santamaria
na noite em que o
obsessor de Ester a ele
se dirigiu, dizendo
odiá-lo e fazendo
terríveis ameaças. Após
a sessão mediúnica
especial feita em
benefício da filha, os
Santamarias foram a um
chá, em casa de
Sobreira. O Coronel
Constâncio estava
profundamente deprimido
e desabafou com os
amigos, confessando-lhes
que só a custo pôde
conter-se durante a
sessão, diante dos
argumentos atrevidos
disparados pelo
Espírito perturbador.
Para o Coronel, o
Espírito era um
mentiroso... "Tive
ímpetos de revidar,
altercar e, quiçá, não
sei mesmo o quê...",
asseverou o pai de
Ester. "Jamais feri
alguém intencionalmente
ou prejudiquei, pelo
prazer de afligir e
perseguir. Nunca fui
homem capaz de atitudes
vis...", acrescentou. E
perguntou, então, a
Sobreira: "Por que nos
persegue ele?" O amigo
recomendou-lhe
paciência. Em breve
tudo ficaria
esclarecido. "A
precipitação é má
conselheira e o orgulho
ferido sempre obscurece
a clara visão das
coisas, do mundo, da
realidade, da vida..."
(Cap. 18, pp. 155 a
157)
86. A
importância do estudo
das comunicações
- A paciência é
fundamental nesses
casos e foi isso que D.
Mercedes Sobreira disse
à esposa do Coronel:
"Não veja no ofensor um
inimigo. Examine a
dificuldade pelo ponto
de vista dele e se
apiedará. Certamente,
perturbado como está,
não tem o conhecimento
correto das coisas,
crendo no que supõe
exato..." A amiga
lembrou então que a
vibração mental negativa
em tais casos somente
atrapalha e que,
conforme Jesus ensinou,
as formas exatas de
proceder são a piedade e
a oração pelo
perseguidor. A conversa
produziu um efeito
favorável. Foi então que
Sobreira disse que,
mesmo inocentes dos
erros que nos atribuem,
se experimentamos a
injunção da dor, não
significa haja nisso um
desequilíbrio das
Leis... E aditou:
"Ocorre que uma
cobrança, se não se
refere a um débito
próximo, torna-se haver,
quando pago, de uma
dívida antiga..." É
perfeitamente possível,
acrescentou Sobreira,
"que, mediante a
contenda e o ajuste com
ele, se regularizem
compromissos outros,
faltosos, para com a
Consciência Divina..."
A palavra gentil no
momento próprio, o
esclarecimento
paciente, a elucidação
oportuna produzem
verdadeiros milagres. "O
verbo edificante é
combustível divino que
gera renovação e força,
plasmando construções
superiores nos painéis
mentais a
materializar-se no mundo
objetivo como
realizações eficientes",
anotou Manoel Philomeno,
que enfatizou a
necessidade do estudo
interessado das
comunicações, após os
trabalhos mediúnicos,
que oferecem
significativos
resultados para todos.
"Devem-se analisar o
conteúdo das
informações, acrescentar
elucidações aos pontos
nebulosos, confabular,
objetivando-se maior
soma de benefícios.
Médiuns e doutrinadores,
mais facilmente, são
convidados a aduzir
impressões, emoções
experimentadas, que
visem a maior benefício
para a melhora de
técnicas, aprendizagem,
correções necessárias."
(Cap. 18, pp. 157 a 159) (Continua no próximo
número.)