WALDENIR
APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, SP
(Brasil)
Ter
fé é diferente
de crer
“Hoje, não mais
cogito de crer,
pois sei.”
(Humberto de
Campos, no livro
“Boa Nova”,
psicografia de
Francisco
Cândido Xavier.)
A fé é a
absoluta
confiança que
depositamos em
uma determinada
ideia e não
admite dúvidas.
É ter a certeza
de que tudo o
que Deus faz
está certo. Já a
crença é a ideia
que formamos ou
conhecimento que
temos sobre
determinada
situação que
pode sofrer
alteração.
Um dia a
humanidade
acreditou que a
Terra era o
centro do
Universo, que só
existia o
sistema solar,
mas as novas
descobertas da
Astronomia
determinaram a
mudança dessa
crença.
No contexto dos
relatos
evangélicos
podemos
exemplificar o
que realmente é
ter fé e o que é
simplesmente
crer.
No Evangelho de
Lucas (XXII,
54-62), nos
deparamos com a
afirmativa de
Jesus a Pedro,
dizendo que o
discípulo o
negaria três
vezes antes que
o galo cantasse.
E, realmente, o
fato se
confirmou, pois
assim que Jesus
foi preso, em
três
oportunidades,
naquela noite
tenebrosa,
criaturas
apontaram Pedro
como seguidor do
Cristo e nas
três vezes o
discípulo
afirmou que não
o conhecia.
Pedro seguia
Jesus, mas ainda
não havia
adquirido a fé
para
sacrificar-se
pelo Cristo. Mas
tarde, sim, em
outros
acontecimentos
deu plenas
provas da sua fé
em Jesus.
Já em Atos
(9:1-6),
encontramos a
narrativa do
episódio onde
Saulo, o doutor
da lei, estando
a caminho de
Damasco, em
perseguição aos
Cristãos, com
ordem
governamental,
deparou-se com
Jesus, quando um
clarão imenso
tirou-lhe a
visão e o fez
cair da sua
montaria sobre a
areia do
deserto, momento
em que ouve a
voz do mestre a
lhe perguntar:
“Saulo, Saulo,
por que me
persegues?”.
Desse momento em
diante não mais
vacilou ou teve
qualquer dúvida.
Orientado pelo
Mestre adentrou
a cidade de
Damasco em busca
de socorro, e,
posteriormente,
passou bom tempo
no deserto
meditando sobre
o acontecimento
e lendo os
pergaminhos que
guardavam as
lições de Jesus.
Determinado e
convicto, deixou
sua vida de
conforto e
abundância e,
mesmo ante a
incompreensão
até mesmo dos
seus amigos e
familiares mais
íntimos, passou
a seguir Jesus,
divulgando os
ensinamentos
dele até o fim
de seus dias na
Terra, quando
foi condenado à
morte em Roma.
Pedro acreditava
em Jesus, mas
não tinha a
verdadeira fé
para promover a
total
reformulação da
sua vida, com
base no que o
Cristo trazia
consigo, já
Paulo foi bem
diferente, não
acreditava em
Jesus, mas teve
fé o suficiente
para tomar
direção
totalmente
oposta àquela
que seguia,
assim que se
encontrou com o
Cristo.
No livro “O
Consolador”,
Emmanuel,
através da
mediunidade de
Francisco
Cândido Xavier,
informa que
“crer diz
respeito a
crença, enquanto
a fé é
inspiração
divina.
Diferentemente
da simples
crença, a fé
desperta todos
os instintos
nobres que
encaminham o
homem para o bem
e, como tal, é a
base da
regeneração”.
Ainda entre as
narrativas dos
apóstolos sobre
a vida de Jesus,
encontramos em
Mateus (8:5-13),
o relato sobre
um Centurião de
Roma, que
procura pelo
Mestre, buscando
a cura de um dos
seus soltados
que permanecia
no quartel.
Quando Jesus se
propôs a visitar
o doente, o
Centurião
afirmou que não
precisava, pois
que Jesus dali
mesmo poderia
curá-lo, então
Jesus o fez,
dizendo: “nem
mesmo em Israel
encontrei
tamanha fé”.
Outro momento
que se
caracterizou,
nos Evangelhos,
como
demonstração
plena de fé foi
quando Jesus,
cercado pela
multidão, foi
tocado por uma
mulher que
sofria de uma
hemorragia há
mais de doze
anos, ficando, a
partir daquele
instante,
totalmente
curada (Marcos
5: 25 a 34).
Obviamente que
aquela senhora
possuía muito
mais que crença
em Jesus;
possuía fé.
Cabe, então,
refletir se já
conseguimos
conquistar a fé
ou se ainda
permanecemos
apenas na
crença.
Pensemos nisso.