Fortuna e glória
O brilhante
filme “Indiana
Jones e o Templo
da Perdição”
(1984), dirigido
por Steven
Spielberg e
estrelado por
Harrison Ford,
mostra o herói
na busca de
resgatar as
pedras de
Sankara, cuja
fábula de uma
aldeia
asseverava que
estas trariam
aos seus
possuidores
“fortuna e
glória”.
Muito erigiram
(e erigem) a sua
vida na busca
desses valores,
desde a
juventude,
alimentando
sonhos de
fortuna-posse de
coisas
materiais, e de
glória-
reconhecimento e
fama entre as
pessoas. Duas
grandezas
calcadas nas
chagas da
humanidade
segundo o
Espiritismo
– o
egoísmo e o
orgulho
– e,
ainda que muitas
vezes
sustente-se um
discurso
diverso, a
prática
demonstra a
busca frenética
pela promessa de
Sankara.
Ser rico e
famoso é vendido
diariamente em
filmes, livros e
falas como
objetivo de
vida, povoando o
imaginário de
nossos jovens na
busca de ser
rico e famoso,
como os ídolos
que eles tanto
admiram. Não que
adultos não
pensem assim,
mas a idade
jovem se
caracteriza pelo
ideal de um
mundo melhor,
uma natureza
revolucionária
inerente, que
acaba sendo
minada pelos
desejos
orgulho-egoístas.
Mas como viver
fora desse jogo?
Como viver de
uma forma
franciscana, sem
bens e no
ostracismo?
Curioso, mas em
momento nenhum
se condena no
Espiritismo os
bens materiais e
sim a nossa
relação com
eles. Da mesma
forma, a
evidência é
vista como
prova. A questão
está em colocar
no centro de
nossas
existências o
objetivo de se
ter coisas que
as traças roem,
e de ser algo
superior,
esquecendo que
somos todos
filhos do mesmo
pai. O
crescimento
espiritual não
se dá pela
meditação
insulada e sim
pelas vitórias
diante desses
valores,
afirmando o amor
como valor
principal.
Jesus falava:
“Não temais, eu
venci o mundo”.
Vencer o
mundo ou vencer
no mundo? O que
é para nós
vencer no mundo?
Mansões, fãs...
Pergunta que
devemos nos
fazer
periodicamente.
Vencer o mundo é
a porta estreita
das batalhas
diárias pela
construção do
bem na Terra,
pelas lutas no
ideal religioso
e social, de
combater a dor
de cada irmão.
Esse é o desafio
que se impõe ao
cristão, que se
faz mais
complexo à
medida que não o
enxergamos.
Cabe termos
olhos de ver
para enxergar os
verdadeiros
vencedores e as
verdadeiras
promessas, para
que não nos
vejamos iludidos
no emprego de
nossas forças,
exasperados no
presente e
frustrados no
futuro, pois os
bens materiais
têm seu valor na
medida que
contribuem com o
nosso
engrandecimento
espiritual.
Empolgados na
luta pela
fortuna e
glória,
esquecemo-nos da
família, dos
sorrisos, das
pessoas.
O desafio está
posto em um
mundo que
valoriza as
posses, o ser
como ter, em
confronto com a
ideia de
transformar o
ter em ser, na
construção do
homem de bem,
herói esquecido
de nossas
fábulas
cotidianas
modernas.