ALTAMIRANDO
CARNEIRO
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São Paulo, SP
(Brasil)
Arte, a
sublimação do
Espírito através
dos séculos
No capítulo 7
(As penas
futuras segundo
o Espiritismo)
“A carne é
fraca”, do livro
O Céu e o
Inferno e em
artigos na
Revista Espírita
de 1869 (“A
carne é fraca,
estudo
fisiológico e
moral”), Allan
Kardec diz que:
“Um homem não é
músico porque
tenha a bossa da
música, mas ele
tem a bossa da
música porque o
seu Espírito é
músico”.
Assim,
entendemos que
os grandes
escritores e
poetas são
Espíritos que,
nas suas vidas
anteriores,
ocuparam o seu
tempo com
demonstrações de
elevados
sentimentos.
Para
exemplificar o
que dizemos,
citamos, entre
os grandes
poetas
brasileiros,
Antônio
Frederico de
Castro Alves,
que, durante o
tempo em que
estudou no
Ginásio Baiano,
além de cumprir
o programa
escolar,
traduziu do
francês, da
Antologia de
Charles André,
poesias de
Victor Hugo, seu
poeta predileto;
traduziu também,
do inglês, o
poeta Lord
Byron; lia
Camões, Álvares
de Azevedo,
Junqueira Freire
e Gonçalves
Dias.
Numa aula de
latim do padre
Tertuliano
Fiúza, ele pediu
licença para
traduzir, em
versos, a Ode,
de Horácio, dada
como tema, aos
alunos. A
licença foi
concedida e
Castro Alves fez
a tradução, que
maravilhou a
todos.
Ele também
desenhava muito
bem. Um de seus
desenhos mais
belos é o de
uma jovem,
ajoelhada aos
pés da cruz,
olhos fitos no
céu, quadro a
óleo que
denominou
Madalena aos pés
da cruz.
Neste ponto, é
interessante
dizer que, em
muitos números
da Revista
Espírita, Allan
Kardec fala
sobre o assunto,
e em especial
sobre a arte
espírita. A
Revista de
dezembro de 1860
registra a
comunicação
(escrita)
espontânea do
Espírito Alfred
Musset, na
Sociedade
Parisiense de
Estudos
Espíritas, em 23
de novembro.
Disse o Espírito
que a arte pagã
é o verme; a
arte cristã é o
casulo; a arte
espírita será a
borboleta.
No livro O
Espiritismo na
Arte, Léon Denis
fala sobre
arquitetura,
música,
literatura,
oratória e
pintura. No
capítulo 17 do
livro No
Invisível, Denis
fala de pessoas
que desenhavam
sob inspiração
mediúnica,
apesar de não
terem noção de
desenho. Esses
desenhos foram
expostos numa
sala especial,
durante o 1º.
Congresso
Espírita
realizado em
1900, em Paris.
Para concluir o
assunto, falemos
da poesia
mediúnica, um
desafio para os
materialistas
que, por falta
de argumentos,
perguntam: se
é verdade que os
poetas
desencarnados
progridem na
Espiritualidade,
por que eles
ficam presos ao
estilo
ultrapassado das
poesias que
compunham em
vida?
Respondemos: É
que o objetivo
deles não é
satisfazer
curiosidades,
mas falar ao
coração daqueles
que cultuam a
sua memória, no
mesmo estilo que
tinham em vida.
Para darmos um
exemplo, quem
não atestaria
ser de Casimiro
de Abreu o poema
mediúnico “Lira
da Infância”,
psicografado por
Jorge Rizzini,
composto nos
mesmos moldes da
famosa de
Casimiro “Meus
Oito Anos”?
Meus
Oito
Anos
|
Lira da
Infância |
Oh! Que
saudades
que
tenho
Da
aurora
da minha
vida,
Da minha
infância
querida
Que os
anos não
trazem
mais!
Que
amor,
que
sonhos,
que
flores,
Naquelas
tardes
fagueiras,
À sombra
das
bananeiras,
Debaixo
dos
laranjais!
|
Oh! Que
saudades
que
sinto
Quando
me vêm à
lembrança
Os bons
tempos
de
criança
Em que
na Terra
passei!
A vida
corria
fácil
No meio
dos meus
brinquedos,
Naqueles
doces
folguedos,
Quando
fui
pequeno
rei!
|
No final do
poema
mediúnico,
Casimiro de
Abreu deixa um
desafio aos
materialistas:
E com
meus singelos
versos
Inspirados na
saudade,
Daqui,
da Imortalidade,
Deixo
um problema aos
ateus:
Se
novamente cantei
No
estilo das
“Primaveras”,
Não
está minh’alma
deveras,
Viva no
Reino de Deus?!
Oh!
Está! E canta! E
ama!
Toda
minh’alma
suspira!
E agora
as cordas da
lira
Tangem
alto ao peito
meu,
E numa
intensa alegria,
Exclamo, quase
num grito,
Com
permissão do
Infinito:
- Sou
Casimiro de
Abreu!