CLÁUDIO BUENO DA SILVA
klardec@yahoo.com.br
Osasco, SP
(Brasil)
O
cerco está se
fechando
Muito oportuna a
campanha
nacional
coordenada pelo
médico Dráuzio
Varela contra o
tabagismo. Ele e
alguns
apresentadores
da Rede Globo
têm visitado as
capitais
brasileiras,
juntando
milhares de
pessoas nas
praças,
organizando
caminhadas,
fazendo
palestras. O
objetivo é
mobilizar as
massas contra o
cigarro, usando
muita informação
e os dados que a
ciência médica
dispõe sobre o
assunto.
Muitos
simpatizantes da
campanha vestem
camisetas com
slogans, são
filmados jogando
maços no lixo,
dão entrevistas
prometendo parar
de fumar etc.
Tirando o “auê”,
que sempre
existe, é
inegável que se
podem conseguir
bons resultados,
principalmente
tendo na
retaguarda a
força da mídia
eletrônica,
representada
pela nossa
principal
emissora de TV.
O cerco aos
fumantes está se
fechando. Até há
pouco tempo, as
restrições ao
consumo de
cigarro eram
poucas e
tímidas.
Fumava-se em
qualquer lugar,
sem quaisquer
inibições, e os
mais deseducados
chegavam, às
vezes, a
infringir o
aviso: “É
proibido fumar”.
Nas últimas
décadas, a venda
de cigarros, no
Brasil, contou
com os
sofisticados
apelos da
psicologia de
propaganda que
aliciou para o
consumo milhões
de jovens e até
crianças. O
segredo era
mostrar pessoas
fumando em
lugares bonitos,
com muito sol,
música e cores,
juventude
saudável
praticando
esportes,
aparentando
sucesso e
prazer.
Até que, no ano
2000, uma lei
federal pôs fim
à publicidade de
cigarros nos
meios de
comunicação, a
exemplo do que
muitos países
desenvolvidos já
faziam. Tanto
fora quanto
aqui, as medidas
restritivas à
propaganda,
aliadas ao
cerceamento aos
fumantes,
fizeram cair as
vendas e,
portanto, o
consumo. Mas
isso é pouco.
As viciações no
homem, segundo o
Espiritismo, têm
causa moral, ou
seja, provêm das
imperfeições do
Espírito. Essa
filosofia
orienta o homem
no sentido de
conhecê-las e
combatê-las em
si mesmo,
afirmando que
ele pode vencer
suas más
tendências pelos
seus próprios
esforços, usando
a vontade
(1).
Essa
movimentação
nacional contra
o cigarro,
pró-saúde, pode
representar para
muitas pessoas a
grande chance de
mostrar força de
vontade e
superação.
Associado a
doenças
gravíssimas, não
há quem não
saiba hoje, das
tragédias que o
tabagismo pode
desencadear, e
há muitas
histórias de
vítimas do
cigarro que são
de estarrecer.
As fotos
impressas nos
maços chocam
pelo realismo e
mostram porque
os governos, que
arrecadam tanto
em impostos
sobre o tabaco,
gastam bastante
também, com as
tentativas de
recuperar a
saúde dos
fumantes que
adoecem.
Sob a ótica da
saúde, os males
que o cigarro
acarreta são
conhecidos por
todos, não é
preciso citar
dados de
pesquisas. Mas
hoje, fumar é
inconveniente
também, do ponto
de vista social.
Não há mais o
glamour de
antigamente e os
fumantes têm que
se afastar para
não incomodar os
não fumantes.
Pode não
parecer, mas
isso constrange
e isola quem
fuma, já que as
medidas
seletivas têm
sido acatadas em
quase todos os
lugares públicos
fechados e
muitos outros
ambientes.
Na área
profissional, as
empresas
contratam, de
preferência,
candidatos que
não fumam. A
questão
ambiental, mais
recentemente, é
outro fator
importante
contra o
tabagismo, no
que se refere
aos poluentes da
fumaça, à
sujeira dos
papéis e
filtros, ao
desmatamento, ao
envenenamento do
solo pelos
agrotóxicos etc.
Sem falar na
questão
financeira, que
impõe alto e
inútil custo aos
usuários do
tabaco.
Ótima
iniciativa,
portanto, de um
médico, que já
foi fumante e
que está dando
enorme
contribuição à
saúde pública.
(1)
O Livro dos
Espíritos, itens
909, 910, 911,
edição LAKE.