JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
Os
cristãos
bíblicos e os
dogmáticos
antigos
Há teólogos
dizendo que os
espíritas seguem
os Espíritos dos
mortos, e que os
verdadeiros
cristãos seguem
o próprio Deus.
Ainda bem que
esses teólogos
já admitem a
verdade bíblica
de que os
Espíritos dos
mortos se
comunicam
conosco.
Nós devemos
saber se os
Espíritos são
bons ou maus (1
João 4:1). É que
os Espíritos que
se manifestam
são de vários
tipos e não o do
próprio Deus. E
São Paulo chega
a dizer que umas
pessoas têm o
dom de discernir
Espíritos (1
Coríntios
12:10). As
traduções
bíblicas trazem
muito a palavra
Espírito com a
letra inicial
maiúscula, como
se fosse o do
próprio Deus, e
com o artigo
definido “o”, em
vez do
indefinido “um”,
que, salvo as
exceções, é o
certo, de acordo
com os originais
em grego ou
hebraico. Assim,
o correto seria
“um Espírito
santo” ou
“spiritus
bônus”, como diz
São Jerônimo na
Vulgata Latina,
e não o Espírito
Santo. E o homem
descobriu
primeiro os
Espíritos dos
mortos, depois o
de Deus.
A Bíblia está
cheia de
manifestações de
Espíritos, que
os tradutores
chamam de anjos.
Mas a palavra
anjo, nos
originais em
grego (“aggelos”)
e em latim (“angelus”)
significa
enviado,
“office-boy” do
mundo
espiritual. E
onde está
escrito na
Bíblia que esses
Espíritos são o
Espírito do
próprio Deus
(chamado de
Espírito Santo)?
Que se chame o
Espírito do
próprio Deus de
Espírito Santo,
tudo bem, pois
Deus é o
Espírito Santo
por excelência,
o que, porém, é
diferente do
Espírito Santo
ou Terceira
Pessoa da
Santíssima
Trindade, do que
discordo, embora
eu O respeite.
Na verdade, o
Espírito Santo é
o conjunto de
Espíritos
humanos
avançados em
evolução, o que
todos, um dia,
seremos. O
Espírito Santo,
no fundo, somos,
pois, todos nós,
embora muitos de
nós só nos
tornaremos
santos mesmo no
futuro. Por
enquanto, o
somos apenas em
estado potencial
ou como
sementes. Somos
santuário dum
Espírito Santo
(1 Coríntios
6:19).
Por serem os
Espíritos
bíblicos de
vários níveis de
evolução, muitas
passagens da
Bíblia não podem
ser tomadas como
certas. Umas,
sim, mas não que
o Espírito
responsável por
elas seja o do
próprio Deus,
podendo ser de
Deus no sentido
de ser do bem. E
é por isso que
temos que
examinar os
Espíritos, para
concluirmos se
devemos dar
crédito a eles
ou não, pois as
profecias e
revelações são
feitas por eles,
e muitas delas
são falsas,
exatamente
porque os
Espíritos são
falsos profetas.
(Números, 11:24
a 30; 1 João
4:1; e 1
Coríntios
14:30),
lembrando que o
médium é também
profeta.
Uma polêmica que
sempre dividiu
os cristãos
bíblicos e os
dogmáticos
antigos é o
dogma da
divindade de
Jesus. De um
lado, os
teólogos do
“partido” dos
atanasianos
(seguidores de
Santo Atanásio)
a favor dessa
doutrina
instituída no
Concílio
Ecumênico de
Niceia (325), e
do outro, os
contrários,
representados
pelos teólogos
do “partido” dos
arianos
(seguidores de
Ário). E os
dogmas eram
impostos à
força, pois,
naqueles tempos
passados, a
Igreja era unida
com o poder
civil que lhe
dava cobertura
nas suas
decisões
doutrinárias
dogmáticas. E
toda doutrina
que virou dogma,
geralmente, é
porque é
polêmica, e é
polêmica porque
seu fundamento
bíblico é
duvidoso, quando
não, contrário à
Bíblia. Os
espíritas
preferem a
Bíblia aos
dogmas. Mas a
própria Bíblia
tem também as
suas
contradições,
que não podem
ser atribuídas a
Deus.
Lemos nela que
foi Deus que
entregou as
Tábuas dos Dez
Mandamentos a
Moisés (Êxodo
24:12). Mas, em
outra parte,
Atos 7:30, foi
um Espírito
(anjo) que as
entregou a
Moisés!