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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 243 - 15 de Janeiro de 2012

LEONARDO ROCHA
l.rocha1989@gmail.com

Londres, Inglaterra
 

A primeira viagem de Chico Xavier ao Triângulo


"Parece-me, minha irmã, que vivi um sonho... Araxá, Sacramento, Monte Carmelo ficaram sendo três recantos do céu. Tudo, tudo está em minha memória como incentivo santo ao trabalho, embora as saudades que me ferem por dentro.” (Chico Xavier, em carta a Delacir de Melo Ramos. Pedro Leopoldo, 3 de agosto de 1956.)


Num belo dia de inverno do ano de 1956, começou a correr pelas ruas de Araxá a informação de que Chico Xavier, já então um médium consagrado no Brasil todo, pelo seu trabalho mediúnico e assistencial em Pedro Leopoldo, estava na cidade.

Chica (Francisca Martins de Oliveira), amiga inseparável de Delacir (Delacir de Melo Ramos), por volta de 14h, “casualmente” encontrou com o Chico Xavier na escadaria do Correio de Telégrafos, onde, após uma breve apresentação, Chico a convidou para um café.

– Ele me convidou para tomar um café em um bar, em frente ao Correio, o que de imediato me causou um espanto: “mas em um bar, Chico?!” – aí veio a primeira lição do memorável encontro: “Chica, quando um espírita entra em um bar, ali vira lar” – relembrava Chica, sempre nas conversas em família.

Correu pela cidade a notícia de que Chico Xavier estava de passagem. Ao anoitecer, as amigas inseparáveis correram para o “Caminheiros do Bem”, emocionadas e esbaforidas, e, como grandes ativistas do Espiritismo na cidade, na época, tiveram a satisfação de encontrar Francisco Cândido Xavier.

Esta foi a primeira visita de Chico Xavier ao Triângulo Mineiro, região que ele colocaria no mapa do Espiritismo mundial ao se transferir para Uberaba pouco tempo depois com toda a grandiosidade da sua obra missionária.   

– Participamos de uma reunião mediúnica com o Chico naquele dia. Eu me lembro de que ele psicografou ali uma mensagem destinada aos espíritas de Araxá. A mensagem original ficou com a Sílvia Barsanti, e fazia referência a uma encarnação anterior do nosso grupo na época do Império Romano -- relembra Delacir.

– Nesta reunião – relembrava Chica na intimidade – parece que as pessoas que ali estavam perseguiram o Cristo na sua pessoa, ou na pessoa dos seus discípulos. Após a reunião eu liguei para o Tavico (Gustavo Martins Filho) e disse a ele que o Chico estava indo para a casa de João Perfeito (João Geraldo Perfeito).

– Eu tinha acabado de chegar da linha de passes, sempre após as reuniões no Caixeta, quando recebi a notícia que a Chichica (maneira como Tavico trata a sua irmã) havia ligado, então, chamei a Geralda, minha esposa, e fomos à casa de João Perfeito, onde tivemos pela primeira vez com o Chico Xavier – confirma Tavico.

Chico Xavier havia se hospedado numa pensão da cidade com o médium Waldo Vieira, provavelmente já pensando na sua mudança para Uberaba. De Araxá, foram para Sacramento, onde visitaram o Lar de Eurípedes, mantido por Corina Novelino.

-- Eu e a Chica fomos de ônibus até Sacramento. Eu tinha uma máquina fotográfica. Tirei as fotos do Chico lá no Lar de Eurípedes e mandei para ele em Pedro Leopoldo, depois. Não seguimos com o Chico para Uberaba. Pouco depois ele me escreveu uma carta agradecendo por tudo e manifestando o desejo de voltar um dia -- diz Delacir.

A carta ficou por décadas esquecida numa gaveta, e só agora recuperada. Com a leitura da carta, vieram as lembranças da viagem e de um tempo de grande entusiasmo e pioneirismo no Espiritismo brasileiro. Mas, sobretudo, as melhores lembranças possíveis de Chico Xavier. “Ele estava sempre alegre, sempre sorridente. Nunca estava triste, fechado. Era uma alegria só, contagiante.”

Delacir diz que ela e Corina Novelino já tinham encontrado o Chico antes desta primeira visita a Araxá:

-- Tínhamos ido uma vez até Pedro Leopoldo, onde participamos de reuniões no Centro dele. Não me esqueço dos perfumes despejados pela irmã Scheilla, maravilhosos, ao ar livre, das comunicações da Meimei e das famosas “peregrinações” do Chico, em que ele saía pela cidade no final do dia distribuindo mantimentos aos mais pobres e dando passes nas pessoas. Aquela viagem foi muito importante porque aprendemos muito sobre Espiritismo lá com o Chico. Havia muita coisa do Espiritismo que ainda não havia sido revelada. Ele me disse inclusive que “se nós elevássemos o pensamento uma oitava acima, estaríamos em contato permanente com o mundo espiritual, tudo depende do nosso pensamento”.

Na carta de agradecimento pela acolhida, Chico Xavier revela também sua humildade sincera, característica que sempre o acompanhou. Ele diz num trecho: “lembrando-me de vocês, do exemplo de bondade e fé que me deram à alma, sinto a renovação de minhas pobres forças para a luta”.

Chico Xavier fala das saudades de todos aqueles a quem encontrou na memorável viagem de 55 anos atrás ao Triângulo Mineiro. Ele manda lembranças aos espíritas que encontrou na região, mencionando “o seu Antoninho (presidente do Centro Espírita Caminheiros do Bem), Roldão (médium espírita, que fazia o receituário), Johnny Nolli, Chica, Ângela Maria e João e José Perfeito”.

Chico Xavier agradece pelas fotos (“as primeiras que recebi”) e encerra profético: “Jesus, porém, há de conceder-me a felicidade de voltar, não é?”.

Neste glorioso ano em que Chico visitou o Triângulo pela primeira vez, Delacir Ramos ocupava a presidência do Centro Espírita Francisco Caixeta. Mais tarde, Francisca Martins assumiu, também, este posto. Antes, porém, Chica fez parte da primeira diretoria como 1ª Secretária da então presidente Dulcineia Ramos.

 

Notas:

1. O autor é neto de Zequinha Ramos, fundador do Centro Espírita Francisco Caixeta, 1951, e filho de Delacir Ramos.

2. Colaborou neste artigo Fábio Augusto Martins, de Araxá-MG, sobrinho de Francisca Martins de Oliveira.


Este artigo foi publicado na edição de setembro/outubro de 2011 da Folha Espírita, de Araxá-MG, a qual mantém o seguinte site na internet é
 http://www.espiritacaixeta.org.br/index.htm.
 


 


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