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Um minuto com Chico Xavier
Ano 5 - N° 243 - 15 de Janeiro de 2012
JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)

 

Tornar-se um missionário não é nada fácil. Convém recordar que mesmo Allan Kardec, após receber dos Espíritos benfeitores a informação de que o trabalho que começava era o início de uma missão, ao consultar o Espírito Verdade, ouve dele a seguinte admoestação: Missão diz respeito a algo realizado e, ao que nos consta, você nada fez ainda. (Veja Obras Póstumas.)

Hoje, olhamos para trás e podemos afirmar que Chico foi um verdadeiro missionário por tudo que realizou. Viveu o Espiritismo sob a luz do mais puro evangelho de Jesus. Entendeu a verdade e se fez instrumento da vida eterna. Calou seus desejos mais íntimos para submeter-se, fielmente, como trabalhador do Cristo, à luz do Consolador prometido.

Para isso, teve que aceitar diversos obstáculos que lhe surgiriam desde sua mais tenra infância: a perda da mãezinha, aos cinco anos; a chacota na escola, e, até mesmo, nascer como um mineiro muito humilde, sem quaisquer recursos financeiros. Não pôde constituir família; teve problemas sérios de saúde (cegueira, angina péctoris, etc.) que o acompanharam por toda a vida.

A história reservada para a coluna desta semana bem retratará o que estamos dizendo.

Quem a conta é Ramiro Gama, no seu livro “Lindos Casos de Chico Xavier”, editado pela LAKE – Livraria Allan Kardec Editora, de São Paulo.

Ouçamos o autor:

“Em 1931, quando Chico passou a receber as primeiras poesias do Parnaso de Além-Túmulo, um cavalheiro de Pedro Leopoldo, muito impressionado com os versos, resolveu apresentar o médium e os poemas a certo escritor mineiro, de passagem pela cidade.

O filho de João Cândido vestiu a melhor roupa que possuía e, com a pasta de mensagens debaixo do braço, foi ao encontro marcado.

O conterrâneo do médium, embora católico romano, apresentou o Chico, entusiasmado:

- Este é o médium de quem lhe falei.

O escritor cumprimentou o rapaz e entregou-se à leitura dos versos.

Sonetos de Augusto dos Anjos, poemetos de Casimiro Cunha, quadras de João de Deus...

Depois de rápida leitura, o literato sentenciou:

- Isso tudo é bobagem.

E mirando o Chico, rematou:

- Este rapaz é uma besta.

- Mas, doutor, - disse, agastado, o conterrâneo do Chico – o rapaz tem convicções e abraça o Espiritismo como Doutrina.

- Pois, então, deve ser uma besta espírita, - declarou o escritor.

Bastante desapontado, o médium despediu-se.

Em casa, durante a oração, a progenitora apareceu.

- A senhora viu como fui insultado? perguntou Chico.

E porque Dona Maria se revelasse alheia ao assunto, o filho contou-lhe o caso.

A entidade sorriu e disse:

- Não vejo insulto algum. Creio até que você foi muito honrado. Uma besta é um animal de trabalho...

- Mas o homem me apelidou de “besta espírita”.

- Isso não tem importância, - exclamou a mãezinha, desencarnada – imagine-se como sendo uma besta em serviço do Espiritismo. Se a besta não dá coices, converte-se num elemento valioso e útil.

Porque o filho silenciasse, Dona Maria acrescentou:

- Você não acha que é bem assim?

Chico refletiu e respondeu:

- É... Pensando bem, é isso mesmo.

E o assunto ficou sem alteração.”





 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita