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Joias da poesia contemporânea
Ano 5 - N° 244 - 22 de Janeiro de 2012
 
 

Carta aos enfermos

Casimiro Cunha

 

Meu amigo, eu te desejo

Aquela paz do Senhor

Que transforma as amarguras

Em santas preces de amor.

Nosso Pai ouve a oração

De tua grande ansiedade,

Como te vê no caminho

De dor e dificuldade.

Espera serenamente,

Não obstante a aflição;

Deus é um Pai que não dá pedras

Ao filho que pede pão.

Nos dias angustiados,

De desencanto e doença,

O homem deve apurar

As luzes de sua crença.

Às vezes, dizes, chorando:

- Socorrei-me, meu Senhor!...

Ai! como tarda o consolo

No dia de minha dor!...

Mas, não lembraste a oração

Com tanta solicitude,

Nas horas irrefletidas

Em que arruinaste a saúde.

A incontinência teimosa

Na rebeldia e no gozo,

Pode ter vindo de outrora,

Do passado tenebroso.

Porque esta vida de agora

É somente uma fração

De teu trabalho à procura

Dos mundos da perfeição.

Nos teus ais, nos teus soluços,

Do corpo dilacerado,

Recorda que a dor existe

Para a luz de um fim sagrado.

Se teu mal é longo e rude,

Renovando-te aflições,

Ele é a válvula divina

Que escoa as imperfeições.

Se a moléstia é passageira,

Tem cuidado na existência;

A dor física, por vezes,

Não passa de advertência.

De qualquer forma, porém,

Sê paciente e sê forte,

Inda que sintas contigo

O augúrio triste da morte.

Acima dos preparados

Que visam a tua cura,

Põe o remédio divino

Da fé milagrosa e pura.

Abençoa, meu irmão,

Essa dor que te conduz

Da sombra espessa da Terra

Para as bênçãos de Jesus.

 

Do livro Cartas do Evangelho, de Casimiro Cunha, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita