Bandeiras,
pautas e lutas
O movimento
espírita
materializa as
ações dos
espíritas, à luz
de seus ideais,
onde isso
implica,
consequentemente,
abraçar
determinadas
bandeiras,
pautas e lutas,
eleitas por
circunstâncias
próprias. Tudo
muito natural...
Por motivos
históricos
diversos, por
ações de grupos
em momentos
específicos, na
soma de forças e
esforços,
abraçamos com
afinco
determinadas
bandeiras, e
relegamos
outras, também
de grande
relevância.
Essas breves
linhas nos
motivam a
analisar algumas
causas que o
movimento
espírita não
abraçou, de
forma ostensiva,
ou o fez
timidamente,
para que
possamos
refletir sobre
estas.
Dessas inúmeras
e valorosas
causas, podemos
citar, por
exemplo:
DESARMAMENTO: a
oposição ao uso
extensivo de
armas de fogo,
seja na guerra,
seja nos crimes
do cotidiano, é
uma causa
extremamente
relevante, em
uma sociedade
que, a despeito
de toda a
tecnologia,
padece o
fantasma da
violência e da
criminalidade;
RACISMO: as
décadas de
escravidão
deixaram em
nosso país suas
marcas, na
discriminação da
população negra
inserida nas
falas e
artefatos
culturais, com
práticas de
hostilidade, em
uma falta de
caridade com os
nossos irmãos,
Espíritos
imortais, ainda
que esta questão
seja figura
ausente ou pouco
presente em
nossas tribunas
e linhas;
INCLUSÃO DE
DEFICIENTES: a
luta por tornar
a nossa
sociedade
acessível e
receptiva aos
irmãos que
apresentam
deficiências de
diversos matizes
carece avanços
no movimento
espírita, pela
falta de ações
expressivas na
tradução de
obras e
palestras, na
carência de
rampas nas casas
espíritas e,
ainda, na rasa
produção de
material
pedagógico que
discuta essas
especificidades;
VIOLÊNCIA CONTRA
A MULHER: uma
triste
realidade,
oculta nos
discursos e
atrelada a uma
cultura machista
e a dependência
química,
demandando
discussão e
esclarecimento
nas pautas das
discussões
espíritas e no
combate a essa
prática
hedionda;
COMBATE À
CORRUPÇÃO: a
malversação do
dinheiro
público, o
desvio de
recursos, a
propina e o
patrimonialismo
são uma
realidade
tratada como um
tabu, mas que se
faz presente em
pessoas bem
vestidas e com
instrução, na
dilapidação de
recursos
destinados aos
menos
favorecidos. Uma
discussão ética
que com certeza
traz em seu bojo
interesses
concomitantes às
lutas do
cordeiro.
MEIO AMBIENTE: a
despeito do
esforço pioneiro
e hercúleo do
nosso confrade e
jornalista André
Trigueiro, na
inserção desse
tema na nossa
agenda, ele
ainda se faz
incipiente na
lembrança da
caridade com o
nosso planeta.
Apesar de não
serem estas
listadas, entre
outras,
bandeiras
clássicas do
nosso movimento,
nada nos impede
de aderir a
estas lutas como
cidadão,
Espírito
encarnado
consciente, o
que pode trazer,
pelo nosso
interesse, a
entrada dessa
bandeira no
movimento
espírita no
futuro.
Trazemos lutas
do mundo e
vice-versa, pois
o movimento
espírita está
imerso no mundo.
Elegemos
diversas lutas
em função de
nossa história,
de nossos
valores, e isso
se relaciona com
os rumos
adotados pelo
movimento, mas
não é
condicionado
totalmente por
estes.
Fica aqui então
a reflexão sobre
as lutas nas
quais nos
alistamos
coletivamente e
individualmente,
todas valorosas.
Também são
valiosas as
bandeiras
abraçadas
atualmente pelo
movimento
espírita, como a
defesa da vida,
o estudo
sistematizado e
o esperanto.
O que traz esse
artigo é a ideia
de que a
trincheira é
maior do que
enxergamos, na
luta por um
mundo melhor,
onde cada um tem
a sua parcela de
responsabilidade,
independente do
credo.