Respondendo a uma questão
sobre investigações
mediúnicas, Chico não só nos
mostra os desafios a que era
obrigado a se submeter no
seu dia, como médium, como
também os sacrifícios que
fazia a fim de cumprir seu
fiel papel de divulgador da
vida espiritual após o
término da vida física.
Pergunta Fernando Worm: -
“Não seria melhor se
parapsicólogos e
pesquisadores, em vez de
simplesmente negarem ou
tentarem explicar os
fenômenos paranormais como
meras emanações do
subconsciente, frequentassem
nossas sessões espirituais
imbuídas de Evangelho?”
Responde Chico: - Por volta
de 1954, um ilustre
sacerdote pedia-nos licença
para assistir a uma de
nossas sessões públicas em
nosso humilde Centro, em
Pedro Leopoldo. Esclareceu
que obtivera antes licença
especial de seu superior
para o trabalho que
pretendia fazer. Já havia
escrito um livro condenando
o Espiritismo e sabíamos
estar preparando um outro
com o mesmo objetivo.
Disse-nos Emmanuel: “Ele
veio ver-nos com muito
respeito e não deve ser
deixado de lado”.
Convidei-o, pois, a
sentar-se ao meu lado, e
assim foi feito. Iniciamos
as consultas e, súbito,
comecei a sentir um frio que
vinha da direção dele. Para
nos tranqüilizar, Emmanuel
explicou-nos que o padre
rezava um terço meio às
ocultas, mas eu continuava a
sentir como que umas pontas
de agulhas, umas lâminas
frias. A surpresa, porém,
estava reservada para o
final, quando nos chegou a
mensagem, com mais ou menos
40 páginas psicografadas, de
autoria espiritual de alguém
que lhe fora muito chegado
ao coração. Como de hábito,
lemos a mensagem em voz alta
e o texto era uma
conclamação ao nosso amigo
visitante a que se
preparasse para trabalhar em
certa zona espiritual
carente de esclarecimento, e
dando outros dados de seu
conhecimento.
Finda a sessão, indagamos do
nosso respeitável visitante:
- O senhor aceita a
mensagem?
- Aceito perfeitamente por
achá-la autêntica.
- Padre, o senhor tem medo
da morte?
- Não, medo propriamente não
tenho. Mas eu queria me
certificar.
Soube depois que não
escreveu o tal segundo
livro.
(Texto extraído do livro
“Lições de Sabedoria”,
editado em comemoração aos
vinte e dois anos da “Folha
Espírita”, de São Paulo,
pela Editora Jornalística
Fé, em 1996.)