WALDENIR
APARECIDO CUIN
wacuin@ig.com.br
Votuporanga, SP (Brasil)
O
limite do
necessário
— A Natureza não
traçou o limite
do necessário em
nossa própria
organização?
“Sim, mas o
homem é
insaciável. A
Natureza traçou
o limite de suas
necessidades na
sua organização,
mas os vícios
alteraram a sua
constituição e
criaram para ele
necessidades
artificiais.”
(Questão 716 de
O Livro dos
Espíritos,
de Allan
Kardec.)
Por certo, nada
será suficiente
para aquele que
acredita ser
sempre pouco o
necessário. A
natureza, no
contexto das
suas sábias
leis, definiu
com acerto, as
linhas do
equilíbrio, e a
inteligência
humana tem plena
capacidade de
discernir entre
aquilo que é
certo e o que
não é devido.
Resta, portanto,
ao homem ter o
interesse e o
desejo de viver
em consonância
com tais
assertivas.
As necessidades
artificiais que
vão sendo
criadas pela
sociedade acabam
por complicar,
sobremaneira, a
vida da
população
terrena. O
Planeta, sem
dúvida, possuiu
todos os
recursos e
mecanismos
capazes para
garantir, com
segurança, a
vida de todos os
habitantes, nos
variados
aspectos, no
entanto, o que
vemos hoje,
diante da
valorização do
supérfluo, é uma
corrida
desenfreada na
alimentação do
egoísmo, que
tantos males
proporciona no
seio das
coletividades.
Não nos basta o
necessário, que
quase sempre
todos possuem,
queremos
vorazmente
contar com
aquilo que é
supérfluo, e,
então, erigimos
um sistema de
vida na Terra,
onde a dor, o
sofrimento e as
decepções
caminham
ombreando
conosco, como
consequências
dos nossos
desmandos.
Assim, é
possível
identificar que
poucos possuem
muito, cujos
cofres guardam o
excesso, e
muitos possuem
pouco, vivendo
na carência
geral dentro do
contexto de uma
desequilibrada
distribuição de
rendas.
Possuir uma
camisa que nos
protege o corpo
é pouco,
queremos uma
camisa da moda e
de preferência
que tenha
etiqueta de
marca famosa,
para que
possamos
desfilar com ela
pelos caminhos
sociais.
Possuir um carro
que nos permite
a locomoção para
distâncias
maiores não é
suficiente, uma
vez que o nosso
ego alimenta o
desejo de contar
com os préstimos
de um carro novo
e que nos
ofereça uma
certa posição de
prestígio.
Contar com a
alimentação
suficiente não
nos satisfaz,
pois que
carregamos no
íntimo a vontade
imensa de
desfrutar de
mesa farta e
recheada de
iguarias, para o
deleite do nosso
apetite
insaciável.
Uma casa que nos
abrigue das
intempéries e
que nos sirva de
ninho doméstico,
quase sempre,
não atende aos
nossos anseios,
pois que
carregamos no
âmago a proposta
de possuir um
imóvel
requintado que,
de preferência,
nos ajude a ser
visto sobre um
pedestal
econômico.
É muito lógico
que dentro do
livre-arbítrio,
cada um de nós
tem o direito de
escolher como
desejamos viver,
no entanto, será
sempre oportuno
refletir se as
nossas escolhas
nos convêm.
Observando os
caminhos da
história da
humanidade,
vamos encontrar
aqueles que
laboraram,
determinadamente,
para progresso e
evolução social,
sempre
preocupados com
as boas ideias e
com grandes
ideais e pouco
afeitos a
conquistas de
bens materiais.
Sempre
valorizaram o
necessário e
dispensaram o
supérfluo.
O Maior dentre
eles, Jesus
Cristo, possuía
uma túnica e um
par de
sandálias, no
entanto, foi
capaz de mudar,
para melhor, o
destino da
humanidade.
Exemplificou o
uso dos valores
reais, aqueles
que permitem ao
homem sair da
inferioridade
para a
angelitude,
condição que lhe
garante a paz e
a felicidade e,
em momento
algum, destacou
as ilusões, as
fantasias e as
falsidades.
Observemos,
então, enquanto
há tempo, como
estamos
conduzindo os
nossos dias;
pelas trilhas do
necessário ou
pelas vielas
enganosas do
supérfluo?
Reflitamos...