ALESSANDRO VIANA
VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga,
SP(Brasil)
Planejamento
divino
Em virtude do
atraso moral que
ainda predomina
na conduta da
criatura humana,
vemos muitos
indivíduos
agindo com falta
de seriedade e
de forma
improvisada,
seja nas grandes
ou nas pequenas
decisões da
vida.
Quando agimos
sem planejamento
ou sem
discernimento
quanto às
implicações da
decisão que
vamos eleger,
haverá uma
grande
probabilidade de
que as nossas
escolhas estejam
equivocadas e
gerem
comprometimentos
morais perante
as leis divinas.
Quantas vezes
tomamos uma
decisão
apressada e nos
arrependemos
depois. Há
situações que
são plenamente
corrigíveis, mas
há algumas cujos
efeitos serão
inapagáveis.
O ser humano
ainda é
imediatista,
pois toma
decisões
apressadas para
que os
resultados
almejados venham
com mais
rapidez. São
resquícios das
nossas
experiências no
reino animal, a
revelar a
predominância da
nossa natureza
animal sobre a
espiritual, do
instinto sobre a
razão, das
paixões sobre as
emoções
superiores.
O animal, na
busca da
preservação da
vida,
alimenta-se para
saciar a fome,
dorme para
superar o
cansaço e
reproduz-se para
apaziguar o
instinto sexual.
Vejamos que sua
ação visa
atender uma
situação que ele
está vivenciando
naquele momento
(fome, cansaço e
o desejo
sexual).
É certo que há
poucos animais
que armazenam
alimentos para o
período de
escassez, mas
tal atitude é
baseada no
instinto de
preservação, não
havendo qualquer
componente de
ordem moral.
Assim sendo, o
ser humano, que
já é dotado de
senso moral,
deveria
abster-se de
agir
impulsivamente e
sem
planejamento.
Quantas decisões
prematuras são
tomadas na
administração da
Casa Espírita,
nas relações
familiares, no
campo
profissional, na
área financeira,
a nos causar
inúmeros
aborrecimentos e
aflições,
dificultando a
conquista da paz
e da serenidade.
A benfeitora
Joanna de
Ângelis, no
livro “Nascente
de Bênçãos”,
através do
médium Divaldo
Pereira Franco,
apresenta-nos
uma lição
notável acerca
do planejamento
antecipado e
organizado que
há nas decisões
dos Espíritos
elevados.
No primeiro
capítulo do
referido livro,
denominado
“Providência
Divina”, o
Espírito Joanna
fala-nos sobre
algumas
resoluções
tomadas pela
espiritualidade
superior visando
à melhor
implantação da
mensagem da Boa
Nova e do
Espiritismo na
Terra.
Veremos que a
reencarnação de
muitos Espíritos
missionários que
antecederam a
vinda do Cristo
foi programada
com o objetivo
de trazerem
fragmentos da
verdade, a fim
de que,
paulatinamente,
o ser humano
pudesse digerir
essas verdades,
para que,
oportunamente,
tivesse
condições de
manter contato
com a verdade
plena, que Jesus
traria à Terra.
A própria vinda
de Jesus ao
cenário
terrestre foi
ajustada com
muita
antecedência
pela Comunidade
de Espíritos
Puros, da qual o
Cristo fazia
parte, conforme
consta da obra
“A Caminho da
Luz”, do médium
Francisco
Cândido Xavier.
Joanna de
Ângelis também
nos revela que a
reencarnação de
Alexandre Magno,
da Macedônia,
que nasceu em
356 a.C.,
ocorreu com o
objetivo de que
fosse difundido
o pensamento e a
língua grega,
para que os
futuros povos da
Eurásia pudessem
compreender a
mensagem de
Jesus, que seria
divulgada pelo
Apóstolo Paulo
de Tarso, também
nesse idioma.
Esse mesmo
Espírito
(Alexandre
Magno) voltaria
ao corpo como
Júlio César,
filho de Flávia
Júlia, no ano de
100 a.C., para
expandir o
latim, que, ao
lado do grego,
tornar-se-ia
idioma
universal, com o
mesmo objetivo
de divulgação da
Boa Nova.
Lembremos que
Paulo de Tarso
veio com a
missão de
expandir o
ensinamento
cristão,
inclusive no
Ocidente, sendo
que falava
fluentemente o
grego, o latim e
o idioma de
Israel.
Após a
decadência do
império romano,
Carlos Magno vem
à Terra com a
missão de reunir
parte do mundo
fragmentado, em
747 d.C., com o
escopo de criar
condições
sociológicas e
históricas para
o advento do
Espiritismo, que
chegaria ao
mundo mais de
mil anos depois.
Oportunamente a
França foi
invadida pela
Inglaterra e a
Sabedoria Divina
conduziu à
reencarnação
Joana D’Arc,
renascida em
1412, a fim de
reunir e
reconduzir a
vitórias o
desestruturado
exército
francês. A
França retomou o
reequilíbrio, de
forma que, no
momento próprio,
pudesse receber
o Espiritismo.
No ano de 1789,
reencarna-se
Napoleão
Bonaparte com o
escopo de reunir
os Estados
europeus, a fim
de que Allan
Kardec pudesse
decodificar o
pensamento de
Jesus.
Num episódio
mais recente,
mais
precisamente no
tsunami que
ocorreu na
região da
Indonésia, no
ano de 2004, os
benfeitores
sabiam dessa
tragédia com
trinta dias de
antecedência e
organizaram
equipes de
Espíritos que
trabalhariam no
local
(desencarne
coletivo – mais
de 250.000
pessoas morreram
no incidente),
para socorrer os
recém-desencarnados
(esse auxílio
espiritual
consta da obra
“Transição
Planetária”, do
médium Divaldo
Pereira Franco).
Frise-se que
esses episódios
históricos
revelam a
maneira
prudente,
organizada e
séria dos
Espíritos
superiores ao
tratarem as
questões que lhe
dizem respeito.
Temos que
aprender com
esses Espíritos
a desenvolver em
nosso caráter a
disciplina, a
seriedade e o
planejamento
organizado, que
são virtudes a
serem
conquistadas por
todos os
Espíritos que
ainda não as
possuem, ao
longo das
reencarnações.
Através do
conhecimento das
leis divinas,
sobretudo as
morais, vamos
desenvolvendo a
maturidade e o
equilíbrio, que
serão patrimônio
do Espírito no
rumo da
plenitude.
Vemos, na Terra,
pessoas ainda na
fase da
juventude ou no
início da vida
adulta que já
revelam tais
conquistas
espirituais, por
serem serenas,
responsáveis e
ponderadas.
Em
contrapartida,
vemos pessoas de
idade avançada
ainda imaturas,
levianas,
impulsivas, que
causam prejuízos
a si próprias e
aos demais por
conta do
imediatismo em
suas posturas.
Normalmente as
pessoas
materialistas
tendem a ser
imediatistas e
impulsivas,
porque
ambicionam
resultados
rápidos e
efêmeros.
Aliás,
encontraremos no
discípulo Judas
Iscariotes esse
perfil
impulsivo. Judas
era o tesoureiro
do grupo,
portanto, estava
acostumado a
resultados
materiais
céleres, e
porque não tinha
paciência para
aguardar o
objetivo nobre
trazido pelo
Cristo, que era
a implantação do
Reino de Deus no
âmago da
criatura humana,
bem como por
desejar a glória
terrena de
Jesus, vende-O
por trinta
moedas de prata,
presumindo que
tal ação
apressaria o
reinado material
do Rabi.
Após o
desencarne pelo
suicídio, Judas
é socorrido por
Jesus e inicia
sua reabilitação
moral, que
culmina com sua
reencarnação
como Joana D’Arc,
cuja missão foi
mencionada neste
artigo.
Dessa forma,
diante das metas
materiais e
morais, que
possamos ter
maturidade e
paciência para a
definição e a
concretização
dos resultados,
valendo-nos da
prece para que
as nossas
decisões possam
ser as mais
equilibradas,
evitando, sempre
que possível, a
improvisação.
Não tenhamos
pressa, mas
também não
acomodemos
demais.
Que possamos
analisar todas
as consequências
das nossas
ações,
percebendo que
tudo nos é
lícito, mas nem
tudo nos convém,
conforme nos
ensina Paulo de
Tarso.
Que façamos um
planejamento
para a nossa
vida, sobretudo
no que se refere
às conquistas
espirituais.
Muitas vezes,
eliminar
totalmente um
defeito moral
levará mais de
uma vida, assim
como a conquista
definitiva de
uma virtude, mas
comecemos a agir
agora, cientes
do resultado que
virá na exata
proporção do
nosso empenho,
sendo que temos
a nosso favor a
eternidade.
Meditemos sobre
o planejamento
divino e que a
nossa vida, de
Espírito imortal
destinado à
plenitude, possa
vir a ser uma
sucessão de atos
conscientes e
planejados à luz
do amor e da
verdade, cujo
resultado fatal
será a nossa
perfeita
integração com o
Pai Celestial.