Fixação mental
Francisco de
Menezes Dias da
Cruz
Analisando,
superficialmente
embora, o
problema da
fixação mental
depois da morte,
convém não
esquecer que a
alma, quando
encarnada,
permanece munida
do equipamento
fisiológico que
lhe faculta o
atrito constante
com a natureza
exterior.
As reações
contínuas,
hauridas pelos
nervos da
organização
sensorial,
determinando a
compulsória
movimentação do
cérebro,
associadas aos
múltiplos
serviços da
alimentação, da
higiene e da
preservação
orgânica,
estabelecem todo
um conjunto
vibratório de
emoções e
sensações sobre
as cordas
sensíveis da
memória, valendo
por impactos
diretos da luta
evolutiva no
Espírito em
desenvolvimento,
obrigando-o a
exteriorizar-se
para a conquista
de experiência.
Esse exercício
incessante,
enquanto a alma
se demora no
mundo físico,
trabalha o cosmo
mental,
inclinando-o a
buscar no bem o
clima da
atividade que o
investirá na
posse dos
recursos de
elevação.
Como sabemos,
todo bem é
expansão,
crescimento e
harmonia e todo
mal é
condensação,
atraso e
desequilíbrio.
O
bem é a onda
permanente da
vida a
irradiar-se como
o Sol e o mal
pode ser
considerado como
sendo essa mesma
onda, a
enovelar-se
sobre si mesma,
gerando a treva
enquistada.
Ambos
personalizam o
amor que é
libertação e o
egoísmo, que é
cárcere.
E
se a alma não
conseguiu
desvencilhar-se,
enquanto na
Terra, das
variadas cadeias
de egoísmo, como
sejam o ódio e a
revolta, a
perversidade e a
delinquência, o
fanatismo e a
vingança, a
paixão e o
vício, em se
afastando do
corpo de carne,
pela imposição
da morte,
assemelha-se a
um balão
eletromagnético,
pejado de sombra
e cativo aos
processos da
vida inferior, a
retirar-se dos
plexos que lhe
garantiam a
retenção,
através da dupla
cadeia de
gânglios do
grande
simpático,
projetando-se na
esfera
espiritual, não
com a leveza
específica,
suscetível de
alçá-la a níveis
superiores, em
circuito aberto,
mas sim com a
densidade
característica
da fixação
mental a que se
afeiçoa,
sofrendo em si
os choques e
entrechoques das
suas próprias
forças
desvairadas, em
circuito fechado
sobre si mesma,
revelando
lamentável
desequilíbrio
que pode
perdurar até
mesmo por
séculos,
conforme a
concentração do
pensamento na
desarmonia em
que se compraz.
Nesse sentido,
podemos
simbolizar a
vontade como
sendo a âncora
que retém a
embarcação do
Espírito em seu
clima ideal.
É
necessário,
assim, consagrar
nossa vida ao
bem completo, a
fim de que
estejamos de
acordo com a Lei
Divina,
escalando, ao
seu influxo, os
acumes da Vida
Superior.
E
é por isso que,
encarecendo o
valor da
reencarnação,
como preciosa
oportunidade de
progresso,
lembraremos aqui
as palavras do
Senhor, no
versículo 35, do
capítulo 12, no
Evangelho do
Apóstolo João:
«Avançai
enquanto tendes
luz para que as
trevas não vos
alcancem, porque
todo aquele que
caminha nas
trevas marchará
fatalmente sob o
nevoeiro,
perdendo o
próprio rumo».
Mensagem
transmitida
psicofonicamente
em 5/5/1955,
constante do
livro
Instruções
Psicofônicas,
obra de autoria
de Francisco
Cândido Xavier e
Espíritos
Diversos.