Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de
Miranda
(Parte
21 e final)
Concluímos nesta edição
o
estudo do livro
Grilhões Partidos,
de Manoel Philomeno de
Miranda, obra
psicografada por Divaldo
P. Franco e publicada
inicialmente no
ano de 1974.
Questões preliminares
A. Diante da proposta
feita pelo Coronel
Santamaria de levá-la
para o Rio, qual foi a
decisão de D. Abigail?
Com o apoio de Teófilo e
de Josefa, que concordou
plenamente com a
proposta, D. Abigail
assentiu. Assim, em
breve tempo, o Coronel,
Abigail e Josefa
chegavam ao aeroporto do
Rio de Janeiro, onde
dona Margarida,
previamente avisada, os
aguardava.
(Grilhões Partidos, cap.
24, pp. 231 e 232.)
B. Que ensinamento
pertinente à importância
do desejo nos processos
de reabilitação podemos
extrair do caso Josefa?
"O desejo veemente é
apenas o passo inicial
da reabilitação." Estas
palavras de Manoel
Philomeno de Miranda
indicam que a jornada
espiritual, do vale à
altura, é lenta e
acidentada, até que a
visão dos cimos coroe de
alegrias, luz e belezas
a vastidão das sombras
donde provém. Exige,
portanto, contributo
especial dos
interessados diretos. No
caso de Josefa e
Abigail, como ambas
estivessem lutando pela
ascensão, isto lhes
facultava receber mais
direta ajuda do Alto.
(Obra citada, cap. 24,
pp. 233 e 234.)
C. Que disse Matias em
sua comunicação na Casa
Espírita, estando ali
presentes a mãe e a
irmã?
O ex-pracinha,
surpreendido pela
evidência dos fatos e a
nobreza de propósitos do
antigo desafeto,
prorrompeu em súplica
comovida. Em seguida,
disse: "Mamãe! Querida
mãezinha!" Dirigido por
Bezerra, o filho falou à
mãe saudosa, concitando
a irmã enganada à vida
nova. Recordou cenas da
infância, descuidos da
juventude. Riu, chorou,
vivendo o momento
precioso, concedido pela
misericórdia do Pai
Supremo que nos rege os
destinos. Abigail e
Josefa ouviam-no
comovidas e felizes.
Matias prometia
procurar, a partir
daquele momento, a rota
da regeneração, na
esperança de um dia
encontrar a paz e poder
ser útil. "Jamais me
esquecerei, senhor –
dirigindo-se ao Coronel
Santamaria – , do que
foi feito pelas minhas
amadas familiares...
Perdoai-me pelo quanto
vos fiz sofrer, à vossa
esposa e filha! Que
Ester também me possa
perdoar! Sou o filho
pródigo, suplicando
indulgência antes que
perdão. Mercê de Deus,
irei tentar a própria
elevação, a fim de
reparar-vos os males
infligidos e as dores
que vos impus..." E
finalizando sua
mensagem, rogou orações
por ele e a bênção de
sua mãe: "Abençoe-me,
mamãe! Coragem e fé,
Josefa. A vida é o que
dela fazemos. Teu irmão
vive e não te esquece.
Até breve!"
(Obra citada, cap. 24,
pp. 234 a 238.)
Texto para leitura
122. Mãe e filha
vão para o Rio -
O encontro do militar
com D. Abigail e a filha
foi muito fraterno.
Josefa, embora desfeita,
traía irradiante
simpatia, apesar do ar
de constrangimento em
que se encontrava. O
Coronel, sem mais
rodeios, disse-lhes que
viera a Salvador
pensando em levá-las
consigo. Sua esposa
estava plenamente de
acordo nisso. Se
quisessem, ele
providenciaria as
passagens imediatamente.
D. Abigail confiaria a
casa ao Sr. Teófilo. E
aduziu: "Se não se
sentirem felizes, no
meu lar, poderão residir
noutro a minhas expensas
ou retornar, mais tarde,
quando a sanha dos
exploradores de Josefa
estiver passada.
Enquanto isso,
submetê-la-emos a
conveniente tratamento
de saúde". Teófilo
aprovou o plano de
imediato e considerou
que elas não deveriam
perder a oportunidade.
Josefa concordou
plenamente... E ficou,
assim, estabelecido que
D. Abigail retiraria do
lar apenas o
indispensável, confiando
seus parcos pertences e
sua casa humilde ao
irmão Teófilo, que ali
colocaria algum dos seus
necessitados, a fim de
preservá-la, enquanto
ela se demorasse fora.
Assim foi feito.
Hospedadas em casa de
Teófilo até a viagem
para o Rio, ali mesmo o
confrade aplicou passes
em Josefa, iniciando
pela fluidoterapia o
tratamento desobsessivo
e sua reeducação moral,
à luz do Evangelho. Em
breve tempo, o Coronel,
a mãe e Josefa chegavam
ao aeroporto do Rio de
Janeiro, onde dona
Margarida, previamente
avisada, os aguardava.
(Cap. 24, pp. 231 e
232)
123. A
lenta jornada da
ascensão
- A primeira noite no
Rio transcorreu calma,
concitando os viajantes
emocionados a justo
repouso. Na noite
seguinte, foram todos ao
Centro Espírita
"Francisco de Assis",
onde participaram dos
serviços doutrinários e
travaram contatos com a
equipe amiga incumbida
do socorro a Ester.
Abigail cativou a todos,
mas Josefa sentia-se
ainda perturbada. Seus
perseguidores
desencarnados, que se
lhe vinculavam pelos
hábitos perniciosos,
perturbavam-na,
atrozmente,
exaurindo-lhe as
energias vitais... Joel
sugeriu que ambas fossem
levadas também à reunião
especial de desobsessão.
Bezerra, através de
Joel, recomendou que
Josefa se submetesse a
cuidadoso tratamento
médico, a fim de
reequilibrar o organismo
debilitado, sendo
conveniente, mesmo,
interná-la na mesma Casa
de Saúde onde Ester se
encontrava. Açulada
pelas mentes
perturbadoras, Josefa
continuou inquieta e
atormentada naquela
noite, recorrendo à sua
mãe, que a assistiu com
orações lenificadoras,
animando-a em relação ao
futuro. As decisões
felizes exigem o
contributo de muitas
dores, a fim de se
tornarem atividade
sadia, anotou Manoel
Philomeno. "O desejo
veemente é apenas o
passo inicial da
reabilitação." A
jornada, porém, do vale
à altura é lenta,
acidentada, até que a
visão dos cimos coroe de
alegrias, luz e belezas
a vastidão das sombras
donde provém. Como as
duas familiares de
Matias estivessem
lutando pela ascensão,
isto lhes facultava
receber mais direta
ajuda do Alto. Josefa
foi logo encaminhada ao
Dr. Bittencourt, o mesmo
médico que atendia no
momento a Ester. (Cap.
24, pp. 233 e 234)
124. Matias se
comove ao rever a mãe e
Josefa - Na
noite seguinte
realizou-se mais uma
sessão especial na Casa
Espírita. Matias foi
conduzido à reunião e,
quando desperto, Bezerra
de Menezes elucidou-o
quanto ao ocorrido
naqueles dias,
contando-lhe que sua mãe
e sua irmã ali se
encontravam,
possibilitando-lhe falar
a ambas. O ex-pracinha,
surpreendido pela
evidência dos fatos e a
nobreza de propósitos do
antigo desafeto,
prorrompeu em súplica
comovida: "Ajudai-me,
anjo bom! Temo não saber
como ou o que fazer". O
Benfeitor pediu-lhe que
controlasse a emoção,
pensando na grandeza do
momento, e Ele, o Senhor
de nossas vidas, lhes
concederia os
indispensáveis recursos
para o êxito do
cometimento. Joel
mostrava no semblante a
alegria do Espírito, que
começou sua mensagem
falando: "Mamãe! Querida
mãezinha!" Dirigido por
Bezerra, o filho falou à
mãe saudosa, concitando
a irmã enganada à vida
nova. Recordou cenas da
infância, descuidos da
juventude. Riu, chorou,
vivendo o momento
precioso, concedido pela
misericórdia do Pai
Supremo que nos rege os
destinos. Abigail e
Josefa ouviam-no
comovidas e felizes.
Matias prometia
procurar, a partir
daquele momento, a rota
da regeneração, na
esperança de um dia
encontrar a paz e poder
ser útil. "Jamais me
esquecerei, senhor –
dirigindo-se ao Coronel
Santamaria – , do que
foi feito pelas minhas
amadas familiares...
Perdoai-me pelo quanto
vos fiz sofrer, à vossa
esposa e filha! Que
Ester também me possa
perdoar! Sou o filho
pródigo, suplicando
indulgência antes que
perdão. Mercê de Deus,
irei tentar a própria
elevação, a fim de
reparar-vos os males
infligidos e as dores
que vos impus..." E,
finalizando sua
mensagem, rogou orações
por ele e a bênção de
sua mãe: "Abençoe-me,
mamãe! Coragem e fé,
Josefa. A vida é o que
dela fazemos. Teu irmão
vive e não te esquece.
Até breve!" (Cap. 24,
pp. 234 a 236)
125. O caso
Ester-Matias chegara ao
fim - Todos
estavam comovidos no
recinto, em especial o
casal Santamaria que,
dominado por inaudita
gratidão, louvava o
Senhor... Bezerra falou
então ao grupo através
da faculdade mediúnica
de Joel. Após tecer
considerações
edificantes sobre o
arrependimento honesto
como condição primeira
para a reabilitação,
estimulou os irmãos
encarnados ao
prosseguimento das
tarefas de
enobrecimento, lutas e
sacrifícios,
conclamando-os à
constante vigilância. O
caso Ester-Matias estava
resolvido. Os recursos
da Medicina, por mais
alguns dias, junto com a
assistência dos passes,
completariam o seu
restabelecimento. O
conhecimento e o
exercício da
mediunidade, na salutar
vivência espírita,
contribuiriam para que a
jovem ex-obsidiada se
integrasse nas hostes
abençoadas do
Espiritismo e na
comunidade social, na
qual seria chamada a
cooperar ativa e
arduamente. Josefa
poderia participar das
reuniões mediúnicas
normais da Casa e sua
problemática obsessiva
se regularizaria,
paulatinamente, mediante
o esforço de
autoiluminação e
devotamento ao bem. "O
amanhã – acentuou o
Benfeitor Espiritual – é
o nosso dia de colher.
Semeemos, hoje, as
férteis messes de
esperança, em flores de
bondade." Aqueles
trabalhos especiais
estavam concluídos; era
pois momento de oração e
reconhecimento. O
médium Joel, sob a
influência de Bezerra,
postou-se de pé, nimbado
por claridade
incomparável, e o
amorável Instrutor fez
uma comovedora prece ao
Senhor. Choviam no
recinto miríades de
corpúsculos luminosos,
que penetravam em todos
e lhes transfundiam
valor, abnegação e
fidelidade a Jesus. A
sala transformara-se
numa via-láctea
coruscante. O amor
vencera o ódio, a
caridade conquistara as
vidas e resgatara os
destinos. (Cap. 24, pp.
236 a 238)
Fim