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Ano 5 - N° 246 - 5 de Fevereiro de 2012
EUNICE DE OLIVEIRA CAZETTA
eunice@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Destino: Determinismo ou Livre-arbítrio?

De Wilson Czerski
Editora - EME

Acaso, fatalidade, determinismo, lei de causa e efeito, livre-arbítrio e destino. Ninguém foi tão a fundo nestas questões como o jornalista e escritor ponta-grossense Wilson Czerski, dirigente da ADE-PR. Não bastasse reunir praticamente tudo o que de mais importante já se escreveu a respeito, dentro e fora do Espiritismo, emitiu seus próprios conceitos como “causas únicas e múltiplas, mediatas e imediatas, primárias e secundárias, simples e complexas; e efeitos também simples e complexos, diretos e indiretos”.

Todos os grandes filósofos, desde os pré-socráticos até os modernos, desfilam diante do leitor com suas dúvidas ou certezas; do Espiritismo, examinado exaustivamente em todas as obras de Kardec tudo o que ele e os Espíritos Superiores ensinaram, nada escapa, e, ainda, dezenas de autores desencarnados e encarnados que se debruçaram sobre o fascinante tema da vida e da morte, da saúde e da doença, das tragédias pessoais e coletivas, dos meandros, ‘coincidências’ no casamento, na profissão, na sociedade. Uma viagem fantástica que começa com o planejamento reencarnatório, passa pela infância, as vitórias e fracassos, erros e acertos da vida adulta e culmina com a desencarnação, fechando o ciclo de mais uma etapa da vida da alma imortal em evolução.

É o autor quem justifica: Com a palavra, os filósofos. Temos muito o que aprender com eles. Não importa tanto em que acreditavam..., todos tentaram rasgar as sombras da ignorância íntima e romper com os limites anestesiantes do comodismo mental ou das soluções forjadas para atender interesses e conveniências pessoais, de grupos ou de instituições... Muitos dedicaram suas vidas inteiras só pensando. E depois deixaram o legado na forma escrita.

Já sobre as religiões, ele atesta: A fé também é um caminho que, se bem assessorado pela razão, pode conduzir à verdade. Grandes pensadores como os monges budistas ou figuras pertencentes às fileiras das religiões ocidentais passaram suas vidas entregues a longos estudos e profundas meditações, às vezes torturados e divididos entre o antagonismo dos próprios raciocínios e os princípios decretados pela tradição milenar ou interesses diversos a que se viam submetidos por questões de condicionamento, obediência e disciplina hierárquica. Alguns ousados rebelaram-se, romperam as algemas que impediam voos mais altos do pensamento, justamente fazendo prevalecer a preciosa faculdade do livre-arbítrio como a tratamos aqui. Outros aceitaram limites e a conformação, ou abdicaram de expor suas ideias, e até do ato de pensar, e contentaram-se em disseminar somente aquilo que era permitido e tido como verdadeiro.

A justaposição de esclarecimentos serve apenas como fio condutor de uma sequência que ele denomina de viagem. Percurso que ele examina, sob a lógica dos conhecimentos recolhidos, ampliados pela própria percepção, a influência da genética, as condições no nascimento, a infância, as ligações afetivas, a escolha profissional, a constituição do lar, o meio geográfico, social, cultural, econômico e político com suas variadas interferências e limitações, os debates contra as tendências morais, as enfermidades, as obsessões, o auxílio da fé pela prece. Na morte, individual ou coletiva, as incertezas sobre gênero e hora. Desdobrado dela, o último capítulo tratará justamente da análise de duas dezenas de ocorrências recentes no Brasil e no mundo que irão testar todo o aprendizado anterior. Tragédias naturais e as provocadas pelo homem, quais as diferenças e particularidades envolvidas em cada caso? O que morre e o que escapa. Será mesmo que nenhum inocente é vitimado? Estupro está no destino?

Para concluir, Czerski propõe sete casos reais para análise do leitor na forma de exercício prático. Não podia ser melhor.

AVALIAÇÃO FEITA POR LÚCIA COMINATTO

O livro DESTINO, de Wilson Czerski, retrata o esforço do autor que, num trabalho profundo e minucioso de pesquisa, vem trazer luz a um tema complexo e controverso a respeito de determinismo ou livre-arbítrio a reger nosso destino. Remontando a renomados filósofos da antiguidade e, a seguir, baseando-se na visão de diversas religiões, tendo por base os livros de Kardec e de outros autores espíritas da atualidade, o autor traz explicações claras, objetivas e coerentes, a fim de dirimir dúvidas a respeito do tema proposto. Abordando assuntos variados como: homossexualidade, causas das doenças, Engenharia genética, TVP (Terapia de Vidas Passadas), tipos de mortes, relações familiares, hereditariedade e vários outros de grande importância, traz esclarecimentos que nos satisfazem. Enriquecido com muitos exemplos e citações de autores atuais ou de épocas mais recuadas, torna a leitura deveras interessante. Ao relacionar com a Lei de Causa e Efeito alguns acontecimentos reais que chocaram a muitos de nós, e trazendo sensatas explicações dentro dos conhecimentos espíritas sobre provas, expiações ou missões, faz do seu livro um excelente material didático digno de ser aplicado nos cursos realizados nas mais diversas Casas Espíritas. Como diz o próprio autor, não é um livro para ser lido, e, sim, para ser estudado. Outros casos explorados pela mídia são apresentados ao leitor, para que tire suas próprias conclusões. E, finalizando com uma autobiografia, avalia fatos que regeram seu próprio destino. Parabéns ao autor e à Editora EME, por reconhecer a importância dessa obra na divulgação da Doutrina Espírita.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita