ALESSANDRO VIANA
VIEIRA DE PAULA
vianapaula@uol.com.br
Itapetininga,
SP(Brasil)
Objetivos da
reencarnação
O Espiritismo
nos ensina que a
reencarnação é
uma lei divina
que visa o nosso
crescimento
espiritual
através do
próprio esforço,
na medida em que
nos permite, a
cada vida no
corpo físico,
amealhar novas
conquistas ao
patrimônio do
Espírito imortal
que somos.
Por essa razão,
Jesus orienta ao
Doutor da Lei,
Nicodemos, que é
necessário
nascer de novo
para alcançar a
vida eterna, o
reino dos céus,
que é o símbolo
da consciência
em paz pelos
deveres
retamente
cumpridos, que
nos trazem
imensa alegria
de viver a gerar
nossa plenitude
interior.
Não obstante a
crença na
reencarnação,
muitos espíritas
e simpatizantes
do Espiritismo
formulam as
seguintes
perguntas: 1) O
que nos cabe
fazer na atual
existência
física? 2) Como
saber se estamos
aproveitando, do
ponto de vista
espiritual, a
oportunidade
divina de estar
reencarnados?
Para nos ajudar
a refletir sobre
essas questões,
trago à baila
cinco pontos
importantes a
serem observados
na atual
reencarnação,
que nos ajudarão
a aproveitar com
mais intensidade
as oportunidades
de progresso
inerentes à vida
física.
Obviamente que
esses cinco
tópicos não
esgotam a
finalidade da
reencarnação,
porque
certamente
haverá outras
questões de
cunho pessoal,
íntimo,
correlacionadas
à evolução
individual de
cada Espírito,
tendo em vista
as escolhas e
ações consumadas
em vidas
passadas.
As principais
metas da
reencarnação
são:
1) Reparar
equívocos do
passado:
Sabemos que o
planeta Terra é
um mundo de
prova e
expiação. Expiar
significa
retificar os
erros.
Naturalmente,
com a
reencarnação, há
o esquecimento
do passado, de
tal sorte que,
via de regra,
não lembramos
das ações
infelizes de
outrora, mas
deveremos
enfrentar com
equilíbrio e
paciência as
situações
adversas da
atualidade, pois
muitas delas
surgem como
quadros
expiatórios.
Doenças,
mudanças
econômicas,
relacionamentos
pessoais
conturbados,
lutas na área
afetiva,
familiar e
profissional,
poderão se
apresentar como
ocorrências
expiatórias.
Graças à
misericórdia
divina estamos
tendo a
oportunidade de
quitar as nossas
pendências
espirituais, em
razão da
incidência da
lei de causa e
efeito.
Com o hábito da
oração e da
meditação,
poderemos
receber
inspirações dos
benfeitores
espirituais, nas
quais teremos
acesso às
lembranças de
vidas transatas,
que nos
explicarão o
porquê de
algumas aflições
atuais, todavia,
tais recordações
não são
imprescindíveis
para a vivência
equilibrada da
expiação.
Lembremos,
ainda, que o
amor que
praticamos em
favor do próximo
e da vida será
ponto positivo
na nossa
contabilidade
divina, a
minimizar ou
anular o erro do
passado.
Algumas
situações
expiatórias são
decorrentes de
condutas
desequilibradas
ou abusivas da
atual
reencarnação,
portanto, sempre
que possível,
após uma ação
infeliz,
procuremos
reparar o mal
causado. Não
precisamos ficar
aguardando a
incidência da
lei de ação e
reação como o
criminoso que
espera a
punição, pois a
leis divinas não
são punitivas e
visam a nossa
reeducação
espiritual.
2) Evolução
intelectual:
O Espírito
encarnado
necessita buscar
todo o
conhecimento que
está ao seu
alcance, a fim
de que possa
compreender as
leis materiais e
morais que regem
a sua vida.
Atualmente, com
as ferramentas
virtuais, como,
por exemplo, o
Google, podemos
ter acesso a
informações
úteis. Podemos e
devemos ter
noções básicas
de física,
química,
biologia,
psicologia,
matemática,
etc., para
entendermos
algumas
ocorrências
comuns da vida.
Devemos estudar
a língua
portuguesa, a
fim de aprimorar
a nossa fala e
escrita, e,
havendo tempo
disponível,
podemos iniciar
o estudo de
outras línguas.
Vamos percebendo
que a evolução
intelectual não
abrange apenas o
estudo das obras
espíritas, mas
temos que nos
enriquecer de
cultura e
conhecimentos
variados, que
nos ajudarão
nesta e em
futuras
reencarnações.
Todo
conhecimento
adquirido é
patrimônio
inalienável do
Espírito, de
forma que
levaremos as
aptidões para as
próximas
reencarnações.
Quantos não
possuem
facilidade de
aprendizado e
compreensão para
algumas áreas do
conhecimento,
certamente são
Espíritos que já
estudaram essas
matérias em
vidas
pretéritas, ao
passo que outros
revelam extrema
dificuldade de
entender alguns
assuntos, porque
nunca tiveram a
oportunidade de
estudá-los.
Como espíritas,
também devemos
ler e estudar as
obras do
Espiritismo, com
o escopo de
ampliar o nosso
entendimento
sobre as leis
divinas e
morais, a
fomentar o nosso
crescimento
espiritual.
Infelizmente,
muitos de nós
somos
preguiçosos para
a leitura e
desperdiçamos o
tempo com coisas
inúteis.
Busquemos a boa
leitura, a
conversa
edificante e os
programas de
televisão mais
educativos, o
que nos
propiciará
aprendizados
nobres a
melhorar a nossa
vida na Terra.
3)
Aprimoramento
dos sentimentos:
O sentido da
vida é a busca
do amor nas suas
expressões mais
elevadas, que
são as virtudes.
Dessa forma,
temos que
desenvolver a
paciência, a
humildade, o
perdão, a
compaixão, a
resignação, o
otimismo, a
alegria de
viver, a
caridade, etc.,
que estão
latentes em
nosso mundo
íntimo, já que
trazemos as
potencialidades
divinas em
germe, porque
somos filhos de
Deus, destinados
à plenitude.
Cabe a cada de
nós a tarefa
diária de nos
observar nas
relações
sociais,
profissionais e
familiares, a
fim de notarmos
quais as
virtudes que já
temos e que
necessitam de
reforço, e quais
ainda não
possuímos e
deveremos nos
esforçar para
desenvolvê-las.
Obviamente que
as conquistas
morais exigem
muitos mais
dedicação e
perseverança do
que as
intelectuais.
Para aprender
determinado
conceito de
matemática,
basta a leitura
e alguns
exercícios, mas
para perdoar
será necessário
muito mais tempo
e persistência,
porque lidar com
as nossas
emoções é algo
mais complexo e
profundo.
Mostra-se
impossível
adquirir todas
as virtudes numa
única vida
física, por isso
Deus criou a lei
da reencarnação,
portanto,
tenhamos
paciência (que
já é uma
virtude) para as
conquistas nessa
área, mas não
acomodemos.
Quanto maior a
nossa dedicação,
mais rápido
veremos os
resultados.
Notemos quais
são as nossas
maiores
carências e
limitações
morais,
normalmente
impulsionadas
pelo egoísmo e o
orgulho, e
busquemos
superá-las
através da
conquista da
respectiva
virtude. Por
exemplo, se
somos
irritadiços,
esforcemo-nos
para ter calma,
se ainda
gostamos de
atritos,
busquemos a
pacificação
interior, se o
egoísmo domina
as nossas ações,
reflitamos sobre
a importância da
solidariedade,...
Anote-se que as
nossas carências
morais se
mostrarão com
mais intensidade
na convivência
familiar, uma
vez que, longe
do verniz
social,
mostramos
verdadeiramente
como somos.
A última etapa
para a
consolidação de
uma virtude é
enfrentar a
denominada
“prova”, quando
vivemos
situações
extremamente
adversas e temos
que manter uma
conduta elevada.
Não basta ser
bom quando tudo
está fácil e
ninguém nos
contraria.
Provaremos que
somos Espíritos
amorosos,
pacientes,
humilde, quando
vivermos com
pessoas
difíceis,
egoístas,
mal-educadas, e,
mesmo assim,
mantivermos uma
conduta
genuinamente
cristã.
Eduquemos os
nossos
sentimentos,
para que a nossa
vida seja mais
plena e feliz.
4) Superação
de conflitos:
Em nosso estágio
evolutivo é
comum a vivência
de situações e
emoções mal
resolvidas ou
traumáticas,
fazendo surgir
os denominados
conflitos
psicológicos.
Temos alguns que
são mais comuns,
tais como, a
ansiedade
perturbadora, a
depressão, a
insegurança, o
vazio
existencial, a
síndrome de
pânico, os
medos, as
dependências
químicas, etc.
Cabe-nos a
tarefa de
identificar a
possível
existência de um
ou mais
conflitos,
oriundos desta
ou de vidas
passadas, sendo
que em casos
mais complexos,
certamente
poderemos buscar
a ajuda de
profissionais
especializados
da psicologia e
da psiquiatria.
A benfeitora
espiritual
Joanna de
Ângelis é autora
de diversos
livros de cunho
psicológico
(conhecido como
“série
psicológica”),
dentre eles
destacamos a
obra “Conflito
Existencial”,
onde ela nos
ajuda a
diagnosticar a
presença dos
conflitos e
apresenta-nos a
terapêutica à
luz do evangelho
e do
Espiritismo.
A meditação, o
autoconhecimento
e a oração nos
auxiliarão na
identificação e
na solução
desses
desconfortos
emocionais.
5) Ser útil
no meio social:
A citada
benfeitora
afirma que o
cristão deve ser
ativo na
sociedade em que
se movimenta, o
que significa
dizer que temos
que ser úteis no
meio em que
vivemos.
À medida que o
evangelho
ilumina-nos
interiormente,
sentimos
necessidade de
compartilhar o
amor com as
demais pessoas.
Esse desejo de
ser útil
impulsiona-nos a
realizar tarefas
edificantes na
rua em que
moramos, no
bairro em que
vivemos e no
meio social que
frequentamos.
Poderemos
participar de
uma associação
de moradores de
determinado
bairro, com a
finalidade de
buscar
pacificamente
melhorias para
todos
(construção de
creches,
escolas, reparos
na via pública,
...).
Temos a
possibilidade de
criar uma
Organização
Não-Governamental,
com a meta
difundir o bem,
a paz, através
de campanhas
organizadas, ou
poderemos
trabalhar
voluntariamente
nas entidades
que cuidam de
animais
desamparados, do
meio ambiente,
enfim, as
possibilidades
de cooperar com
o meio em que
vivemos é ampla
e variada, basta
a boa vontade de
sermos
verdadeiros
cristãos.
Diante de todo o
exposto, vemos
que a
reencarnação à
luz do
Espiritismo é
bendita
concessão
divina, que nos
permite o
crescimento
intelecto-moral,
a fim de que a
inteligência
guiada pelo amor
possa nos
conduzir na
direção do Pai
da Vida.
Aproveitemos o
tempo e as
oportunidades,
que também são
dádivas divinas.