A. Como nesta obra o
Autor se refere à morte?
O homem não experimenta
uma só e única vida
terrestre. A Terra é seu
berço e sua escola,
onde, evoluindo, demanda
mais altas aquisições
espirituais. A morte
nada mais é do que uma
transferência de posição
vibratória; por isso, a
vida mantém sua
interação e harmonia nas
diversas situações do
corpo físico e fora
dele, sem qualquer
solução de continuidade
ou defasagem perturbante.
(Tramas do destino,
Prefácio, págs. 12 a
14.)
B. Amor, prece, perdão,
caridade, tolerância,
confiança, fé e
esperança são apenas
virtudes ou algo mais em
nossa vida?
O amor e a prece, o
perdão e a caridade, a
tolerância e a
confiança, a fé e a
esperança não são apenas
virtudes vinculadas às
religiões passadas, mas
insubstituíveis valores
de higiene mental, de
psicoterapia, de
laborterapia,
indispensáveis à
neutralização das ondas
crescentes do ódio e da
revolta, da vingança e
da mágoa, da
intolerância e da
suspeita, da descrença e
da desesperança, que
irrompem e se instalam
no homem, avassalando a
tudo intempestivamente.
(Obra citada, Prefácio,
págs. 14 a 16.)
C. Há relação entre as
chamadas "cidades de
dor" e o desequilíbrio
que impera na superfície
do globo?
Sim. A vida humana,
assinalada pelo
desequilíbrio na
superfície do mundo,
reflete só palidamente
as realidades que
promanam das Esferas
Espirituais Inferiores,
por serem nestas que
surgem os fatores reais,
modeladores daqueles
insucessos. Nesses
labirintos de pesadelos
e horror programam-se
incontáveis desgraças,
individuais ou
coletivas, que se abatem
sobre a humanidade
encarnada.
(Obra citada, "In limine",
págs. 17 e 18.)
D. Na tecelagem dos
destinos humanos, de
onde procedem os fios
que atam as malhas?
Na tecelagem dos
destinos humanos, os
fios que atam as malhas
procedem sempre das
vidas transatas. "Nenhum
acaso existe regendo
ocorrências, nenhuma
força fortuita aparece
escolhendo a esmo",
assevera o Autor
espiritual.
(Obra citada, "In limine",
págs. 18 e 19.)
E. Que idade tinha
Artêmis ao casar e quem
era Rafael Ferguson?
Artêmis estava com 18
anos quando seu
casamento foi
concertado pela
família. Rafael Duarte
Ferguson, com 20 anos à
época, procedia de um
clã respeitável e era um
moço bem dotado.
Preferira a vida na
Capital, desde que para
ali fora, a fim de
cursar o Liceu.
Ambicioso, deixou de
lado a carreira
acadêmica – real
ambição de seu pai –
para, dois anos antes do
casamento, dar início à
carreira comercial.
(Obra citada, cap. 1,
págs. 23 a 25.)
Texto para leitura
1. Tramas do
destino - Em seu
prefácio, Manoel
Philomeno de Miranda
afirma ser muito difícil
compreender do ponto de
vista da unicidade das
existências as tramas do
destino. Uma única
existência não fornece
os dados indispensáveis
para se compreender a
justiça divina e
explicá-la. "As
conceituações da
predestinação pela
graça, das concessões
pelo ingresso no paraíso
e das punições infernais
encontram-se
ultrapassadas, mesmo no
seio de algumas das
religiões que as
prescreviam", assevera
o Autor desta obra. Por
outro lado, negar Deus e
relegar a vida ao caos,
isto não é suficiente
para explicar os porquês
inteligentes que a
todos assomam e dominam,
diante das incontáveis
aquisições do espírito
humano, aturdido em face
das inquestionáveis
provas da sobrevivência
do ser e da
comunicabilidade do
princípio intelectual
depois do túmulo. A
Parapsicologia, a
Psicobiofísica e outras
ciências experimentais
equivalentes tentam
colocar no lugar do
Espírito, com que não se
defrontam nos seus
laboratórios, sucedâneos
materialistas e
energeticistas, sem o
êxito esperado,
porquanto esses agentes
se esboroam, quando
colocados diante de
novos fatos que espocam,
incessantes. A temerária
reação contra o Espírito
vai sendo, pois, vencida
lentamente, embora
parapsicólogos e
psicobiofísicos, com
algumas exceções,
mantenham intolerantes
posições de anátema
contra a fé e asseverem
que ainda não possuem
provas concludentes,
definitivas, da
sobrevivência do
Espírito ao túmulo, nem
documentação alguma que
consiga provar a
existência da alma. A
imortalidade, contudo,
triunfa sobre os seus
negadores. Os homens
interexistentes, os
homens psi
multiplicam-se e os
fenômenos de que são
objeto impõem urgente
reconsideração nas
ideias e opiniões
preconceituosas.
(Prefácio, págs. 11 e
12)
2. A
lei de ação e reação
- As enfermidades da
mente sucedem-se,
avassaladoras, na razão
direta em que os métodos
psiquiátricos,
psicanalíticos e
psicológicos se
aprimoram, incapazes de
deter a grande avalancha
dos distônicos, dos
esquizoides, dos
neuróticos e dos
psicóticos. O homem
cético, saturado de
tecnicismo, acaba
arrojando-se na busca de
emoções fortes e
ressuscita cultos
demoníacos, missas
negras, sabats, ansioso
pelo sobrenatural e pelo
fantástico. "As orgias
de sangue, sexo e droga
-- assevera o
prefaciador -- fazem-no
recuar às origens do
primitivismo, revelando
a falência das
conquistas extrínsecas
e o malogro da ética
dissociada das
aspirações legítimas,
tornada passadista..."
É que as soluções
superficiais e
apressadas não resolvem
as questões complexas de
profundidade, atenuando
na superfície os
efeitos, sem remover,
contudo, nas causas as
legítimas raízes em que
se fixam os males
contínuos. O homem
hodierno se encontra
aturdido e somam-se a
essas inquietações as
parasitoses espirituais,
que os acadêmicos
insistem em ignorar. Nas
células espíritas,
contudo, onde vibram as
harmonias do Consolador
prometido por Jesus,
reaparece a terapêutica
do Evangelho, através de
técnicas especiais com
que se libertam
perseguidos e
perseguidores,
facultando-se-lhes a
saúde íntima e a paz.
Nas tarefas nobres da
desobsessão, dois mundos
em litígio se defrontam:
o espiritual e o físico,
de cujos painéis se pode
apreender, nas causas
reais, a lógica dos
efeitos que engendram as
tramas dos destinos. O
conhecimento da
reencarnação permite
formar o quadro
esclarecedor, para se
entenderem as
ocorrências que escapam,
aparentemente
misteriosas, muitas
vezes inexplicáveis. O
homem, com efeito, não
experimenta uma só e
única vida terrestre. A
Terra é seu berço e sua
escola, onde, evoluindo,
demanda mais altas
aquisições espirituais.
"Suas experiências
exitosas ou malsucedidas
-- afirma Philomeno --
produzem a engrenagem em
que se movimentará no
futuro". "A cada ação
corresponde uma reação
equivalente." A morte
nada mais é do que uma
transferência de posição
vibratória; por isso, a
vida mantém sua
interação e harmonia nas
diversas situações do
corpo físico e fora
dele, sem qualquer
solução de continuidade
ou defasagem perturbante.
(Prefácio, págs. 12 a
14)
3. As raízes dos
nossos mais graves
problemas -
Philomeno assevera que
muitos dos problemas
graves que a Medicina
depara a cada momento
têm suas raízes no
pretérito espiritual do
paciente. "Seus erros e
suas aquisições fazem-se
os agentes da sua paz ou
da sua perturbação",
ensina-nos o amigo
espiritual. Reencarnando
cada qual com a soma das
próprias experiências,
diferentes serão as
situações pessoais,
conforme se observa no
mundo. Vinculados a seus
desafetos do passado, os
homens padecem-lhes as
injunções e influências
maléficas. A
reencarnação é, pois, a
chave para a explicação
dos enigmas que envolvem
as auto-obsessões, as
obsessões e as
subjugações. Ao lado das
terapêuticas valiosas,
que ora vêm sendo
aplicadas nos obsessos
de vário porte,
impõem-se os recursos
valiosos e salutares da
fluidoterapia e das
contribuições
doutrinárias do
Espiritismo, que traz de
volta os insuperáveis
métodos evangélicos de
que Jesus foi o expoente
máximo na Terra. O amor
e a prece, o perdão e a
caridade, a tolerância e
a confiança, a fé e a
esperança não são apenas
virtudes vinculadas às
religiões passadas, mas
insubstituíveis valores
de higiene mental, de
psicoterapia, de
laborterapia,
indispensáveis à
neutralização das ondas
crescentes do ódio e da
revolta, da vingança e
da mágoa, da
intolerância e da
suspeita, da descrença e
da desesperança, que
irrompem e se instalam
no homem, avassalando a
tudo intempestivamente.
A Doutrina Espírita
dispõe, pois, de
valiosos tesouros para a
aquisição da felicidade
na Terra e na vida
post-mortem. Conhecê-la
e praticar-lhe os
ensinos representa uma
oportunidade ditosa para
aqueles que aspiram a
melhores dias, anelam
por paz e laboram pelo
bem. (Prefácio, págs. 14
a 16)
4. As "cidades de
dor" -
Diariamente mergulham na
roupagem carnal, com
objetivos relevantes,
Espíritos felizes que se
esquecem dos gozos que
podem fruir,
objetivando, através do
amor, alçarem às Regiões
de Ventura antigos
companheiros que
naufragaram nas
experiências da
evolução. Por outro
lado, existem em toda
parte províncias de
sombra e agonia, cujas
paisagens ermas e
doentias mais envenenam
os que ali se demoram,
graças à exteriorização
miasmática dos seus
pensamentos em
desalinho e das suas
personalidades
enfermas... Aglutinados
em magotes compactos ou
formando comunidades
infelizes, constituem
tais locais verdadeiras
"cidades de dor", onde
esses seres expungem os
gravames que os
ferreteiam, sicários uns
dos outros. Hebetados
uns, enfurecidos outros,
constituem estranho e
numeroso agrupamento que
se movimenta sem
direção, padecendo
horrores indescritíveis
ou produzindo
deploráveis dores em si
mesmos como no próximo,
a que se vinculam ou
imantam, conforme as
afinidades que os fixam,
reciprocamente, em
vigorosas sintonias
obsidentes. À vista
desses múltiplos
submundos que se
multiplicam
terrificantes, quer na
Terra, em locais
específicos, quer em
torno dela,
experimentando as mesmas
conjunturas da
gravitação a que se
prende o Planeta, o
conceito teológico sobre
o Inferno, excluído dele
o caráter de eternidade,
que não possui,
empalidece. Nessas
lôbregas sociedades
espirituais raramente
vigem a piedade e a
esperança, e seus chefes
se arrogam direitos de
justiçar, perseguindo
não apenas os que lhes
facultam o assédio após
a desencarnação, como os
homens que lhes
experimentam a
influência. Na verdade,
a vida humana,
assinalada pelo
desequilíbrio na
superfície do mundo,
reflete só palidamente
as realidades que
promanam das Esferas
Espirituais Inferiores,
por serem nestas que
surgem os fatores reais,
modeladores daqueles
insucessos. Nesses
labirintos de pesadelos
e horror programam-se
incontáveis desgraças,
individuais ou
coletivas, que se abatem
sobre a humanidade
encarnada. ("In limine",
págs. 17 e 18)
5. A
passagem pela carne é
fator primordial
- O amor vigilante de
Nosso Pai compadecido
procede, todavia,
periodicamente, a
expurgos lenificadores,
emigrações em grupo,
encaminhando legiões de
entidades infelizes à
experiência
reencarnacionista, com
vistas à melhoria deles
e à diminuição da
psicosfera que os
envenena e degenera,
perturbando a economia
moral da Terra. Com
frequência, em nome
desse amor, caravanas de
abnegados enfermeiros
espirituais e
missionários da caridade
condensam suas energias
sutis e vão até esses
labirintos de alucinação
e crime, usando a
misericórdia e a
solidariedade com que
sensibilizam os mais
feridos e agonizados,
ajudando-os a se
renovarem interiormente,
propiciando-lhes a
modificação vibratória
com que se deslocam
mentalmente dos
martírios que os
supliciam, para depois
encaminhá-los a ninhos
de repouso e campos de
refazimento, onde se
armam de forças para os
cometimentos futuros, em
que a passagem pela
carne, "esse bendito
escafandro para a
atmosfera terrestre", é
fator fundamental.
Evidentemente, trazem
eles para os círculos
carnais os sinais dos
erros, os estigmas de
que necessitam
liberar-se, bem como as
fixações da demência em
que se escondem dos
sicários, ou as matrizes
para oportunas
realizações, em
consórcio obsessivo com
que se erguerão
moralmente e poderão
também levantar para a
felicidade os antigos
asseclas, que lhes foram
vítimas um dia e agora
aparecem travestidos em
algozes impenitentes...
Na verdade, na tecelagem
dos destinos humanos, os
fios que atam as malhas
procedem sempre das
vidas transatas. "Nenhum
acaso existe regendo
ocorrências, nenhuma
força fortuita aparece
escolhendo a esmo",
assevera o Autor
espiritual. ("In limine",
págs. 18 e 19)
6. Amor e
conhecimento: essenciais
à desobsessão -
Em toda obsessão,
simples ou subjugadora,
a trama dos destinos se
situa no passado
espiritual dos
litigantes, em forma de
fatores causais. Os atos
geram efeitos. Forrar-se
de amor e conhecimento,
para ajudar com
proficiência, tal deve
ser a atitude de quem se
candidata a esse
ministério de terapia
providencial que é a
desobsessão. Na presente
obra, a história que
nela se desdobra
apresenta uma trama sui
generis, em que Artêmis
troca uma estância feliz
para auxiliar antigos
afetos ilhados no
desespero. Renunciando
por longos anos à
felicidade, a sua dita
são os difíceis sorrisos
daqueles aos quais doou
toda uma longa
existência. Obsessões
perniciosas,
enfermidades
lancinantes, dores
morais superlativas,
nada a abateu, fazendo
que mais se lhe
desatassem as fibras do
amor superior que
engastava no seu
espírito de escol, para
ajudar na redenção
difícil e vitoriosa do
clã a que se entregou.
"A vitória do amor é
semelhante à vida:
incontestável!",
assevera Manoel
Philomeno de Miranda.
"Não havendo morte, o
triunfo do amor equivale
à glória da verdade em
que se apoia como
manifestação da Divida
Paternidade." ("In
limine", págs. 20 e 21)
7. Artêmis e
Rafael - Artêmis
de Alencar Ferguson
aprendera desde cedo que
a Divindade a tudo
provê, jamais
sobrecarregando as
criaturas com
padecimentos acima de
suas forças. Por isso,
apesar da dor que se lhe
fazia mais profunda à
medida que se passavam
os anos, ela mantinha os
lábios cerrados a
qualquer queixa ou
reclamação. Nascida numa
Fazenda próspera de
pequena cidade do
interior da Bahia,
recebera dos pais,
especialmente de sua
mãe, Adelaide, as
necessárias forças para
a resistência contra o
mal. Ao lado da mãezinha
-- nobre Entidade que
lhe forjara o caráter na
fé cristã austera --,
Artêmis adquirira os
conhecimentos iniciais
da alfabetização,
logrando desenvolver as
faculdades intelectuais,
conforme a época,
cultivando as letras e
conseguindo realizar
uma bem fundamentada
conquista nos bons
livros, o que lhe
constituiria amparo
moral para os
cometimentos futuros. De
hábitos singelos, de
vida recatada e
moderada, apreciava a
vida interiorana e tinha
predileção pelas coisas
do campo. Bem dotada de
corpo, de mente e de
alma, não se sentia
abrasar pelos
desequilíbrios da
emotividade em
desdobramento na quadra
juvenil. Com seu
temperamento calmo e voz
doce, cativava, com sua
presença simpática e a
ternura natural, os
servidores domésticos e
os trabalhadores da
casa, que lhe disputavam
a amizade fraternal. Seu
casamento, quando
completou 18 anos, fora
concertado pela
família, sem qualquer
reação negativa de sua
parte. Conhecera o
futuro esposo, Rafael
Duarte Ferguson, com 20
anos à época, numa das
recepções domésticas em
que, conforme os
costumes da época, as
famílias se aproximavam
e as moças casadouras se
tornavam conhecidas.
Rafael procedia de um
clã respeitável e era um
moço bem dotado.
Preferira a vida na
Capital, desde que para
ali fora, a fim de
cursar o Liceu.
Ambicioso, deixou de
lado a carreira
acadêmica -- real
ambição de seu pai --
para, dois anos antes do
casamento, dar início à
carreira comercial.
(Cap. 1, págs. 23 a 25)
(Continua no próximo
número.)