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Joias da poesia contemporânea
Ano 5 - N° 248 - 19 de Fevereiro de 2012
 
 

Romance na vida

Alphonsus de Guimaraens

 

No campo, em que o luar engrinalda a escumilha (1),

O par freme de amor, a noite dorme e brilha.

Ele, o poeta aldeão, era humilde pastor;

Ela, a fidalga, expunha a mocidade em flor.

Ao longe da mansão, quantos beijos ao vento!…

Quantas juras de afeto à luz do firmamento!

Em certa noite, a eleita envia antigo pajem

Que entrega ao moço ansioso imprevista mensagem.

“Perdoe – a carta diz – se não lhe fui sincera

Desposarei agora o homem que me espera.

Nunca deslustrarei o nome de meus pais.

Nosso amor foi um sonho… Um sonho. Nada mais.”

Chora o moço infeliz, sem ninguém que o conforte,

Surdo à razão, anseia arrojar-se na morte.

Corre à choça de taipa. A gesto subitâneo,

Arma-se em desespero e arrasa o próprio crânio.

Foi-se o tempo… E, no Além, o menestrel suicida

Era um louco implorando um novo corpo à vida.

Um dia, a castelã, no refúgio dourado,

Morre amargando, aflita, as lições do passado.

Pendem alvos jasmins do féretro suspenso,

Filhos clamam adeus em volutas de incenso.

Largando-se, por fim, dos enfeites de prata,

Sente-se agora a dama envilecida e ingrata.

Lembra o campo de outrora e o pobre moço aldeão,

Pede para revê-lo e rogar-lhe perdão.

Encontra-o, finalmente, em vasta enfermaria,

Demente, cego e mudo em angústia sombria.

Ela suporta em pranto a culpa que a reprova,

Quer voltar para a Terra e dar-lhe vida nova.

A eterna Lei de Amor no amor se lhe revela,

Retorna ao corpo denso em aldeia singela.

Hoje, mãe a sofrer, fina-se, pouco a pouco,

Carregando no colo um filho mudo e louco…

E enquanto o enfermo espraia o olhar triste e sem brilho,

Ela vive a rogar: “Não me deixes, meu filho!…”

O romance prossegue e os momentos se vão…

Bendita seja a dor que talha a perfeição.

 
 

(1) Engrinalda significa: adorna, enfeita, alinda, atavia. Escumilha quer dizer: tecido muito fino e transparente, de lã ou de seda; gaza, gaze.


Do livro Na Era do Espírito, obra de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos Diversos.
 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita