GEBALDO JOSÉ DE
SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás
(Brasil)
Diálogos em
reuniões
mediúnicas
"Eu, porém, vos
digo que não
resistais ao
mal." Jesus –
Mt, 5:39.
O diálogo com
Espíritos, nas
reuniões
mediúnicas, deve
ser o mais
fraternal
possível.
Fraternal,
sincero,
paciente e,
sobretudo,
amoroso.
Chegam à Casa de
Jesus enfermos,
perturbados,
para serem
esclarecidos,
amparados e
pacificados por
nós, em Seu
nome.
Se revoltados e
agressivos, mais
serena deve ser
a conversa.
Nenhuma
hostilidade para
com eles. Nenhum
envolvimento
emocional e
pessoal, para
servi-los com
paciência.
Convém lembrar
que, nesses
casos, quase
sempre eles são
as vítimas de
ontem que buscam
fazer justiça
com as próprias
mãos, não
sabemos há
quanto tempo.
O ódio,
gravíssima
enfermidade que
os cega, no
dizer de amigos
espirituais
"(...) é o amor
que
enlouqueceu".
Sofreram no
passado por
ações de outros
e sofrem ainda
hoje por não
haverem
perdoado. E o
perdão será o
único lenitivo
para suas dores
e angústias
presentes.
Como conduzi-los
ao equilíbrio,
que lhes
favorecerá
perdoar àqueles
que os magoaram
— a eles que já
foram duramente
agredidos —
revidando-lhes
as agressões?
Não devemos
alimentar a
presunção de
convertê-los ao
Bem, com alguns
minutos de
conversa, por
mais amorosa
seja ela.
Se não for
possível a nós
aliviar-lhes os
males, não
devemos
agravá-los,
medindo forças
com eles,
desafiando-os,
como se
estivéssemos
numa disputa "do
Bem contra o
Mal", pois já
são enormes,
extraordinários
e quase
insuportáveis
seus
sofrimentos.
Se os tratamos
com bondade e os
acalmamos, seja
com o diálogo,
seja com a
prece, seja com
as vibrações
fraternas,
criamos
condições para
que Benfeitores
presentes à
reunião os
socorram
efetivamente.
Dispõem eles de
recursos e de
informações que
não possuímos. E
é mais ampla sua
capacidade de
amá-los e de
compreendê-los.
Nas Casas
Espíritas,
lamentavelmente
não é esta,
ainda, a conduta
adotada por
grande número de
esclarecedores
(ou
doutrinadores,
como ainda se
diz).
Já presenciamos,
constrangido,
mais de um
"doutrinador"
desafiando
Entidades
vingativas.
Estudar,
observar e
raciocinar
elimina a
ocorrência de
fatos dessa
natureza!
O estudo e o
aprendizado em
reuniões
mediúnicas,
apoiadas nas
lições de Jesus,
formarão
esclarecedores
bem orientados,
que apliquem a
máxima "amar o
próximo como a
si mesmos" e que
façam aos outros
aquilo que
buscam para si
próprios.
Embora
bem-intencionados,
nossos irmãos
estão
malformados ou
desinformados:
aprenderam com a
experiência de
espíritas de
gerações
anteriores à
série de livros
do Espírito
André Luiz,
iniciada com o
livro "Nosso
Lar", ou
simplesmente não
estudam.
Referido
benfeitor, em
"Os
Mensageiros", p.
36, afirma que
têm vindo à
Terra "Centenas
de companheiros
(...), aliando
necessidades de
resgate ao
serviço redentor
(...). Alguns
alcançaram
resultados
parciais nas
tarefas a
desenvolver, mas
a maioria tem
fracassado
ruidosamente.
(...) Raríssimos
conquistam algum
êxito nos
delicados
misteres da
mediunidade e da
doutrinação".
(Grifamos).
À página 64
desse mesmo
livro, o autor
registra o
depoimento de
Belarmino,
doutrinador
falido nessa
tarefa segundo
sua própria
afirmação,
por conhecer o
bem,
esquecendo-lhe a
prática, ou
seja, viver o
que ensinava; de
doutrinar com o
exemplo e, só
depois, com a
palavra: — “A
missão do
doutrinador é
muitíssimo grave
para qualquer
homem. (...) na
vida humana,
junto aos que
administram e
aos que
obedecem, há os
que ensinam
(...), há
mordomos,
cooperadores e
servos. Muito
especialmente,
os que
ensinam devem
ser dos últimos".
(Destacamos).
Imaginemos qual
seria nossa
atitude se
levássemos
familiar nosso,
enfermo, a um
médico e este
fosse agressivo,
grosseiro com
nosso paciente!
Qual seria,
também, a
confiança nossa
e a do próprio
paciente no
tratamento que
prescrevesse?
Certamente
nenhuma.
Conta-nos Corina
Novelino, no
livro "O Homem e
a Missão", que
Eurípedes
Barsanulfo,
“após dois anos,
quase três”,
doutrinando
Entidade
endurecida, em
certo dia
triunfou nessa
tarefa, quando o
Espírito
afirmou-lhe,
comovido: —
“Mestre, fui
vencido! Estou
vencido pelo
poder do Amor,
que jorra de sua
alma!” 9
O amor e a
paciência
produzem bons
resultados no
socorro a
Espíritos
rebeldes,
encarnados ou
não.
Jesus
recomenda-nos
não resistir ao
mal e, ainda,
oferecer-lhes a
outra face.
E diz "(...) que
haverá maior
júbilo no céu
por um pecador
que se
arrepende, do
que por noventa
e nove justos
que não
necessitam de
arrependimento".
Lc, 15:7.
Meditemos sobre
esse tema,
lendo, relendo e
estudando
especialmente as
lições de André
Luiz,
aperfeiçoando-nos
nas pequenas
tarefas a nós
confiadas pela
misericórdia do
Mestre.
Que aprendamos,
mirando nos
exemplos de suas
dores, não
alimentando a
presunção de
lhes ensinar
lições que ainda
não vivenciamos!
Servi-los com
amor,
exemplificando o
Bem, é o que nos
cabe, enquanto é
dia!
Sobretudo
para
que amanhã,
no
encontro
com
a
Verdade,
não
sejamos
surpreendidos
com
o fracasso e a falência.
E
não
nos
tornemos,
então,
necessitados de amparo e esclarecimentos amorosos... em reuniões
mediúnicas!