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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 249 - 26 de Fevereiro de 2012

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)
 

Sintonia

A ignorância, a leviandade, a invigilância, o desamor, a ausência de religiosidade fornecem largos contingentes ao país da obsessão
 

“Os Espíritos influem em nossos pensamentos e em nossos atos
a tal ponto que, de ordinário, são eles que nos dirigem.”
-      
 
“O Livro dos Espíritos” – Pergunta nº. 459

Segundo Kardec[1], a palavra “raca” era um termo desdenhoso, ofensivo, que se pronunciava cuspindo e virando para o lado a cabeça, significando esse gesto que a pessoa para a qual era dirigido não valia nada, era desprezível, era, enfim, um ser abjeto...

Mateus registrou as seguintes palavras de Jesus[2]: “(...) e qualquer que disser a seu irmão: ‘raca!’ será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: ‘Louco’ - será réu do fogo do inferno.”

“(...) Mas, em que pode uma simples palavra (raca) revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação?”

Resposta1: “É que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à Lei do Amor e da Caridade que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade; é que entretém o ódio e a animosidade; é, enfim, que, depois da humildade para com Deus, a Caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão”.

Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade, da doçura e da paciência uma lei. Consequentemente, a violência, a cólera e até toda expressão descortês nos colocam ao arrepio dessa mesma lei, produzindo dor e sofrimento.  E tal realidade ficou patenteada, certa feita, numa reunião mediúnica na qual uma Entidade sofredora compareceu dizendo: “Ri melhor quem ri por último!... Ela chasqueava de meu filho, agora é a minha vez de ir à forra!... Eu me divirto com as confusões em que ela se mete agora. Não saio mais de sua casa. Divirto-me a valer. Agora ela vai aprender a não abusar dos outros!...”.

No decorrer do diálogo entre a Entidade e o doutrinador, constatou-se que a história havia começado há mais de trinta anos quando a vítima de hoje era ainda criança e se comprazia em caçoar do filho daquela Entidade porque ele era portador de um defeito físico que o fazia mancar.   Evidentemente, o pobre aleijado queixava-se dos chistes com a sua mãe, mas o que fazer se a garota era de família abastada, de expressão social, e eles, uns pobres coitados mortos de fome!?     A mágoa foi, então, marcando aquele coração de maneira indelével e estabeleceram-se aí as raízes do desamor e do desforço.  A morte não muda o quadro, antes, o agrava...  Assim, mais de três décadas depois, aquela pobre mãe magoada e humilhada, já desencarnada, encontra na fase adulta, ainda encarnada, e mãe de três filhos, aquela criança que ridiculizava seu filho. Não é difícil imaginar o que aconteceu!... A Entidade não era necessariamente má, porém, já existindo as matrizes do ódio nos arquivos profundos da mente, os manipuladores da obsessão que conhecem todos esses registros pretéritos se valeram do fato para, depois de adequadas magnetizações, revigorar o conteúdo de ódio daquela criatura, envolvendo-as nos sufocantes laços da obsessão. A sintonia e respectiva aderência entre ambas estabeleceram-se com base nas marcas do passado, provocadas pela simples brincadeira de uma criança que caçoava de outra.

A ignorância, a leviandade, a inconsequência, a invigilância, o desamor, a ausência de religiosidade fornecem largos contingentes ao país da obsessão.

Os Espíritos maus se utilizam de todo e qualquer ponto de contato para o exercício da obsessão. É assim que aquele “barzinho” elegante que quase toda casa tem é uma ótima isca para atrair as Entidades desencarnadas comprometidas com o vício da bebida, Entidades essas que insuflam o desejo para que as criaturas se sintam tentadas a tomar aqueles aperitivozinhos sociais “inocentes” e, através dos quais, elas conseguem vampirizar as emanações alcoólicas em que se comprazem, estabelecendo, assim, fortes laços de sintonia. O mesmo processo se dá com os fumantes e com os portadores de quaisquer viciações. Os “ganchos” de sintonia são muitos, milhares, variegados...

Há que se prestar bastante atenção aos nossos hábitos e verificar se não estamos oferecendo sintonia às trevas. Por trás de cada viciado em drogas de quaisquer espécies, existe uma obsessão.  Sem exceção.  Existem organizações das trevas especializadas nas obsessões aos drogaditos. São tão organizados no tecerem as urdiduras de seus planos que as minúcias de seus artifícios causam pasmo. E pela quantidade de viciados em tóxicos que existe no mundo, imaginamos quão extensa é a rede das organizações dos inimigos da Luz.

Os modos de “encaixes” obsessivos são infinitos. Os obsessores atuam até mesmo junto às criaturas consideradas inteligentes, estimulando-lhes a vaidade intelectual.

Eis a preciosa informação do Ministro Flácus[3]: “Frustrados em suas aspirações de vaidoso domínio no domicílio celestial, homens e mulheres de todos os climas e de todas as civilizações, depois da morte, esbarram nessa região em que se prolongam as atividades terrenas e elegem o instinto de soberania sobre a Terra por única felicidade digna do impulso de conquistar. Rebelados filhos da Providência, tentam, desacreditar a grandeza divina, estimulando o poder autocrático da inteligência insubmissa e orgulhosa e buscam preservar os círculos terrestres para a dilatação indefinida do ódio, da revolta, da vaidade e da criminalidade, como se o Planeta, em sua expressão inferior, lhes fosse paraíso único, ainda não integralmente submetido a seus caprichos, em vista de permanente discórdia reinante entre eles mesmos. Fora do amor verdadeiro, a guerra será sempre o estado natural daqueles que perseveram na posição de indisciplina... Um reino espiritual dividido, atormentado, cerca a experiência humana, em todas as direções, intentando dilatar o domínio permanente da tirania e da força”.

No capítulo dois da obra citada, um outro Instrutor Espiritual, chamado Gúbio, assevera:

“Para muitas criaturas é difícil compreender a arregimentação inteligente dos Espíritos perversos. Entretanto, é lógica e natural. Se ainda nos situamos distantes da santidade, não obstante os propósitos superiores que já nos orientam, que dizer dos irmãos infelizes que se deixam prender, sem resistência, às teias da ignorância e da maldade! Não conhecem região mais elevada que a esfera carnal, a que ainda se ajustam por laços vigorosos. Enleados em forças de baixo padrão vibratório, não apreendem a beleza da vida superior e, enquanto mentalidades frágeis e enfermiças se dobram humilhadas, os gênios da impiedade lhes traçam diretrizes, enfileirando-as em comunidades extensas e dirigindo-as em bases escuras de ódio aviltante e desespero silencioso. Filhos da revolta e da treva aí se aglomeram, buscando preservar-se e escondendo-se, aos milhares, uns nos outros... 

Tais colônias perturbadoras devem ter começado com as primeiras inteligências terrestres entregues à insubmissão e à indisciplina, ante os ditames da Paternidade Celestial. A alma caída em vibrações desarmônicas, pelo abuso da liberdade que lhe foi confiada, precisa tecer os fios do reajustamento próprio, e milhões de irmãos nossos se recusam a semelhante esforço, ociosos e impenitentes, alongando o labirinto em que muitas vezes se perdem por séculos.  Inabilitados para a jornada imediata, rumo ao Céu, em virtude das paixões devastadoras que os magnetizam, arrebanham-se de conformidade com as tendências inferiores em que se afirmam, ao redor da Crosta Terrestre, de cujas emanações e vidas inferiores ainda se nutrem, qual ocorre aos próprios homens encarnados”.

Ainda na “Série André Luiz”, Alexandre[4] esclarece: “Se os nossos irmãos conseguissem de fato estabelecer sobre si mesmos os desejáveis golpes da disciplina, muito ganhariam em força contra a influenciação dos infelizes que os seguem. Entanto, lamentavelmente, são raros os que mantêm a necessária resolução, no terreno da aplicação viva da luz que recebem.

A maioria, rompido o nosso círculo magnético, organizado no curso de cada reunião, esquece as bênçãos recebidas e volta-se, novamente, para as mesmas condições deploráveis de horas antigas, subjugadas pelos vampiros renitentes e cruéis”.

Procuremos, portanto, esforçarmo-nos na manutenção de elevado nível de sintonia, procurando sustentar na vida de relação o mesmo padrão que alcançamos no transcorrer das reuniões de estudo e mediúnicas hebdomadárias em nossas Casas Espíritas, resguardando-nos no espírito da advertência de Jesus: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação!...”.


 

[1] - KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 129. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. IX, item 4.

[2] - Mt., 5:22.

[3] - XAVIER, F.C. Libertação. 7. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1978.

[4] - XAVIER, F.C. Missionários da Luz. 12. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1979, cap. IV.

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita