Allan Kardec, no capítulo
VII de seu livro “O Céu e o
Inferno”, intitulado “As
Penas Futuras Segundo o
Espiritismo”, apresenta à
humanidade o que ele chama
de código penal da vida
futura.
Nessa análise,
apresenta-nos, segundo
resumo de tudo que
apreendera da Doutrina dos
Espíritos, 33 pontos que
falam do futuro da alma
humana, como responsável
pelos seus próprios atos em
todas as épocas por ela
vividas.
Por exemplo, no 3º ponto,
diz assim: Não há uma única
imperfeição da alma que não
importe funestas e
inevitáveis consequências,
como não há uma só qualidade
boa que não seja fonte de um
gozo.
No 7º ponto, acrescenta: O
Espírito sofre pelo mal que
fez, de maneira que, sendo a
sua atenção constantemente
dirigida para as
consequências desse mal,
melhor compreende os seus
inconvenientes e trata de
corrigir-se.
Somando-se a esse
raciocínio, afirma no ponto
9º: Toda falta cometida,
todo mal realizado é uma
dívida contraída que deverá
ser paga; se o não for em
uma existência, sê-lo-á na
seguinte ou seguintes,
porque todas as existências
são solidárias entre si.
Aquele que se quita numa
existência não terá
necessidade de pagar segunda
vez.
Na coluna desta semana,
apresentaremos um fato
ocorrido na época em que
Chico Xavier, nosso querido
medianeiro do Cristo,
através de sua mediunidade
evangelizada, deixava-nos
importantes informações que
nos levariam a reflexões
profundas sobre as leis que
regem nossas vidas, conforme
a concepção espírita.
A lição pode ser encontrada
no livro “Chico Xavier,
Casos Inéditos”, de Weimar
Muniz de Oliveira, editado
pela Federação Espírita do
Estado de Goiás.
Vejamos o caso:
Como sempre ocorre em
Uberaba, nos primeiros
tempos na Comunhão Espírita
Cristã e, ultimamente, no
Grupo Espírita da Prece,
naquele dia era grande a
fila dos que pretendiam uma
palavra que fosse do famoso
médium e irmão Chico Xavier.
De repente, chegou a vez
daquela senhora que se dizia
com um problema muito sério
e que dependia da orientação
do operoso e amorável
discípulo da caridade.
Relatou ela que tinha uma
filha, moça bonita e
prendada, um primor de
criatura, ainda muito jovem.
No entanto, sua filha,
apesar de todos esses
atributos, enamorou-se de um
moço de péssima formação
moral e familiar. Possuía
ele todos os defeitos
possíveis. Era muito mau
caráter. Além de inúmeros
vícios, tinha várias
passagens pela polícia.
Tornaram-se inseparáveis os
dois. E ela, mãe e
suplicante, dizia também ao
Chico que não suportava a
presença do rapaz. Tinha
vontade que um raio partisse
a cabeça dele. Quando ele
chegava pela porta da sala,
ela saía pela porta da
cozinha.
Dizia, por fim, ao Chico que
precisava de uma palavra
dele. O que fazer? Como
proceder?
Chico ouviu-a atentamente. E
depois, quando ela fez
silêncio, informou que numa
encarnação anterior ela o
concebera, mas antes que ele
viesse à luz, abortou-o.
Depois, numa encarnação
posterior, permitiu que ele
nascesse, para abandoná-lo
em seguida.
Abandonado por ela, vivendo
no mundo ao léu, daqui para
ali, em ambientes hostis,
adquiriu ele toda espécie
possível de maus hábitos e
vícios que agora
apresentava.
E Chico terminou dizendo
àquela mulher que a bondade
do Pai estava lhe
concedendo, na atual
condição de sogra, mais uma
oportunidade de reparar os
erros do passado.