VINÍCIUS LIMA
LOUSADA
vlousada@hotmail.com
Passo Fundo, RS
(Brasil)
Medite sempre
O homem que
busca a
realização
pessoal
inevitavelmente
é impelido à
interiorização.
– Joanna de
Ângelis
[1]
Lá fora, na vida
social, ainda
vigora a
agitação e a
angústia a que
se entregam os
indivíduos
refletindo no
organismo da
sociedade a
inconstância
emocional dos
seus membros e
os conflitos
existenciais que
são portadores
inconscientes.
Na competição
entre o ser e o
ter, em que o
último tem sido
o campeão
ovacionado pela
massa, os
valores
transitórios e
as conquistas
mentirosas são,
lamentavelmente,
o fanal
perseguido pelas
criaturas
desconhecedoras
de sua natureza
espiritual.
Nesse afã,
religiões têm
sido criadas e
templos
suntuosos
erguidos para
satisfazer uma
fé perturbadora
que promove a
pseudotranscendência
porque empurram
o ser às
conquistas
transitórias a
fim de que
anestesie, de
forma alienante,
o vazio
existencial que
ultraja os seus
dias.
A experiência no
campo do
espiritual é
autêntica e
promove a
transcendência
quando tem a
“capacidade de
potenciar a
liberdade”
[2].
Propostas que
não libertam e
ao invés de
espiritualizarem
promovem
posturas
fanáticas e
propalam o
materialismo
como filosofia
subjacente, com
as suas
consequências
deploráveis.
Doutrinas
absurdas,
promessas de
curas e
vantagens
mundanas têm
sido enunciadas
ao povo simples
que a elas se
agarram por
desconhecerem os
próprios
potenciais que
os credenciariam
à libertação sem
a manipulação
dos falsos
profetas
[3],
identificados
por Jesus como
lobos
devoradores.
Diante dos
fariseus que
queriam
apedrejá-lo sob
a falsa alegação
de que ele se
dissera Deus, o
Mestre recordou
as escrituras[4]
perguntando-lhes:
Não está escrito
na vossa lei:
“Eu disse: Sois
deuses?”.
[5]
De certo modo,
esse
questionamento
de Jesus também
nos fala da
transcendência
que possuímos e
que temos o
dever de
desenvolver
saudavelmente.
Um recurso para
atender à nossa
vocação para
transcender os
limites
materiais e
socioculturais
da experiência
terrena está
presente na
meditação.
Para a meditação
se tornar um
hábito é preciso
dar-lhe início e
exercitá-la até
que se incorpore
no cotidiano
como uma prática
simples,
desataviada,
cujo foco seja a
busca de si
mesmo.
Inicialmente, a
meditação
precisa ser
breve para ser
gratificante, de
forma que o
indivíduo tenha
vontade de
prosseguir o
exercício noutro
momento.
Ao realizar a
meditação
analítica, o
praticante
concentra-se em
sua própria
natureza moral,
estudando uma
imperfeição por
vez e podendo
refletir sobre
as
possibilidades
de que dispõe
para a sua
superação, ainda
que por alguns
minutos.
A prática
continuada da
meditação educa
o pensamento,
disciplinando-o
a um foco, e,
nesses dias de
dispersão, a sua
repetição fixa o
aprendizado da
atenção plena.
De início
apresenta-se a
dificuldade de
concentração que
será superada
somente com
treinamento.
Procure respirar
calmamente e
sente-se de modo
confortável,
nada obstante,
possa meditar
caminhando.
Observe a sua
respiração por
alguns minutos.
Logo a seguir,
atenha-se ao que
lhe dizem os
seus pensamentos
e faça uma
leitura de seus
conteúdos.
Seus pensamentos
são o reflexo do
que você é, e
você é o que
nutre na alma.
Procure
identificar os
pensamentos
negativos e
inferiores com
tranquilidade.
Eleja um tipo
deles para
começar a
transformar para
melhor.
Verifique os
demais,
provavelmente
você encontrará
pensamentos
positivos,
saudáveis e de
aspirações
superiores. A
prova disso é
que você está
fazendo,
exatamente
agora, uma
leitura
edificante e
está interessado
na arte de
meditar!
Procure mudar o
teor de seus
pensamentos, mas
não esqueça que
isso se dará com
o tempo e à
custa somente de
seu próprio
esforço.
A arte de
transformar a
qualidade dos
pensamentos
pede, para que
seja efetivada,
a utilização da
energia possível
de ser
mobilizada na
prece.
No cotidiano ore
e vigie a sua
casa mental a
fim de limpar a
própria mente e
superar a sombra
interior, num
processo
paulatino e
continuado.
A prática da
meditação vai
levar você ao
equilíbrio
emocional pela
educação dos
sentimentos e
libertação de
emoções
afligentes ou
pensamentos
perturbadores.
E a paz não será
raridade em seu
mundo íntimo,
mas um estado de
espírito
conquistado como
um ensaio para a
plenitude.