CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Jesus hoje
Algumas vezes
durante minha
atual jornada
planetária
sonhei com
Jesus. Foram
sempre sonhos
lindos!
O último
aconteceu há
alguns dias, de
conteúdo
maravilhoso
quanto
simbólico. Nele,
me surgia à
visão do
espírito o cume
do monte
calvário, onde
se notava uma
multidão
turbulenta como
a que cercava há
dois mil anos o
cruzeiro do
sacrifício; e
via-se Jesus...
Um Jesus
sorridente!...
Isto. Difícil
descrever-lhe
adequadamente a
beleza indizível
das feições com
o pobre
vocabulário
terreno! A
irradiação
magnética
indescritível a
partir daquele
sorriso único!
Jesus, naquela
visão, vestido
numa túnica
branca, tocava
um instrumento
musical qualquer
e cantava! Como
se em celebração
com a curiosa
multidão em
torno. E como
que volteava
passos leves, ao
ritmo daquele
indefinível
instrumento. E,
enquanto o
fazia, dirigia a
palavra, em dada
altura, a quem
se colocava
próximo, por
detrás dele:
Judas.
Não percebia na
visão o que
Judas lhe dizia,
mas ouvi
nitidamente o
que Jesus, com o
mesmo sorriso
encantador, lhe
devolvia em
resposta:
- Você só fez
querer murar o
que vai sempre
se expandir!...
Impossível
descrever para o
leitor a
felicidade
perene refletida
no rosto do
Nazareno ao
falar assim,
olhando para seu
interlocutor
como o mais
confraterno de
seus irmãos – um
sorriso pleno,
encantador,
iluminando-lhe o
semblante ao
proferir essas
palavras, no
mínimo, dotadas
de profundo
significado!
Porque, se o que
pretendeu o
Judas histórico
ou apostólico –
não cabe aqui
esta distinção –
foi realçar a
majestade de seu
Mestre, que
queria
equivocadamente
dentro da
transitoriedade
das expressões
materiais, ou se
se deixou ele,
por fraqueza,
arrastar pela
tentação nefasta
da delação, a
fim de atender
aos interesses
do poder
religioso e
político
vigentes na
Jerusalém
daqueles tempos,
o fato é que, ao
deitar em Jesus
o beijo ímpio da
traição, mais
não mobilizava
do que tentar "murar
o que vai sempre
se expandir",
ou seja, um
esforço para se
conter o sopro
do espírito
humano, em
estado de
evolução
constante,
dentro de um
copo ou garrafa!
Para controlar;
aprisionar
aquele tipo de
poder atemporal
que não se
alcança nem se
conquista senão
com as vitórias
sucessivas do
espírito em
avanço pelas
vias das
vivências e
agruras que
atrai a si, por
imprevidência,
através da
eternidade, até
afinal fazer
irradiar de si
mesmo,
perenemente, o
brilho crescente
de sua
iluminação
interior!
Por causa deste
sonho estive
refletindo
nestes dias que
o Jesus de hoje
– leia-se o
Jesus com a
evolução
conotativa de
sua mensagem
para os povos da
atualidade,
senão tão
modificados após
dois mil anos
nas mesmas
falhas
involuídas nas
quais reincidem
em decorrência
da sua frouxa
capacidade
amorosa para com
a Vida, ao
menos, algo
transformados em
termos de
possibilidade de
compreensão
melhor de certas
coisas, por
força das
vivências e
sofrimentos
milenares
durante as suas
vidas sucessivas
– este Jesus já
poderia ser
compreendido por
muitos como um
outro! Um que
entendemos de
uma premissa
muito mais
madura e
fidedigna do que
a outorgada pela
noção sombria
dAquele que foi
flagelado
conscientemente
para redenção de
nossos pecados,
a partir do que,
no entanto, nos
tornamos
eternamente
ainda mais
endividados pela
suprema
crueldade a que
O sujeitamos a
partir do nosso
perfil bárbaro,
ostentado nos
tempos findos.
Penso num Jesus
definitivamente
descido do
madeiro e
eternamente
redivivo – como,
aliás, já o era,
anteriormente à
sua passagem
luminescente no
obscuro chão
planetário de há
dois milênios!
Um Jesus que,
como o da bela
gravura exibida
neste texto, nos
fala a partir de
nossa liberdade
plena aliada a
um luminoso
potencial
criativo,
infinito e
inerente a cada
um, destinado a
embelezar e a
enriquecer
sobremaneira a
vida na Terra
pelos caminhos
da eternidade!
Há alguns dias
assistia na TV a
uma entrevista
interessantíssima
com líder
empresarial
bem-sucedido na
área humana e de
motivação de
pessoal,
palestrante
aclamado no país
e no exterior.
Fazia ênfase
durante o
programa na
importância da
estratégia do
elogio,
afiançando, com
base na vasta
trajetória de
experiências que
comprovaram suas
teses:
– O indivíduo
tende a
reincidir, no
seu
comportamento,
naquilo que
pelos outros é o
mais realçado.
Se você só
aponta no
funcionário as
suas eventuais
falhas, o
empurrará para
uma crise de
autoestima que o
condicionará de
maneira
negativa. Se
nunca se
enfatiza os
acertos e só se
repreende os
erros, o ser
humano tenderá a
refletir como
num espelho esta
imagem de si
mesmo,
repetindo-os, e
esta referência
externa
equivocada o
lançará em
sérias
dificuldades
para identificar
suas
potencialidades
e agir com base
nelas,
realizando-as
efetivamente na
produtividade
ideal!
Dizia, mais ou
menos nestes
termos, mas a
ideia não
poderia ser mais
cristalina,
comprobatória em
seus próprios
fundamentos.
Afinal, todo
profissional de
educação bem
formado sabe que
no processo
educativo de uma
criança é
imprescindível o
elogio, o realce
das qualidades
em estado
ostensivo ou
latente..., sob
o risco de, em
se fazendo peso
exclusivo
somente nos
enganos e
equívocos de
comportamento,
arruinar-se a
segurança e a
autoconfiança do
adulto de
amanhã, onde se
verá em sérias
dificuldades de
socialização e
de participação
na construção de
um mundo melhor,
tanto para si
mesmo, quanto
para os demais
seres.
Pois é neste
sentido que
entendo ser
urgente um Jesus
de hoje, que sem
sombras de
dúvidas seria um
Jesus
sorridente! Que
adentraria o
recinto sagrado
de nossos lares
para conversar
sem afetação
sobre
dificuldades
contemporâneas,
individuais ou
coletivas, do
nosso âmbito
privativo ou
social, mas,
sobretudo,
apontando com
incomparável
autoridade
espiritual
nossos recursos
íntimos de
superação;
nossas
potencialidades
e valores
insuspeitados
para a resolução
a contento de
todos os
problemas, do
aparentemente
mais
insignificante
relacionado ao
nosso cotidiano,
até ao mais
importante,
envolvendo os
conflitos entre
as nações!
Um tal Jesus –
diga-se, mais
fidedigno a si
mesmo! – nos
diria de forma
contextualizada
para a
modernidade e em
termos adequados
para o nosso,
agora que somos
feitos, sim, "à
imagem e
semelhança de
Deus", pois
que dotados
daquela Luz que
tende a se
expandir,
equanimente,
em cada qual em
jornada pelo
mundo, no tempo
certo para cada
indivíduo!
Paz na Terra aos
homens de boa
vontade!
Vontade!
Eis aí, talvez,
a nossa
palavra-chave!
Porque sem esta
vontade
alinhada aos
objetivos
maiores e mais
sublimes da
Vida, reflexo
certo da
Vontade do
Criador, do qual
somos sem sombra
de dúvidas
pequeninas
subestações,
demorará muito a
chegarmos às
melhores
realizações de
potencialidades
em germe, das
quais somos
dotados!
Um Jesus que nos
ensinaria
definitivamente
a deixar para
trás a
inutilidade das
reminiscências
do madeiro
martirológico e
respectivas
culpas eternas,
que de fato não
existem, a
partir de cada
momento
individual de
reformulação
própria!
Um Jesus
interessado,
antes, em nos
auxiliar na
prática da
ressurreição
diária a partir
de nós mesmos;
nas descobertas
de luz e de
qualidades
íntimas!
Um Jesus que
canta e sorri.
Um Jesus que
dança. Um Jesus
feliz!
Pois que Jesus é
feliz! E sabe
que o nosso
destino repousa
em idêntica
felicidade!