FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, RJ
(Brasil)
A obsessão
Allan Kardec nos
esclarece em O
Livro dos
Médiuns,
capítulo XXIII,
que a obsessão é
um dos maiores
escolhos da
mediunidade, e
também um dos
mais frequentes.
Por isso mesmo,
todos os
esforços que
empreguemos para
combatê-la não
serão
absolutamente
suficientes,
porquanto, além
dos
inconvenientes
pessoais que
acarreta, é um
obstáculo
absoluto à
bondade e à
veracidade das
comunicações, e,
por isso, requer
que o médium
esteja em
constante estado
de alerta,
estudando
sempre, vigiando
e orando, para
que não seja
vítima da
influência dos
Espíritos
ignorantes.
A obsessão, em
qualquer grau, é
sempre um efeito
de
constrangimento
e não procede
jamais de um Bom
Espírito, por
isso é que toda
comunicação dada
por um médium
obsidiado é de
origem suspeita
e nenhuma
confiança
merece. Se nelas
alguma coisa de
bom se
encontrar, os
Espíritos
superiores
aconselham-nos a
guardar a parte
boa e rejeitar
tudo o que venha
a nos causar
dúvida.
O Codificador da
Doutrina
Espírita,
instruído pelos
imortais do
mundo maior, nos
esclarece acerca
do benefício
incalculável de
trabalhar nas
atividades
mediúnicas, pois
nos afirmam ser
a mediunidade
uma bênção para
nós médiuns e
uma ferramenta
valiosa no
processo de
transformação
moral, para o
necessário e
inadiável
burilamento do
nosso Espírito
em busca da tão
sonhada
felicidade,
representada
pela perfeição a
que estamos
todos
destinados.
O Espiritismo,
veio por seu
turno, trazer a
todos nós o
resultado dos
estudos e
pesquisas,
levados a efeito
pelo seu insigne
codificador, com
o objetivo de
nos fornecer o
necessário
conhecimento que
precisamos ter
para que melhor
possamos
observar os
diversos
sintomas que
caracterizam a
obsessão, e
evitá-los, com o
devido cuidado
que deveremos
ter de respeitar
as Leis Divinas
das quais a
mediunidade é
parte
integrante, e
que abaixo estão
relacionados:
1ª Persistência
de um Espírito
em se comunicar,
bom ou mau
grado, pela
escrita, pela
audição, pela
tiptologia etc.,
opondo-se a que
outros Espíritos
o façam;
2ª Ilusão que,
não obstante a
inteligência do
médium, o impede
de reconhecer a
falsidade e o
ridículo das
comunicações que
recebe;
3ª Crença na
infalibilidade e
na identidade
absoluta dos
Espíritos que se
comunicam e que,
sob nomes
respeitáveis e
venerados, dizem
coisas falsas ou
absurdas;
4ª Confiança do
médium nos
elogios que lhe
dispensam os
Espíritos que
por ele se
comunicam;
5ª Disposição
para se afastar
das pessoas que
podem emitir
opiniões
aproveitáveis;
6ª Tomar a mal a
crítica das
comunicações que
recebe;
7ª Necessidade
incessante e
inoportuna de
escrever;
8ª
Constrangimento
físico qualquer,
dominando-lhe a
vontade e
forçando-o a
agir ou falar a
seu mau grado;
9ª Rumores e
desordens
persistentes ao
redor do médium,
sendo ele de
tudo a causa, ou
o objeto.
Algumas pessoas,
não tão bem
esclarecidas
pelos
conhecimentos
que só a
Doutrina
Espírita nos
pode
proporcionar
sobre esse tipo
de assunto,
chegam até mesmo
a admitir que
diante do risco
que representa a
obsessão é
perigoso ser
médium; afirmam
até que é a
faculdade
mediúnica que a
provoca, e que
por isso mesmo
as comunicações
espíritas são
inconvenientes e
trazem
transtornos
sérios aos
médiuns, em
vista disso, não
gostariam em
absoluto de
exercer as
atividades
próprias da
mediunidade.
Simples e fácil
é a resposta
para esse
indivíduo que
assim pensa a
respeito do
assunto, e, ao
nos propormos a
responder,
pedimos apenas
para que meditem
cuidadosamente
nos ensinos que
os Espíritos
Superiores nos
deram a respeito
deste tema na
Codificação do
Espiritismo,
mais
precisamente em
O Livro dos
Médiuns, e que
passamos a
descrever.
Chamam-nos à
atenção, para o
fato de que “não
foram os
médiuns, nem os
espíritas que
criaram os
Espíritos; ao
contrário,
foram os
Espíritos que
fizeram com que
houvesse
espíritas e
médiuns.
Não sendo os
Espíritos mais
do que as almas
dos homens, é
claro que há
Espíritos desde
quando há
homens; por
conseguinte,
desde todos os
tempos eles
exerceram
influência
salutar ou
perniciosa sobre
a Humanidade.
A faculdade
mediúnica não
lhes é mais que
um meio de se
manifestarem. Em
falta dessa
faculdade,
fazem-no por mil
outras maneiras,
mais ou menos
ocultas. Seria,
pois, erro
crer-se que só
por meio das
comunicações
escritas ou
verbais exercem
os Espíritos sua
influência.
Esta influência
é de todos os
instantes e
mesmo os que não
se ocupam com os
Espíritos, ou
até não creem
neles, estão
expostos a
sofrê-la, como
os outros e
mesmo mais do
que os outros,
porque não têm
com que a
contrabalancem.
A mediunidade é,
para o Espírito,
um meio de se
fazer conhecido.
Se ele é mau,
sempre se trai,
por mais
hipócrita que
seja. Pode,
pois, dizer-se
que a
mediunidade
permite se veja
o inimigo face a
face, se assim
nos podemos
exprimir, e
combatê-lo com
suas próprias
armas. Sem essa
faculdade, ele
age na sombra e,
tendo a seu
favor a
invisibilidade,
pode fazer e faz
realmente muito
mal. A quantos
atos não é o
homem impelido,
para desgraça
sua, e que teria
evitado se
dispusesse de um
meio de
esclarecer-se!
Os incrédulos
não imaginam
enunciar uma
verdade, quando
dizem de um
homem que se
transvia
obstinadamente:
"É o seu mau
gênio que o
impele à própria
perda".
Assim, o
conhecimento do
Espiritismo,
longe de
facilitar o
predomínio dos
maus Espíritos,
há de ter como
resultado, em
tempo mais ou
menos próximo, e
quando se achar
propagado,
destruir esse
predomínio,
dando a cada um
os meios de se
pôr em guarda
contra as
sugestões deles.
Aquele então que
sucumbir só de
si terá que se
queixar”.
(grifamos)
Regra geral:
quem quer que
receba más
comunicações
espíritas,
escritas ou
verbais, está
sob má
influência; essa
influência se
exerce sobre
ele, quer
escreva, quer
não, isto é,
seja ou não seja
médium, creia ou
não creia. A
escrita faculta
um meio de ser
apreciada a
natureza dos
Espíritos que
sobre ele atuam
e de serem
combatidos, se
forem maus, o
que se consegue
com mais êxito
quando se chega
a conhecer os
motivos da ação
que desenvolvem.
Se bastante cego
é ele para o não
compreender,
podem outros
abrir-lhe os
olhos.
Em resumo:
o perigo
não está no
Espiritismo, em
si mesmo, pois
que este pode,
ao contrário,
servir-nos de
governo e
preservar-nos do
risco que
corremos
incessantemente,
à revelia nossa.
O perigo está na
orgulhosa
propensão de
certos médiuns
para, muito
levianamente, se
julgarem
instrumentos
exclusivos de
Espíritos
superiores e
nessa espécie de
fascinação que
lhes não permite
compreender as
tolices de que
são intérpretes.
Mesmo os que não
são médiuns
podem deixar-se
apanhar. Façamos
uma comparação.
Um homem tem um
inimigo secreto,
a quem não
conhece e que
contra ele
espalha
sub-repticiamente
a calúnia e tudo
o que a mais
negra maldade
possa inventar.
O infeliz vê a
sua fortuna
perder-se,
afastarem-se
seus amigos,
perturbada a sua
ventura íntima.
Não podendo
descobrir a mão
que o fere,
impossibilitado
se acha de
defender-se e
sucumbe. Mas, um
belo dia, esse
inimigo oculto
lhe escreve e se
trai, não
obstante todos
os ardis de que
se vale. Eis
descoberto o
perseguidor do
pobre homem, que
desde então pode
confundi-lo e se
reabilitar. Tal
o papel dos maus
Espíritos, que o
Espiritismo nos
proporciona a
possibilidade de
conhecer e
desmascarar.
O verdadeiro
espírita vê na
mediunidade, uma
oportunidade
inigualável de
exercer a
prática da
verdadeira
caridade para
com seu
semelhante, pois
entende que a
comunicabilidade
dos Espíritos
que ora se
encontram no
plano
espiritual,
conosco, é
absolutamente
normal, e só não
aceita quem não
teve a sublime
oportunidade de
conhecer pela
infinita bondade
do Pai criador
essa bendita,
esclarecedora e
consoladora
Doutrina
Espírita.
Fonte de
consulta: O
Livro dos
Médiuns, cap.
XXIII.