Sempre
coração
Maria Dolores
Para exaltar a glória da
bondade,
Não digas, alma irmã,
que nada tens.
De gota a gota, o mar se
consolida
E, migalha em migalha, a
grandeza da vida
É um mar excelso de
infinitos bens.
Caridade recordar a
natureza
Que na bênção de Deus se
concebe e aglutina,
Revelando no todo,
Da cúpula do Céu às
entranhas do Lodo,
Que a presença do amor é
sempre luz divina.
A bolsa generosa em
socorro fraterno
Lembra o Sol a servir,
tanto quanto fulgura,
Mas o vintém doado em
auxílio a quem chora
É o copo de água pura à
sede que devora,
A solidariedade em forma
de ternura.
A fortuna em serviço é a
usina poderosa
Da civilização na força
que lhe empresta,
Garantindo o progresso,
a cultura e a beleza,
Mas da espiga singela é
que o pão vem à mesa
E da semente humilde é
que nasce a floresta.
O prato, o cobertor, a
roupa restaurada,
Um traço de carinho em
amparo de alguém
Pode ser, alma irmã, o
complemento justo,
Para que se nos faça o
regresso sem custo
Ao campo de trabalho e a
integração no bem.
Nunca fales “não tenho”
e nem digas “não posso”,
Traze louvor do bem o
braço amigo e irmão,
Um sorriso a quem passa
ao vento e ao desalinho,
Flor de esperança às
pedras do caminho,
Que a caridade, em tudo,
é sempre coração.
Do livro Antologia da
Espiritualidade,
obra de Maria Dolores,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.
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