Os Espíritos pululam em
torno de nós, afirma a
Doutrina que abraçamos.
Mesmo tendo hoje essa
consciência, para nossa
visão física
–
quando não somos médiuns
videntes – só vemos o que é
palpável.
Sabemos que eles estão em
torno de nós, mas não temos
ideia da dimensão em que
isso ocorre. Os Espíritos
Superiores chegam a afirmar
que a vida espiritual é tão
intensa, em torno de nossos
passos, que a influência
dessas entidades invisíveis
sobre nossas vidas é muito
maior do que imaginamos.
(Veja sobre o assunto: O
Livro dos Espíritos, questão
459.)
Quando se passa um minuto ao
lado do médium Chico Xavier,
essa outra realidade
torna-se presente, real... E
nossa fé na vida eterna vai
sendo alimentada.
Vejam este caso narrado no
livro “Chico Xavier, Mandato
de Amor”, editado pela União
Espírita Mineira.
Arnaldo Rocha conta que
levaram Chico para visitar
Angra dos Reis e lugares
adjacentes. Num desses
passeios, uma igreja muito
antiga chamou-lhes a atenção
e resolveram visitá-la.
Ouçamos a narrativa:
Tão logo adentramos a
igreja, percebemos em nosso
querido companheiro
expressões nossas muito
conhecidas. Seus passos
tornaram-se lentos, de
aspecto introvertido. De
quando em quando, pequeninos
movimentos labiais e
manuais, quase
imperceptíveis,
apresentavam-se. Pedi ao
Ennio que o deixasse
caminhar só. Assim,
percorremos todo o interior
do lugar...
Uma senhora simples cuidava
da limpeza de enorme e belo
móvel, todo trabalhado em
relevos. Chico pôs-se a
conversar com a mulher, que
era comunicativa, bem
falante e informada sobre
tudo.
- Ah, meu bom senhor, o
Padre Bulcão era um santo!
Era pai de todos nós! Quando
morreu, houve o enterro mais
bonito de toda a redondeza.
Veio gente de toda parte.
Ele está no céu, olhando por
nós, os seus filhos!
Já a caminho de Angra,
Chico, todo feliz, deu-nos
notícias de suas
observações:
- Que bom e santo espírito é
o Padre Bulcão! Acolheu-nos
fraternalmente à porta do
templo e acompanhou-nos
durante toda a nossa visita!
Havia muitos Espíritos ali
presentes. Gente simples,
humilde, alguns escravos...
Uns, conscientes, sob a
orientação do Padre Bulcão,
ministravam auxílio e
amparo. Porém, muitos
estavam completamente
inconscientes de seu estado
espiritual. Mães e esposas
ajudando seus entes
queridos!... Um senhor
reclamava, de forma
desagradável, ao bom irmão
Bulcão, do esquecimento a
que lhe relegaram seus
parentes... E ao
conduzir-nos à saída,
agradeceu a visita e nossas
preces, rogando a Deus que
sempre nos ampare!
E enxugando as lágrimas,
continuou:
- Há muitos anos não ia a
uma igreja! Um lugar assim
representa uma verdadeira
colmeia de trabalho cristão.