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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 5 - N° 251 - 11 de Março de 2012

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

Tramas do Destino

Manoel Philomeno de Miranda 

(Parte 5)

Damos continuidade ao estudo do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. A terapêutica em casos como o de Lisandra deve iniciar-se de que forma?  

Ela deve iniciar-se sempre pela conscientização do paciente, reeducando-se-lhe a vontade, disciplinando-o e motivando-o à aquisição de ideias nobres, me­diante o exercício de leituras salutares, diálogos oti­mistas e positi­vos, oração e reflexões nobres, passando-se à fluidoterapia ou realizando-a simultaneamente, pelo processo dos passes, da água fluidificada, utilizando-se a laborterapia e, em casos mais graves, os específicos da técnica psiquiátrica. (Tramas do Destino, cap. 7, págs. 64 e 65.)

B. Qual é o maior inimigo do paciente auto-obsidiado? 

O maior inimigo do paciente auto-obsidiado é a sua consciência de culpa, de que não se esforça, realmente, por libertar-se, conseguindo merecimentos pelo uso bem dirigido da força que empreende para a regularização de erros pungentes. (Obra citada, cap. 7, págs. 66 e 67.) 

C. O que é mais nefasto: as doenças do corpo ou as doenças morais? 

As doenças morais são mais nefastas, porque decompõem o homem de dentro para fora, ao inverso das outras, de ordem física.  (Obra citada, cap. 8, págs. 71 a 73.)

D. Que idade tinha Lisandra quando foi acometida da hanseníase?  

Lisandra apareceu com os alarmantes sinais da hanseníase quando contava 22 anos. (Obra citada, cap. 9, págs. 77 a 79.) 

Texto para leitura 

28. O maior inimigo do auto-obsidiado - No tratamento da obsessão, não há dúvidas quanto aos promissores e relevantes resultados que se obtêm através da renovação íntima do en­fermo, da radical mudança dos velhos hábitos para as realizações edifi­cantes, e os exercícios da caridade ao próximo, que, em última análise, representam caridade para consigo pró­prio. O conhecimento da reencarna­ção, fora dos núcleos espíritas, vai lentamente propondo mudanças auspi­ciosas na forma de encarar um sem-número de ocorrências, sugerindo práticas não ortodoxas diante de enfer­mos e perante enfermidades tidas como verdadeiros flagelos sociais que ainda prosseguem como tais. Não está  longe o dia em que as "ciências da mente" recorrerão ao Espiri­tismo, verdadeira "ciência da alma e da vida", para beberem na sua fonte os informes que lhes faltam, de cujos resultados se felicitará  a Humani­dade, colocando-se definitivamente a luminosa ponte que ligará  a Ciência à Religião, originando-se daí uma nobre filosofia de vida para o ser humano, que, então, se sentirá  mais feliz e mais irmão do seu próximo, conforme a previsão estatuída nos ensinos evangélicos. Lisandra, auto-obsidiada pelas evocações inconscientes, anulava os esforços do médico e dos fami­liares, por enjaular-se na obs­tinação cega de ser e permanecer inditosa. Todo problema deve constituir um repto ao valor moral do homem, a fim de ser solucionado. Submeter-se passivamente a qualquer conjuntura de dor, ignorância e sombra resulta de tácita covardia moral ante a luta, na qual todos devem investir es­forços para superar as dificuldades e ins­taurar triunfos que produzem seres ditosos. O maior inimigo do paciente auto-obsidiado é a sua cons­ciência de culpa, de que não se esforça, re­almente, por libertar-se, conseguindo merecimentos pelo uso bem dirigido da força que empreende para a regularização de erros pungentes. No capí­tulo das auto-obsessões aparece vasta gama de alienados, egoístas, nar­cisistas, hipocondríacos, exibicionistas etc., em cuja gênese da enfer­midade se fixam complexas matrizes para a fascinação e a subjugação, que procedem dos Espíritos infelizes que lhes são afins ou se lhes vinculam por processos cármicos redentores. A psicoterapia do Evangelho é, porém, em toda e qualquer in­junção, o mais eficaz medicamento para a alma e, consequentemente, para a vida. (Cap. 7, págs. 66 e 67).  

29. Progressos no tratamento dos hansenianos - No Hospital, Rafael fez-se mais arredio e completa­mente antissocial, mesmo entre os que lhe compar­tiam a enfermidade, pelo impositivo coletivo dos resgates imperiosos. Apesar da gentileza e da assistência fraternal recebida do enfermeiro Cândido, ele entregou-se a crua melancolia e a funda revolta. Tudo quanto se encontrava em poten­cial nos recessos do ser – que trazia em germe as pesadas cargas da animosidade e da acrimônia – contribuiu para que se consumisse na com­bustão da prova, por ele recebida com rebeldia superlativa. Rafael es­tava longe do espírito de resignação e humildade. Ânimo exacerbado, quase violento, fez-se elemento pernicioso no Hospi­tal, implicando com médicos, enfermeiros e funcionários. Como não conse­guisse ocultar a má­goa da vida, gerou um clima de hostilidade contra ele próprio. Nem Cân­dido, que era amado pelos demais enfermos e o atendia com devotamento de irmão leal, não logrou modificar-lhe as disposições íntimas. Alegre, sem cultivar a balbúrdia, o enfermeiro era bondoso sem alarde e trabal­hava por todos por espontâneo interesse, sem receber quaisquer estipên­dios, além dos parcos vencimentos com que provia, com nobreza, a subsis­tência própria e a de seus familiares. Pai extremoso, era conhecida a sua compostura moral, tornando-se homem de conduta pa­drão no lar e na rua, exemplo de discreto e humilde cultor dos caracte­res do verdadeiro homem de bem. Naquele tempo fora descoberta e ini­ciava-se uma nova te­rapêutica à base das sulfonas, que se apresentavam como um filão de es­peranças para os hansenianos. Rafael, contudo, rece­beu tais notícias com sarcasmo e mordacidade infelizes, no seu habitual estado de rancor pela vida. Ao mesmo tempo, a técnica, a serviço da saúde, transformava os velhos Hospitais em Colônias alegres, onde se po­diam formar grupos e co­munidades equilibrados, seguindo-se no Brasil ex­periências realizadas com êxito em outros países. Assim, os pacientes do Lazareto foram trans­feridos de local, desfrutando todos de uma ampla área verde e urbani­zada, onde recomeçariam o ciclo da vida ao ritmo da esperança nova, com possibilidades de egressão. Já  se assinalavam, as­sim, as primeiras li­cenças e as liberações dos pacientes que se tornaram "não contagiantes", permitindo-se seu retorno ao convívio social. Claro que muitos eram re­chaçados e volviam à Colônia, deprimidos, enquanto ou­tros, menos mutila­dos, que podiam ocultar o mal, se reintegravam à so­ciedade. (Cap. 8, págs. 69 a 71) 

30. A doença segue o seu curso - Agrilhoado pela lepra mista, isto é, a nervosa e a tuberosa, Rafael não fruía a ventura de pelo menos amainar a morfeia, já  que se lhe afigurava impossível debelá-la. Ignorava e tei­mava por ignorar o valor da contribuição pessoal, através do cultivo das forças superiores pelo pensamento edificado no bem, suscetíveis de rea­tivar as energias físicas e mentais, como se adquirem créditos, graças à submis­são resignada com que se minoram os gravames sofridos e se reorga­nizam os mapeamentos do determinismo espiritual, modificando-se,  não raro, os quadros patológicos, as linhas do destino, as diretrizes da vida. As­pirando as vibrações inferiores e mefíticas que dele mesmo emanavam, mais sucumbia com o corpo em deformação e a alma mutilada, en­carcerada na concha do orgulho ferido. Suas alegrias eram a correspon­dência do lar, na qual a esposa e os familiares ocultavam as agonias so­fridas, apresentando-lhe um quadro irreal de ventura que, em verdade, não exis­tia. Era esta uma forma de animá-lo, fortalecendo-o para a espe­rança que ele se negava. Suas missivas eram, por outro lado, sombreadas por pers­pectivas negras, carregadas de fel. Desde o princípio proibira, termi­nantemente, a família de visitá-lo, o que seria uma terrível ofensa para ele. Desejava ser recordado conforme vivera em casa, não como um pária, um réprobo assinalado pelas deformações que lhe afeavam a aparên­cia e o corpo. A vaidade fútil e vã permanecia nele mais terrível e odienta do que a doença em si. As doenças morais são mais nefastas, por­que de­compõem o homem de dentro para fora, ao inverso das outras, de or­dem fí­sica. Foi nessa época que Cândido lhe confidenciou ser espírita, escla­recendo-o, em contínuas conversações, quanto aos postulados cen­trais da Doutrina codificada por Kardec e insistindo no tema e ensino das leis de causa e efeito, fatores centrais e causais para as reencar­nações, por cujo meca­nismo se podem explicar todos os problemas humanos e sociais vigentes na Terra. Rafael o ouvia com respeito e admiração, mas, fixando-se nas ideias negativistas de sempre, acabou tornando-se fácil joguete de seus inimigos desencarnados que o espreitavam e perse­guiam, estabelecendo-se nele dolorosa parasitose obsessiva que o apo­quentava, induzindo-o a uma posição odienta entre todos, a um passo da loucura total. (Cap. 8, págs. 71 a 73) 

31. Objetivo das vicissitudes da vida - Sofrendo a compulsão expiatória a que se submetiam, a família e Rafael reconquistavam pela dor os recursos que a insânia os fizera malbaratar, com as decorrentes complexidades que se expressaram na perversidade e exploração que impuseram aos que lhes de­veriam compartir os bens. A carga de culpas agora os alcançava como medida salvadora com que se enriqueceriam de bens morais para as provas futuras. Era natural, pois, que transitassem entre desassossegos, na ex­pectativa de novas e desesperadoras surpresas. Kardec tece os seguintes comentários à questão no 399 d' O Livro dos Espíritos: "As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro. Depuram-nos e elevam-nos, se as suportamos resignados e sem murmurar". Muitas vezes o Espírito conserva a intuição das expiações a que deve submeter-se, vivendo à espera da ocorrência saneadora, o que já constitui um sofrimento. Quando em estado de sono, parcialmente lúcido, inteira-se do que lhe cabe ressarcir e anela mesmo pelos meios com que se pode liberar da constrição do re­morso, ante a percepção dos gozos e venturas que o aguardam, cessada a pena. Noutros casos, roga que lhe antecipem a regulari­zação das dívidas e a chegada dos sofrimentos, prometendo-se coragem e valor ante os su­cessos dolorosos. Nesses momentos de maior sintonia com a responsabili­dade, seu anjo guardião lhe transmite altas dosagens de emulação e vita­lidade para não deperecer, sustentando pelos poderosos fios do pensa­mento um vigoroso intercâmbio com as nascentes superiores da vida. Era o caso de Artêmis e Hermelinda, que, por procederem de es­tirpe espiritual elevada, dispunham de mais amplas possibilidades e fruíam, assim, de maior dosagem de forças morais para sustentar-se nas aspérrimas conjun­turas que as alcançavam. (Cap. 9, págs. 75 e 76) 

32. Lisandra é também hanseniana - D. Adelaide, mãe de Artêmis, reinte­grara, ao desen­carnar, as hostes a que se vinculava antes da reencarna­ção, podendo auxiliar, assim, as sofridas mulheres. Era ela uma espécie de anjo tute­lar, instando pela ascensão dos entes queridos ainda imanta­dos à reta­guarda. Em sua última existência carnal, vivendo entre a gente simples do interior, descobrira excelente campo de trabalho em que materiali­zara, pela vivência, as virtudes da fé e da caridade, tornando-se verda­deira mãe espiritual de homens, mulheres, crianças e velhinhos desvali­dos, para os quais as arcas do seu amor estavam sempre abertas de par em par. Sob sua inspiração, a fraternidade, na Fazenda, substituíra a arro­gância e o preconceito decorrentes das diferenças econômicas; a fé reli­giosa, espontânea e simples aquecera os corações; o trabalho enflores­cera as almas. Conseguira, assim, imprimir na família o respeito ao próximo, fosse qual fosse a sua posição, transmitindo aos filhos, além do exemplo vivo, as virtudes do coração de que Artêmis se fizera ates­tado inequívoco. Hermelinda se lhe vinculava afetivamente por vida pre­cedente, havendo nela os "plugs" da emotividade e da sintonia per­feita com que lhe recebia a inspiração. Diferentes eram os casos de Li­sandra, Gilberto e Rafael, que, emaranhados entre si pela trama dos su­cessivos amores e desventuras que perpetraram e em que se mancomunaram, possuíam menos resistências morais, enovelados na expiação educadora, que a pouco e pouco os adestrava para cometimentos mais relevantes. Oito longos anos se haviam passado, quando Lisandra – cujo quadro psíquico apresentava sensível e contínuo agravamento – apareceu com os alarman­tes sinais da hanseníase. Contava então 22 anos. A jovem não era porta­dora de beleza física ou de magnetismo pessoal expressivo; ao contrário, dela emanavam – como resultado de seus deslizes espirituais do passado – vibrações desconcertantes que desagradavam quantos lhe privassem da convivência. Arredia, pouco loquaz, tornara-se tímida e não fruíra das alegrias da mocidade, recolhida aos muros da desolação em que refundia a vida. Não poderia, pois, ser maior o drama que a notícia produziu em Artêmis, que não se esquecera da ameaça de suicídio feita por Rafael, se um dia viesse a descobrir o infortúnio da filha ou de outro da casa por sua su­posta culpa. (Cap. 9, págs. 77 a 79) 

33. Lisandra é tratada em casa - O médico, Dr. Armando Passos, que acompanhava a dolorosa via crucis da família, sa­bendo da ameaça de Rafael, disse a Artêmis que o enfermo, que ele conhe­cia de perto, era capaz de cumprir, de fato, a ameaça. Era preciso ter, portanto, muito cuidado. "Transferir Lisandra para outra cidade"  – considerou Artêmis – "será  condenar-me à morte. Só a divina providência nos sustenta neste demorado transe, e não sei quanto aguentarei." "E ela, cuja saúde mental não é das melhores, como suportar  sem sucumbir na loucura total, longe da nossa vigília e paciência?" O médico ficou sinceramente condoído ante as vicissitudes da família. Superados os dias das ambições e vencidos os trâmites das humanas vaidades, ele refundira os conceitos sobre a vida e tornara-se, verdadeiramente, um sacerdote da saúde, não mais um profis­sional mecânico junto aos pacientes. A vida lhe trouxera regular cópia de decepções e o sobrecarregara com necessários e ingentes infortú­nios, como são chamadas as provações pelos homens, quando um dos filhos fora vítima de terrível acidente automobilístico do qual saíra paralí­tico, por seccionamento medular, na região da coluna cervical. Decorri­dos alguns minutos de silêncio, ele informou à genitora de Lisandra: "Há na atualidade, e já  de algum tempo, uma forte corrente científica que luta por não isolar o hanseniano, mantendo-o na convivên­cia familiar. Sabemos que o contágio normalmente se dá  no período da in­fância, ficando o bacilo inoculado por muito tempo. Como não há  criança em casa, poderemos examinar a possibilidade de utilizar a terapêutica de ambula­tório, desde que a doente seja necessariamente mantida em compar­timento à parte..." Tudo foi feito como sugeriu o médico, que, dias de­pois, foi pessoalmente à residência da família informar que Lisandra fi­caria aos seus cuidados, em casa mesmo, obedecendo a um rigoroso pro­grama. Rafael não seria notificado, senão quando o quadro pudesse suge­rir um prognóstico menos sombrio ou liberativo. A enferma foi instalada no amplo cômodo arejado, com janelas abertas para o quintal, o que não se diferenciava muito de sua situação anterior à nova doença, visto que ela já vivia, de certo modo, semiencarcerada há muitos anos em seu próprio lar. (Cap. 9, págs. 79 a 81)(Continua no próximo número.)



 


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