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Os médiuns
e seus
poderes
|
Voltando ao tema
mediunidade e seus
diferentes tipos, a
revista IstoÉ discute
por que alguns
desenvolvem os dons
mediúnicos
Vez por outra a revista
IstoÉ, uma das
publicações mais
importantes de nosso
país, abre espaço em
suas páginas para o tema
mediunidade. Foi o que
aconteceu com a
publicação da matéria
intitulada
O poder dos médiuns,
assinada pela jornalista
Suzane Frutuoso.
Neste link -
www.istoe.com.br
- o leitor poderá
inteirar-se da
reportagem a que nos
referimos.
O que o leitor verá em
seguida é uma espécie de
resumo do que a matéria
apresentou.
A primeira informação
constante da reportagem
diz que o Espiritismo é
seguido por 30 milhões
de pessoas no mundo e
que o Brasil é a maior
nação espírita do
planeta, envolvendo
cerca de 20 milhões
entre adeptos e
simpatizantes.
A mediunidade,
popularizada pelas obras
psicografadas por Chico
Xavier, ganhou
visibilidade nos últimos
anos na mesma proporção
em que cresceu o
movimento espírita. “Mas
nada – diz IstoÉ – se
compara ao poder da
mídia atual, que permite
debater os ensinamentos
da religião por meio de
livros, programas de
tevê e rádio. Os
romances com temática
espiritualista de Zíbia
Gasparetto, por exemplo,
são presença constante
nas listas de mais
vendidos.”
O número de médiuns tem,
por conseguinte,
aumentado em igual
proporção. Segundo a
reportagem, os espíritas
dizem que todas as
pessoas têm algum grau
de mediunidade.
“Qualquer um seria capaz
de emitir pensamentos em
forma de ondas
eletromagnéticas que
chegariam a outros
planos. O que torna
algumas pessoas
especiais, segundo os
praticantes, a ponto de
se transformarem em
canais de comunicação
com os mortos, é uma
missão – designada antes
mesmo de nascerem,
determinada por ações em
vidas anteriores e que
tem na caridade o
objetivo final.”
Fenômenos relacionados a
pessoas que falavam com
mortos e envolvendo
objetos que se mexiam
são relatados desde o
século XVII, tanto na
Europa quanto nas
Américas, mas hoje
cientistas tentam
compreender o fenômeno.
Algumas linhas de
pesquisa mostram que o
cérebro dos médiuns é
diferente dos demais.
São cinco os meios de
expressão da mediunidade
A frase acima, constante
da reportagem de IstoÉ,
reporta-se evidentemente
aos tipos de mediunidade
mais conhecidos, visto
que a mediunidade se
expressa em muito mais
formas e modalidades.
A psicografia, que
consagrou Chico Xavier,
é, dentre eles, o mais
conhecido. Nela, o
médium escreve mensagens
e histórias que recebe
de Espíritos. Estaria
sob o controle deles o
que as mãos transcrevem.
A vidência permite
enxergar os mortos que
não conseguiram se
desvencilhar da Terra ao
não aceitarem a morte ou
que aparecem para enviar
recados a entes
queridos. Na psicofonia,
o sensitivo é capaz de
ouvir e reproduzir o que
os Espíritos dizem e
pedem. A
psicopictografia, ou
pintura mediúnica,
permite ao médium ser
instrumento de artistas
desencarnados (termo
usado pela doutrina
espírita para designar
mortos). A mediunidade
de cura é responsável
pelas chamadas cirurgias
espirituais.
As informações acima
constam da reportagem de
IstoÉ, embora não
estejam inteiramente de
acordo com o que
aprendemos na doutrina
espírita.
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Ilustrando as
informações, a
reportagem refere-se a
um caso de vidência
ocorrido na infância com
Ivanildo Protázio, de
São Paulo-SP, hoje um
cidadão de 49 anos,
funcionário de um
hospital na cidade.
Aos cinco anos, Ivanildo
pegava no sono com o
carinho nos cabelos que
uma senhora lhe fazia
todas as noites. Tempos
depois descobriu que era
a avó, morta anos antes.
Aos 19 anos, os
Espíritos já se
materializavam para ele.
“Nunca tive medo. Sempre
me pareceu natural”,
disse ele à reportagem.
A mãe, que trabalhava na
Federação Espírita, o
encaminhou para as aulas
em que aprenderia a
lidar com o dom e hoje
Protázio é expositor em
um curso de educação
mediúnica. Essa seria
uma parte de sua missão.
A outra é orientar os
Espíritos que lhe pedem
auxílio para entender o
que aconteceu com eles.
As pinturas mediúnicas
Outro caso citado na
reportagem ocorreu em
Indaiatuba, interior de
São Paulo. Trata-se das
pinturas mediúnicas
feitas por Solange Giro,
46 anos. O tempo gasto
em cada quadro não passa
de nove minutos. As
obras são coloridas e
harmoniosas. “Nunca fiz
aula de artes. Mal
conseguia ajudar meus
filhos com os desenhos
da escola”, disse
Solange à reportagem. A
assinatura nas telas não
leva seu nome, mas de
artistas famosos como
Monet, Mondrian e
Tarsila do Amaral.
No tocante às curas, a
revista apresenta o caso
do médium
Wagner Fiengo, analista
fiscal paulistano, 37
anos. O primeiro
Espírito a se
materializar para ele
foi de um primo. Ele
tinha dez anos, teve
medo e se afastou. Mas,
na juventude, um tio,
seguidor da doutrina,
avisou que era hora de
ele se preparar para a
missão que lhe fora
reservada. Por meio da
psicografia, seu guia
espiritual, o médico
Ângelo, informou que
teriam um compromisso:
curar pessoas. Ele não
foi adiante. Uma
pancreatite surgiu sem
que os médicos
diagnosticassem os
motivos. Seu guia
explicou que as doenças
eram ajustes decorrentes
de erros que Fiengo
havia cometido em uma
vida passada. A missão
era a forma de
equilibrar a saúde e a
alma. Em 2004, iniciou
as cirurgias
espirituais, cuja
finalidade – diz ele -
não é substituir o
tratamento convencional.
“É um auxílio na cura de
fatores emocionais e
físicos.”
Entre um caso e outro, a
reportagem contém também
orientações importantes
para aqueles que
apresentam rudimentos da
mediunidade e desejam
trabalhar nessa área.
A primeira providência é
dedicar-se à educação
mediúnica. Os cursos
pertinentes a ela levam
alguns anos e incluem os
ensinamentos que Allan
Kardec compilou no Livro
dos Espíritos –
a obra que deu base ao
entendimento da doutrina
– e no Livro
dos Médiuns –
que explica quais são os
tipos de mediunidade,
como eles se manifestam
e os cuidados a serem
tomados.
O combate a falhas de
comportamento, como
vaidade, orgulho e
egoísmo, é outra
providência essencial
destacada na matéria.
Segundo o Espiritismo,
as imperfeições da
personalidade atraem
Espíritos com a mesma
vibração. “O pensamento
é tudo. Aqueles que
pensam positivo atrairão
o que é semelhante. O
mesmo acontece com o
pensamento negativo e os
vícios. Quem gosta de
beber, por exemplo,
chama a companhia de
Espíritos alcoólatras”,
afirma o já citado
médium Ivanildo Protázio.
O que diz a Ciência sobre a mediunidade
Noutro trecho da
reportagem de IstoÉ, há
referência aos
especialistas da área da
Ciência que afirmam que
a mediunidade é um
fenômeno natural, não
sobrenatural. A matéria
cita então o
neurocirurgião Nubor
Orlando Facure, diretor
do Instituto do Cérebro
de Campinas, e seus
estudos sobre
a manifestação da
mediunidade e sua
correlação com o
cérebro.
Comprovar
cientificamente a
mediunidade também é
objetivo do psiquiatra
Sérgio Felipe Oliveira,
professor de medicina e
espiritualidade da
Faculdade de Medicina da
USP e membro da
Associação
Médico-Espírita de São
Paulo. Com exames de
tomografia, ele analisou
a glândula pineal de
cerca de mil pessoas.
“Os testes mostraram que
aqueles com facilidade
para manifestar a
psicografia e a
psicofonia apresentam
uma quantidade maior do
mineral cristal de
apatita na pineal”,
afirma Oliveira, que
também atende, no
Instituto de Psiquiatria
do Hospital das Clínicas
de São Paulo, a casos de
pacientes de doenças
como dores crônicas e
epilepsia que receberam
todos os tipos de
tratamento, não tiveram
melhora e relatam
experiências ligadas à
mediunidade. “Somamos
aos cuidados
convencionais, como o
remédio e a
psicoterapia, a
espiritualidade, que vai
desde criar o hábito de
orar até a meditação. E
os resultados têm sido
positivos.”
Segundo IstoÉ, a maior
parte dos cientistas
acredita, porém, que a
mediunidade nada mais é
do que a manifestação de
circuitos cerebrais. Alguns já seriam explicáveis, como os estados de transe. Pesquisas
da Universidade de
Montreal, no Canadá, e
da Universidade da
Pensilvânia, nos Estados
Unidos, comprovaram que,
durante a oração de
freiras e monges
católicos, a área do
cérebro relacionada à
orientação corporal é
quase toda desativada, o
que justificaria a
sensação de desligamento
do corpo. Os testes
usaram imagens de
ressonâncias magnéticas
e tomografias feitas no
momento do transe.
Aos que contestam a
mediunidade e tentam
explicá-la de forma tão
simplista, o psiquiatra
Sérgio Felipe Oliveira
responde com uma
pergunta: “Se uma pessoa
está em cirurgia numa
sala e consegue
descrever em detalhes o
que ocorreu em um
ambiente do outro lado
da parede, é possível
ser apenas uma
sensação?” Essa é uma
questão que nenhuma das
frentes de pesquisa se
arrisca a responder com
exatidão. Da mesma
maneira que todos os
presentes à sessão de
pintura em Indaiatuba
saíram atônicos, sem
conseguir explicar como
alguém que conheceram
numa noite foi capaz de
decifrar suas angústias
mais inconfessáveis.