MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
16)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. Dos cinco sentidos que conhecemos no ser humano, qual foi o
primeiro a se
consolidar?
Foi o tato, fruto de um longo período de trabalho durante o
qual, no transcurso dos
séculos, a consciência
fragmentária acrisolou
os sentidos.
(Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. IX,
pp. 69 e 70.)
B. Em que momento da evolução surgiu a linguagem?
A linguagem surgiu entre os animais, sob o patrocínio dos
Gênios Veneráveis que
nos presidem a
existência. Ela é,
portanto, uma faculdade
que teve seu início
quando a consciência
fragmentária estagiava
no chamado reino animal.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. X, pág. 73.)
C. Nessa ocasião como os animais se comunicavam?
Inicialmente, o fonema e a mímica foram os processos
indispensáveis ao
intercâmbio de
impressões ou para o
serviço de defesa, como,
por exemplo, o silvo de
vários répteis, o coaxar
dos batráquios, as
manifestações sonoras
das aves e o mimetismo
de alguns insetos e
vertebrados, a se
modificarem subitamente
de cor, preservando-se
contra o perigo. À
medida que se lhe
acentuava a evolução, a
consciência fragmentária
investia-se na posse de
mais amplos recursos. O
lobo grita pelos
companheiros na sombra
noturna, o gato
encolerizado mostra
fúria característica,
miando raivosamente, o
cavalo relincha de
maneira particular,
expressando alegria ou
contrariedade, a galinha
emite interjeições
adequadas para anunciar
a postura, acomodar a
prole, alimentar os
pintainhos ou rogar
socorro quando
assustada.
(Evolução em dois Mundos, Primeira Parte, cap. X, pág. 73.)
Texto para leitura
61. Formação dos sentidos - No
corpo dos animais
superiores, obra-prima
de supervisão e
construção dos
Arquitetos do Espírito,
no transcurso dos
séculos, a consciência
fragmentária acrisola,
então, os sentidos.
Findo longo período de
trabalho, afirma-se o
tato, por sentido
cutâneo essencial, a
espraiar-se por toda a
pele. Esta se converte
em superfície receptora,
com variadas terminações
nervosas que se
salientam por extrema
complexidade, desde as
arborizações simples até
os corpúsculos
especializados que se
localizam dentro da
derme, utilizando
células especiais, em
comunicação incessante
com o cérebro, para que
as sensações táteis
constantes possam
defender os patrimônios
da vida. Adestrada a
atenção, o animal – na
esfera física e na
esfera extrafísica –
elabora, por atividades
reflexas, várias
substâncias que lhe
excitam os centros
receptivos, definindo os
chamados sentidos
químicos, a culminarem
no olfato e no gosto. No
epitélio olfatório, as
células basais, as de
sustentação e as
olfativas, sobre as
glândulas de Bowman, que
se encarregam de
fornecer o muco
necessário à
discriminação dos
elementos odoríferos,
operam a seleção das
propriedades aromáticas
das substâncias, e, no
dorso da língua, na
epiglote, na face
posterior da faringe
como no véu do paladar,
os corpúsculos
gustativos, guardando as
células epiteliais de
sustentação e as células
gustativas, fazem,
associados às pequenas
glândulas salivares, o
registro das substâncias
destinadas à nutrição.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. IX, pp. 69 e 70.)
62. Visão e audição - O sentido da
vista, uma vez fixado,
passa a permitir a
constituição das imagens
dos objetos na retina,
segundo um sistema
dióptrico particular,
aperfeiçoando-se as
células receptoras da
luz, cujo impulso
nervoso alcança as vias
ópticas, transportando
as imagens captadas até
à profundez do cérebro,
onde a mente incorpora
as interpretações que
lhe são próprias e
analisa-as, plasmando
observações para o
arquivo da memória e da
experiência. A audição
consolida-se no ouvido
interno (protegido pelo
ouvido externo e pelo
ouvido médio),
alicerçando-se assim em
órgão complexo. No
ouvido interno, o tubo
coclear, a dividir-se em
três compartimentos, vai
encontrar as células
evoluídas dos órgãos de
Corti e as fibras
nervosas do acústico
encarregadas de
transmitir as vibrações
sonoras que atingem o
ouvido médio, em
estímulos nervosos, a
saírem através do nervo
auditivo na direção da
mente, que realiza a
seleção dos valores
atinentes às sensações
de tom, intensidade e
timbre, estabelecendo em
seu próprio favor vasta
rede de reflexos
condicionados com
expressão decisiva em
seu desenvolvimento. Sob
a orientação das
Inteligências Sublimes,
cada sentido se instala
em organização especial,
formada de vários
aparelhos e implementos.
O cérebro integral se
organiza em lobos
diversos, com vasta
margem de recursos para
o futuro, quando a alma
então nascente, em
atividade instintiva na
construção de seu
próprio veículo, se
erigirá em consciência
desperta com capacidade
de utilizar as vantagens
potenciais que a Divina
Sabedoria lhe oferta.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. IX, pp. 70 e 71.)
63. Microcosmo prodigioso - Com o
tempo, a Direção
Espiritual da vida
consegue organizar, por
fim, com mais
eficiência, o sistema
nervoso autônomo,
regulando e coordenando
as funções das vísceras.
Estruturam-se, assim,
primorosamente, a
inervação visceral
aferente e eferente e os
centros coordenadores,
os sistemas simpático e
parassimpático e as
fibras pré e
pós-ganglionares de
Langley, com os
neurônios a edificarem
vias eletromagnéticas de
comunicação entre o
governo espiritual e as
províncias orgânicas.
Em todos os ângulos do
cérebro, esse microcosmo
prodigioso, células
especiais permanecem sob
o controle do Espírito,
assimilando-lhe os
desejos e executando-lhe
as ordens no automatismo
que a evolução lhe
confere. Desde o grupo
tectobulbar das fibras
pré-ganglionares, saindo
com os pares cranianos,
tecidas com neurônios no
mesencéfalo,
protuberância e bulbo, e
incluindo os núcleos
supra-ópticos,
paraventriculares e a
parede anterior do
infundíbulo, até o grupo
sacro, com neurônios
localizados na medula
sacra, nervos especiais
funcionam como estações
emissoras e receptoras,
manipulando a energia
mental, projetada ou
recolhida pela mente, em
ação constante, nos
domínios da sensação e
da ideia, em conexões e
trajetos que a ciência
do homem mal começa a
perceber, atuando nos
demais centros do corpo
espiritual e nas zonas
fisiológicas que os
configuram no veículo
somático, através de
circuitos reflexos. No
diencéfalo, campo
essencialmente sensitivo
e vegetativo, parte das
mais primitivas do
sistema nervoso central,
o centro coronário, por
fulcro luminoso,
entrosa-se com o centro
cerebral, a exprimir-se
no córtex e em todos os
mecanismos do mundo
cerebral, e, dessa
junção de forças, o
Espírito encontra no
cérebro o gabinete de
comando das energias que
o servem, como aparelho
de expressão dos seus
sentimentos e
pensamentos, com os
quais, no regime de
responsabilidade e de
autoescolha, plasmará no
espaço e no tempo o seu
próprio caminho de
ascensão para Deus.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. IX, pp. 71 e 72.)
64. Linguagem animal -
Aperfeiçoando as
engrenagens do cérebro,
o princípio inteligente
sentiu a necessidade de
comunicação com os
semelhantes e, para
isso, a linguagem surgiu
entre os animais, sob o
patrocínio dos Gênios
Veneráveis que nos
presidem a existência.
De início, o fonema e a
mímica foram os
processos indispensáveis
ao intercâmbio de
impressões ou para o
serviço de defesa, como,
por exemplo, o silvo de
vários répteis, o coaxar
dos batráquios, as
manifestações sonoras
das aves e o mimetismo
de alguns insetos e
vertebrados, a se
modificarem subitamente
de cor, preservando-se
contra o perigo. À
medida que se lhe
acentuava a evolução, a
consciência fragmentária
investia-se na posse de
mais amplos recursos. O
lobo grita pelos
companheiros na sombra
noturna, o gato
encolerizado mostra
fúria característica,
miando raivosamente, o
cavalo relincha de
maneira particular,
expressando alegria ou
contrariedade, a galinha
emite interjeições
adequadas para anunciar
a postura, acomodar a
prole, alimentar os
pintainhos ou rogar
socorro quando
assustada, e o cão é
quase humano, em seus
gestos de contentamento
e em seus ganidos de
dor. (Evolução em
dois Mundos, Primeira
Parte, cap. X, pág. 73.)
Glossário:
Aferente: no sistema nervoso, classe de fibras nervosas que conduzem o
impulso dos órgãos
sensoriais para o
sistema nervoso central.
Bulbo: o bulbo raquiano, parte do eixo cérebro espinhal, entre a medula e
cérebro.
Célula Basal: célula da camada inferior do epitélio, situada na membrana
basal, que delicada
membrana composta de uma
única camada de células
planas.
Célula Epitelial: célula que compõe o epitélio.
Célula Gustativa: célula que constitui o corpúsculo gustativo,
especializada na
percepção do paladar.
Célula Nervosa: célula constituída de um corpo central, contendo
o núcleo, e de vários
prolongamentos, que
constituem as fibras
nervosas; neurônios.
Centro Cerebral: centro de força vital, no perispírito;
relacionada com os lobos
frontais do cérebro e
hipófise (pituitária),
no corpo físico; exerce
influência decisiva
sobre os demais centros
de força vital, sendo
responsável pelo
funcionamento do sistema
nervoso central e dos
centros superiores do
processo intelectivo.
Centro Coronário: centro de força vital, no perispírito,
relacionado com a
epífise (glândula
pineal), no corpo
físico; supervisiona
todos os demais centro
de força vital, porque
recebe em primeiro lugar
os estímulos do
espírito.
Centro Nervoso: conjunto de nervos centrais do encéfalo com
funções unitárias.
Cerebelo: parte do encéfalo que ocupa a posição póstero-inferior do
crânio; atua na
conservação do
equilíbrio do corpo e na
atividade sexual.
Cérebro: parte principal do sistema nervoso, na qual as sensações se
transformam em
percepções, e onde são
elaboradas e ativadas as
ideias, representações e
impressões espirituais
externas. O cérebro é o
instrumento essencial
das funções motoras e
espirituais; está unida
ao cerebelo pelo
mesencéfalo e medula
oblonga (parte superior
da medula), centro de
regulação circulatória e
respiratória que segue
pela medula espinhal.
Consciência Fragmentária: consciência intermitente ou descontínua, própria
dos animais inferiores.
Córtex: córtice, camada externa dos órgãos, de estrutura mais ou menos
arredondada.
Derme:
tecido conjuntivo sobre
o qual se apoia a
epiderme, comunicando-a
com a hipoderme; córion.
Diencéfalo: parte do cérebro situada entre o procencéfalo (porção
anterior do cérebro) e
mesencéfalo (porção
mediana do cérebro).
Dióptrico: relativo aos efeitos de refração da luz, e, em óptica, a
medida de convergência
de uma lente.
Eferente: relativo à fibra nervosa que conduz a ordem motora do
sistema nervoso central
para um órgão
responsável pela
resposta ao impulso
sensorial, denominado
órgão efetor.
Encéfalo: parte do sistema nervoso central contida na cavidade do
crânio, e que abrange o
cérebro, o cerebelo, a
protuberância e o bulbo
raquiano. É a região de
centralização dos nervos
que percorrem o corpo.
Epiglote: válvula que fecha a glote (abertura da laringe) no momento
da deglutição.
Epitélio: camada celular que reveste todos as superfícies (peles e
mucosas) externas e
internas do corpo.
Faringe: cavidade muscolomembranosa que se estende da abertura
posterior das fossas
nasais e da parte
posterior da boca ao
estômago, sendo este o
canal que comunica a
faringe com o estômago.
Fibra Nervosa: cada uma das estruturas alongadas que, dispostas
em feixes, constituem os
nervos.
Fibra Pós-ganglionar: prolongamento de uma célula nervosa cujo corpo
se situa dentro do
gânglio (centro de
conexão) do sistema
nervoso vegetativo.
Fibra Pré-ganglionar: fibra nervosa eferente que sai do corpo de uma
célula no sistema
nervoso central, e que
determina em gânglio
(centro de conexão) do
sistema nervoso
vegetativo.
Glândula de Bowman: glândula localizada na região da mucosa
olfativa, no interior
nasal.
Inervação: modo de distribuição dos nervos nas diversas partes do
organismo.
Infundíbulo: saliência cônica de matéria cinzenta, à qual está vinculado
o corpo da pituitária,
glândula situada sob a
face inferior do
cérebro, também
conhecida como hipófise.
Lobo Cerebral: parte da superfície cerebral demarcada por uma
fenda formando uma
saliência (lobo).
Lobo:
em Anatomia, porção de
um órgão demarcada com
maior ou menor nitidez,
podendo a demarcação ser
estabelecida por
fissuras, sulcos, tecido
conjuntivo saliente, ou,
então, pela forma.
Mesencéfalo: porção mediana do cérebro, resultante da evolução da
vesícula média do
embrião.
Neurônio: a célula nervosa com seus prolongamentos chamados dendritos,
que formam uma espécie
de arborização, e, no
pólo oposto, um só
prolongamento,
diferente, denominado
axônio ou cilindro-eixo,
que termina em finas
ramificações. O estimulo
nervoso passa do axônio
de um neurônio para os
dendritos de outro, e
esse ponto de
transmissão da excitação
tem o nome de sinapse.
Órgão de Corti: órgão constituído de células auditivas, e que
capta as ondas sonoras.
Ouvido Interno: conjunto de cavidades sinuosas entre o tímpano e
o canal auditivo
interno, e que constitui
o labirinto.
Parassimpático: relativo a uma das partes do sistema nervoso
autônomo. As fibras
nervosas parassimpáticas
retardam os batimentos
cardíacos, contraem a
pupila, aumentam as
secreções digestivas e
aceleram os movimentos
peristálticos (dos
músculos interiores dos
órgãos ocos).
Paraventricular: referente ao grupo de células nervosas situadas
nas adjacências dos
ventrículos cerebrais.
Protuberância: a protuberância anular, órgão situado na parte
inferior do encéfalo,
adiante do bulbo e atrás
dos pedúnculos cerebrais
(feixe de fibras
nervosas que fazem
ligação com a medula).
Sacro: que se realiza na região do osso sacro, ou na medula sacra. O osso
sacro está situado na
parte posterior da
bacia, na continuação da
coluna vertebral.
Simpático: parte do sistema nervoso autônomo, que regula a atividade da
musculatura cardíaca, da
musculatura lisa e de
várias glândulas.
Sistema Nervoso Autônomo: também conhecido como sistema nervoso
vegetativo, é o que
regula,
independentemente da
vontade, as funções
orgânicas, tais como, a
atividade cardíaca, a
distribuição do sangue
pelo corpo, os processos
digestivos, a secreção
das glândulas, e a
dilatação da pupila. É
constituído por dois
sistemas de atuação
antagônica: o simpático
e o parassimpático.
Sistema Nervoso Central: é o sistema constituído do eixo
cérebro-espinhal,
formado pelo encéfalo e
a medula espinhal.
Sistema Nervoso: constitui o mecanismo que permite ao animal um
contato permanente com o
meio. No homem, como nos
animais vertebrados, o
sistema nervoso
compreende o sistema
central e o sistema
periférico.
Supra-óptico: referente ao núcleo nervoso constituído pelo grupo de
células situadas por
cima das camadas ópticas
do cérebro.
Tectobulbar: que se localiza na região superior do bulbo raquiano.
Tubo Coclear: tubo da Cóclea, sendo esta a parte anterior do labirinto ou
ouvido interno.
Ventrículos cerebrais:
são cavidades existentes
no âmago do cérebro, as
quais estão ligadas com
o canal central da
medula espinhal.
Víscera: designação comum dos órgãos alojados nas cavidades
cranianas, na torácica e
na abdominal.
Visceral: relativo à víscera, designação comum dos órgãos alojados nas
cavidades craniana,
torácica e abdominal.
Nota:
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usados na obra em estudo
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texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf